30 Outubro 2012
Júri condena Leite a 15 anos pela morte de Sávio
Depois de quase 18 horas de julgamento, o ex-cobrador João Leite foi condenado na madrugada de quarta-feira (01) a 15 anos e dois meses em regime fechado, por unanimidade, por homicídio duplamente qualificado, mediante pagamento e por não dar chance de defesa ao empresário Sávio Brandão. Leite era acusado de ter intermediado as negociações para o assassinato entre o bicheiro João Arcanjo Ribeiro e os pistoleiros Hércules de Araújo Agostinho e Célio Alves da Silva.
A sentença foi pronunciada pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, às 2 horas de quarta-feira (01).
O julgamento teve início pouco antes das 9 horas de terça-feira (31) no novo Fórum Criminal de Cuiabá. Sete testemunhas foram arroladas para serem ouvidas durante o Júri Popular duas de acusação e cinco de defesa.
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As testemunhas de acusação foram o delegado Luciano Inácio e o ex-cabo Hércules de Araújo Agostinho, condenado a 18 anos pela morte de Sávio Brandão.
Como jurados, foram sorteados quatro mulheres e três homens. Tanto pela manhã, quanto no período da tarde, durante o depoimento do delegado Luciano Inácio, os jurados fizeram perguntas com relação às provas apresentadas pela Polícia Civil que incriminam João Leite.
O ex-cobrador foi interrogado pela manhã. Ele negou que tivesse agenciado pistoleiros para cometer o crime. A mesma versão já havia sido apresentada em depoimentos na sede do Grupo de Combate ao Crime Organizado (GCCO) e também na 12ª Vara Criminal, no Fórum Criminal.
Enquanto a defesa de João Leite, feita pelo advogado Paulo Fabrini, pedia a absolvição de seu cliente, alegando que ele não estaria envolvido no crime, o promotor João Gadelha pediu a condenação do réu por homicídio duplamente qualificado. Foi um julgamento excelente, ainda mais por terem sido votadas por unanimidade as duas qualificadoras, salientou Gadelha.
As perguntas feitas pelos jurados chegaram a preocupar o assistente de defesa, advogado Clóvis Saione. Foram perguntas inteligentes, uma sobre se a polícia havia feito exame grafotécnico do bilhete para confirmar que havia sido Célio quem escreveu e outro questionamento sobre a data em que o bilhete havia sido escrito por Célio, explicou o advogado.
O advogado de João Leite, Paulo Fabrini, explicou que a defesa irá recorrer por entender que não existem provas concretas. Temos oito dias para recorrer e iremos, pois pretendemos submetê-lo a um novo júri. Mas pelas novas normas do STF (Supremo Tribunal Federal) ele deverá cumprir apenas um sexto da pena, ou seja, dois anos e meio, e ele já cumpriu dois, concluiu.