20 Dezembro 2010

Riscos para Jornalistas na Tríplice Fronteira: Ameaças tentam impedir publicação em Misiones

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Em um ano como repórter da revista Apta para Todo Público (ATP), que circula em El Soberbio, no noroeste da região de Misiones, na Argentina, fronteira com o Brasil, a jornalista Valentina Lovell denunciou irregularidades e acumulou ameaças. Na revista mensal de distribuição gratuita em que atua também como editora, ela divulgou irregularidades praticadas por políticos, funcionários e profissionais do município e recebe avisos: “Cuidado, você pode ter o mesmo fim que Carballito”.
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Em um ano como repórter da revista Apta para Todo Público (ATP), que circula em El Soberbio, no noroeste da região de Misiones, na Argentina, fronteira com o Brasil, a jornalista Valentina Lovell denunciou irregularidades e acumulou ameaças. Na revista mensal de distribuição gratuita em que atua também como editora, ela divulgou irregularidades praticadas por políticos, funcionários e profissionais do município e recebe avisos: “Cuidado, você pode ter o mesmo fim que Carballito”. Héctor Carballo, conhecido como Carballito, ex-prefeito de San Vicente, foi executado em 26 de outubro de 2010. Tinha um programa polêmico de rádio na rádio FM Eco, em que fazia ataques ao governo municipal e a policiais, bem como à vida pessoal de algumas pessoas. Em sua gestão como político, foi acusado de malversação de fundos, e refugiou-se no Brasil até 2007, quando assumiu novamente o programa na rádio. Além de Valentina, Martin Morínigo, dono da FM Guaraní de El Soberbio; Oneide Soares, e Claudio Schimitz, também radialistas da FM Guaraní, foram ameaçados depois de revelar um esquema ilegal de distribuição de pensões, a liberação de veículos sem inspeção técnica e a distribuição de subsídios a integrantes de uma cooperativa fantasma e a produtores de gado. Em 8 de outubro de 2010, integrantes do Foro de Periodismo Argentino (Fopea) entrevistaram Juan Carlos Pereira, presidente do Conselho Deliberante de El Soberbio e um dos principais denunciados por irregularidades e pelas ameaças, que declarou: ““Lo que dicen los diarios me lo paso por las pelotas. En este pueblo mandamos nosotros porque así lo dice la gente que nos votó con el 70 por ciento de votos (O que dizem os diários não me importa. Neste povo mandamos nós, porque assim afirma os que nos deram 70% dos votos)”. Segundo o informe da Fopea, Pereira admitiu que está pensando em fazer uma lei para cobrar impostos de publicações como a revista ATP. Representantes do Fopea e do Foro de Trabajadores de Prensa y Comunicación Social de Misiones (FoPreMi) se uniram em protesto contra as ameaças. Também articularam a publicação conjunta das notícias contendo as denúncias de irregularidades que haviam gerado as retaliações em todos os meios de comunicação da Província de Misiones. Essa estratégia fez com que diminuíssem as mensagens ameaçadoras, mas o temor ainda existe. “Queremos que todos saibam que vamos seguir trabalhando”, garantiu Valentina. Para saber mais, acesse a página do Foro de Periodismo Argentino (http://www.fopea.org/Inicio/Funcionarios_amenazan_hostigan_y_quitan_pauta_a_periodistas_misioneros)

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