30 Outubro 2012
Começa no Rio julgamento de acusados de matar Tim Lopes
O julgamento de dois dos sete suspeitos de envolvimento no assassinato do jornalista Tim Lopes começa nesta terça-feira, às 13h, no 1º Tribunal do Júri do Rio. O crime ocorreu em 2002.
Os acusados que começam a ser julgados hoje são o traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, e um de seus supostos comparsas, Ângelo Ferreira da Silva, o Primo.
Os outros cinco réus serão julgados no dia 14 de junho, segundo determinação do juiz Fábio Uchôa, do 1º Tribunal do Júri do Rio --outros dois indiciados, André da Cruz Barbosa, o André Capeta, e Maurício de Lima Matias, o Boi, morreram.
A medida acatou um pedido da defesa pois o grupo, que tinha advogado, optou por defensores públicos. Estima-se que o júri dure até três dias, segundo o TJ (Tribunal de Justiça).
Os réus são acusados dos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e formação de quadrilha. Devem ser ouvidas cinco testemunhas de acusação e cinco de defesa, para cada um.
A expectativa é que o júri, presidido pelo juiz Fábio Uchôa, dure de dois a três dias, segundo o TJ (Tribunal de Justiça).
Morte
Tim Lopes desapareceu em 2 de junho de 2002 na Vila Cruzeiro, favela que faz parte do complexo do Alemão, depois de ser reconhecido e capturado por traficantes ligados a Elias Maluco, quando fazia reportagem sobre um baile funk onde haveria consumo de drogas e sexo explícito.
Após ser apanhado por traficantes, Lopes foi levado para o morro da Grota, também no complexo do Alemão, onde teria sido esquartejado e queimado em pneus --método conhecido como "microondas" e usado para apagar vestígios da mortes.
Réus
Ao serem presos, Reinaldo do Amaral de Jesus, o Cadê, e Fernando Sátyro da Silva, o Frei, negaram participação no crime, mas relataram à polícia, com detalhes, como o jornalista foi morto. Eles ainda indicaram onde os restos mortais foram enterrados, na favela da Grota.
Também preso, Ângelo Ferreira da Silva, o Primo, confessou estar no Palio branco em que Tim Lopes foi levado da Vila Cruzeiro para a favela da Grota. No dia seguinte, Elizeu Felício de Souza, o Zeu, é apontado como "segurança" de Elias Maluco e admite ter presenciado o crime.
Na ocasião, ainda segundo o TJ, Zeu confessou ter comprado gasolina e diesel em um posto de combustíveis nas proximidades da favela Nova Brasília. Os produtos seriam usados no assassinato.
Preso pela Polícia Federal, Claudino dos Santos Coelho, o Xuxa, teria presenciado o assassinato e chutado o jornalista. Já Renato de Souza Paula, o Ratinho, recusou-se a falar sobre o caso.