30 Outubro 2012

Assassinos de Cabezas podem ficar livres

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Dependendo do que a 1a Sala da Câmara de Cassação da Província de Buenos Aires decidir, três dos oito condenados pelo assassinato do fotógrafo José Luis Cabezas poderão ser libertados pela Câmara Criminal de Dolores, província de Buenos Aires, por causa da demora das sentenças em si, conforme admitiu com pesar uma fonte do alto tribunal que forneceu a informação na condição de anonimato.
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Cassação da Província de Buenos Aires decidir, três dos oito condenados pelo assassinato do fotógrafo José Luis Cabezas poderão ser libertados pela Câmara Criminal de Dolores, província de Buenos Aires, por causa da demora das sentenças em si, conforme admitiu com pesar uma fonte do alto tribunal que forneceu a informação na condição de anonimato. Os acusados foram presos em fevereiro de 2000. Entre eles está o chefe da segurança pessoal do empresário Alfredo Yabrán, cuja foto polêmica, tirada por Cabezas, teria motivado sua morte. A foto foi publicada na capa da revista Noticias, de Buenos Aires. Yabrán cometeu suicídio em 20 de maio de 1998, depois de ficar 15 dias na clandestinidade. Dos oito acusados, três eram policiais e quatro pertenciam a uma gangue chamada "Los horneros". Seus advogados apresentaram recursos perante a 1a Sala da Câmara de Cassação por causa das demoras injustificadas para uma decisão final. Três anos é o prazo estabelecido por lei para que os três membros desse corpo emitam as sentenças. Caso sejam aceitos pela Câmara de Dolores, os recursos resultarão na suspensão da detenção de três membros da gangue: José Luis Auge, Horacio Braga e Sergio González. O argumento, convincente para a fonte judicial, é que ficaram muito tempo na prisão sem sentenças firmes. Isso ocorreu, em princípio, devido a mal-entendidos sobre o alcance e atribuições dos tribunais de cassação, criados pouco antes da decisão do caso Cabezas. Nesse meio tempo, com o atual presidente da República, Eduardo Duhalde, como governador da província de Buenos Aires, ocorreram irregularidades, segundo a fonte, nas investigações que resultaram no julgamento do caso Cabezas. E isso, principalmente, por ter havido mais investigações sobre os assassinos do que sobre os mentores. Depois da morte de Yabrán, que tinha vínculos estreitos com o ex-presidente Carlos Menem, as investigações se resumiram a perícias e interrogatórios sobre o fato em si: o assassinato a sangue frio de Cabezas, em 25 de janeiro de 1997, quando voltava de uma festa na casa de verão do empresário Oscar Andreani, no balneário de Pinamar, província de Buenos Aires, a 340 km de Buenos Aires. Os assassinos o esperaram, levaram-no a um local descampado, o executaram, jogaram gasolina sobre seu corpo e o queimaram. Tudo foi premeditado, uma operação de mando, por motivos que, em princípio, iam além da suposta vingança pela foto publicada um ano antes, quando Yabrán saía do mar com sua mulher. Na época, havia uma grande disputa de poderes entre Duhalde e Menem, e essa disputa se acirrou por causa das denúncias sobre a existência de máfias no governo nacional feitas pelo ex-ministro Domingo Cavallo no Congresso. As sentenças definitivas dos supostos responsáveis dependem agora da 1a Sala da Câmara de Cassação. A Câmara de Dolores poderia receber os recursos por três dos oito detidos ou por todos eles, e, assim, eles poderiam recuperar sua liberdade, nos prazos estabelecidos pelo código penal. A fonte que forneceu essas informações afirmou que o caso foi abordado de forma negligente.

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