30 Outubro 2012
Detenido ex-policía civil Divino José de Matos
O ex-policial civil Divino José de Matos, condenado a 14 anos de prisão pela morte do jornalista Mário Eugênio Rafael de Oliveira, assassinado em 1984, foi preso em 8 de agosto de 2003. Divino 45, como era conhecido, estava foragido há dois anos. Nos últimos tempos, estava morando no Espírito Santo. Foi detido quando sacava dinheiro em um banco, em Brasília. Está preso na 3º Delegacia de Polícia da Cidade de Cruzeiro, localizada no plano piloto da cidade. Apesar desta prisão, a polícia ainda não chegou ao autor intelectual do crime.
Divino 45 matou o jornalista com sete tiros em 11 de novembro de 1984, quando o repórter policial saía da Rádio Planalto, depois de gravar o programa Gogó das Sete. O jornalista, que também escrevia e editava a página policial do jornal Correio Braziliense, vinha fazendo denúncias sobre a existência de um Esquadrão da Morte, em Brasília, do qual participariam policiais civis e militares envolvidos também no roubo de automóveis.
Divino 45 foi condenado em 1994, e recorreu da sentença. Conseguiu reduzir a pena de 18 anos para 14 anos e continuou em liberdade. Em março de 2001, o Superior Tribunal de Justiça determinou sua prisão imediata, mas seus advogados recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar adiar a execução da pena que previa a prisão em regime fechado. Em abril de 2001, o ministro Maurício Corrêa decidiu manter a decisão do Superior Tribunal de Justiça. Divino 45 já havia fugido.
Além de Divino 45, foram indiciados pelo crime contra o jornalista o sargento Antônio Nazareno Mortari Vieira e os cabos David Antônio do Couto e Aurelino Silvino de Oliveira, do Pelotão de Investigações Criminais (PIC), e o agente de polícia Iracildo José de Oliveira. O policial Moacir de Assunção Loiola, também suspeito de participação no crime, morreu em circunstâncias não esclarecidas, poucos dias depois de dar seu depoimento na delegacia de Luziânia, em junho de 1985. Com exceção de Divino 45, que conseguiu suspender a aplicação da pena durante 17 anos e, depois de confirmada a sentença, ficou foragido por dois anos, e de Iracildo, que morreu (tendo cumprido parte da pena na prisão), os demais foram presos, cumpriram a pena mínima e estão em liberdade.