09 Dezembro 2014

Com faixa, SJSP pede que Alckmin investigue e puna violência da PM contra jornalistas

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Redação Portal IMPRENSA | 06/12/2014 15:00 Na última quinta-feira (4/12), o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) afixou na fachada da entidade uma faixa com os dizeres “Gov. Alckmin. Basta de violência da PM contra jornalistas”. Segundo a entidade, a mensagem permanecerá no local até que a agressão ao repórter do jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, seja investigada, esclarecida e os responsáveis punidos. "A violência de Policiais Militares contra jornalistas atingiu um nível insustentável", diz o texto no site da entidade. Para o SJSP, o episódio com Cassucci lembra "a ação policial em governos autoritários" e o motivo para acontecer é "a impunidade de maus policiais". O jornalista foi agredido no último domingo (30/11) enquanto cobria a confusão entre a Polícia Militar (PM) e torcedores de Santos e Botafogo após a vitória do time paulista por 2 a 0, na Vila Belmiro. Faixa vai ficar no local até que o episódio seja investigado, esclarecido e punido. (André Freire/SJSP) O Sindicato lembrou ainda outros casos, como o repórter fotográfico Alex Silveira, que durante manifestação de professores em São Paulo, em 2000, ficou cego pelo disparo de bala de borracha desferido pela Tropa de Choque da PM. Confira a íntegra do documento elaborado pelo SJSP e encaminhado ao governo de São Paulo. “A liberdade de expressão e de imprensa são bens essenciais para o pleno funcionamento da Democracia. Nesse sentido, o trabalho do profissional de imprensa deve ser entendido como parte integrante do sistema de direitos que o Estado tem o dever de proteger. No domingo, 30 de novembro, o repórter do Jornal Lance!, Bruno Cassucci de Almeida, após o jogo entre Santos e Botafogo, na Vila Belmiro, cidade de Santos, estava registrando a intervenção da Polícia Militar em um confronto entre torcedores quando foi abordado por uma policial que o mandou abandonar o trabalho. Em seguida, sob a mira de um revólver, segundo declaração do próprio jornalista, recebeu uma revista agressiva, teve todas as imagens registradas apagadas e ainda foi agredido no rosto. Mas o pior ainda estaria por vir, pois, momentos depois da agressão, um policial se colocou entre o jornalista e a parede, pegou uma bomba de efeito moral, puxou sua calça e colocou o artefato dentro dela em um ato que só pode ser classificado como tortura e maus-tratos. O que a sociedade testemunhou neste episódio foi a atuação de representantes do governo estadual agindo de forma contrária aos interesses democráticos pelos quais gerações de brasileiros lutaram. A imprensa se faz presente nos eventos para cumprir seu dever de informar o cidadão em benefício da democracia. Pela presente, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo exige do governo do Estado rigorosa investigação e punição dos agentes envolvidos nesta agressão inclusive com a exoneração, a bem do serviço público, dos envolvidos neste vergonhoso episódio. A ação das autoridades deve ser no sentido de garantir as prerrogativas dos jornalistas em seu trabalho para que a imprensa possa exercer sua função de informar o cidadão. A cadeia de comando foi quebrada e a punição deve ser exemplar. Se medidas saneadoras não forem tomadas imediatamente, a própria instituição será desacreditada uma vez que as agressões se repetem cotidianamente sendo registrado dezenas de casos semelhantes. Os casos mais notórios são os dos repórteres fotográficos, Alex Silveira e Sérgio Silva, que perderam a visão atingidos por balas de borracha e da repórter Giuliana Vallone (atingida também no olho), todos cobrindo manifestações em vias públicas a trabalho e devidamente identificados como representantes da imprensa. Esperamos que este pleito será plenamente encaminhado pelas autoridades, a justiça será estabelecida e a liberdade de imprensa garantida pois, se o poder público tenta impedir por meios violentos a livre divulgação da informação, pratica censura como nos piores momentos da ditadura”.  

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