Claudio Paolillo foi "uma das vozes mais potentes e lúcidas" na defesa da liberdade de imprensa nas Américas

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Com profundo pesar e reconhecimento do seu legado, a SIP comunica o falecimento de um de seus principais dirigentes e um dos jornalistas latino-americanos de maior destaque da sua geração.
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É com profundo pesar e reconhecimento do seu legado que a SIP comunica o falecimento de um dos seus principais dirigentes e um dos jornalistas latino-americanos de maior destaque de sua geração.

Miami (19 de janeiro de 2018).- O jornalista uruguaio Claudio Paolillo, ex-presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, em espanhol) faleceu nesta sexta-feira em Montevidéu, Uruguai, aos 57 anos.

A notícia abalou a imprensa do Uruguai e de vários países da região em que Paolillo era conhecido por sua liderança na luta da SIP pela liberdade de imprensa e de expressão.

Entre 2010 e 2016, ele foi diretor do semanário Búsqueda, cargo anteriormente ocupado pelo ex-presidente da SIP, Danilo Arbilla.

"Posso garantir que a imprensa do hemisfério recebe com grande comoção a notícia do falecimento de Claudio, um grande defensor da liberdade de imprensa e que nos últimos anos enfrentou com coragem uma doença grave", lamentou Gustavo Mohme, presidente da SIP.

Paolillo atuou como repórter, cronista, editor assistente, editor e diretor do Búsqueda. Avançou em todas as áreas da sua carreira por seu próprio mérito. Foi também professor universitário e escritor e, quando jovem, foi meio-campo do time de futebol Racing Club de Montevidéu.

"Nós nos lembraremos de Claudio com um agradecimento especial por sua dedicação e coragem para defender a liberdade de imprensa. Ele era mestre em denunciar abertamente e com muito tino as violações dos governos", enfatizou Mohme, diretor do La República, de Lima, Peru.

Em julho de 2017, Paolillo foi premiado pela Associação de Entidades Jornalísticas da Argentina (Adepa, em espanhol) com o "Prêmio de Honra" por seu trabalho extraordinário na defesa da liberdade de imprensa.

A Adepa destacou na cerimônia de premiação em Montevidéu que em seu papel fundamental na SIP Paolillo "contribuiu para aumentar a conscientização sobre os maiores abusos à liberdade de expressão em todo o continente americano, principalmente na Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e Cuba".

"Nós, argentinos, fomos testemunhas de como em diversas ocasiões sua presença ajudou a conter os ataques contra o jornalismo no nosso país e em outros locais do continente", enfatizou a Adepa.

Ao aceitar o prêmio, Paolillo afirmou que "quando se ataca a liberdade de expressão, ataca-se a própria natureza humana".

Paolillo nasceu em 20 de agosto de 1960 em Montevidéu. Desde 2010, era consultor acadêmico e jornalístico do Búsqueda. Era também professor de jornalismo na Universidade ORT, no Uruguai, e na Universidade Católica do Uruguai. Foi presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP até 2017. Foi colunista em diversos meios de comunicação locais e internacionais e autor de dois livros, Con los días contados (2002) e La cacería del caballero (2004). Em 2004, recebeu o prêmio Morosoli e, em 2006, os prêmios Bartolomé Hidalgo e o prêmio Nacional de Literatura.

Paolillo deixa a esposa, Adriana Otegui Destri, e os filhos Santiago, Tatiana e Juan Manuel.

Mais informação:

Entrevista a Claudio Paolillo: "En la vida hay que pelear". Por Ana Jerozolimski, 26.07.2017

Vídeos:

Televisión Uruguay, Septiembre 2017

Reunión de Medio Año SIP, Punta Cana, Abril 2016

NTN24 sobre Venezuela 2015

Reunión Medio Año SIP 2013, Puebla, México

Entrevista en inglés



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