10 Março 2012

Audiência pública discute violência contra a imprensa em Mato Grosso do Sul

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Campo Grande, Mato Grosso do Sul – Dados da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), do Brasil, indicam que a maior parte dos casos de violência contra jornalistas ocorre entre os profissionais que cobrem política e administração pública, disse Vanessa Amin, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso do Sul.
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Campo Grande, Mato Grosso do Sul – Dados da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ), do Brasil, indicam que a maior parte dos casos de violência contra jornalistas ocorre entre os profissionais que cobrem política e administração pública, disse Vanessa Amin, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Mato Grosso do Sul. O promotor de Justiça da Comarca de Amambai, Ricardo Rotunno, acredita que é necessário que a polícia do Paraguai atue para solucionar crimes como o do jornalista Paulo Rocaro, assassinado em fevereiro de 2012 em Ponta Porã, cidade na fronteira do Brasil e Paraguai. Por sua vez, o advogado Sandro Oliveira, representante da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, considera importante federalizar os crimes contra a imprensa. Estes foram alguns dos resultados da primeira audiência pública realizada em 9 de março de 2012 na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul. A seguir, os artigos publicados nos meios de comunicação da região sobre o encontro: Fonte: Midiamax Marcos Santi http://www.difusora1340.com.br/noticias/policial/item/625-audi%C3%AAncia-cobra-apura%C3%A7%C3%A3o-de-crime-contra-rocaro-e-reivindica-seguran%C3%A7a-a-jornalistas.html Sexta, 09 Março 2012 16:37 Audiência cobra apuração de crime contra Rocaro e reivindica segurança a jornalistas Escrito por Plínio de Goes Representantes de entidades de classe, jornalistas, Polícia Militar entre outros setores da sociedade se reuniram nesta sexta-feira (09), em Audiência Pública para discutir a violência contra a imprensa. O evento, realizado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi marcado por pedidos pelo fim da impunidade em crimes contra profissionais da área e apuração rígida sobre o assassinato do jornalista Paulo Rocaro. “O ano mal começou e já temos vários atentados contra a liberdade de expressão em nosso país”, considerou o deputado estadual Alcides Bernal (PP), membro da Comissão de Trabalho, Cidadania e Direitos Humanos e propositor da discussão. Durante o evento, o assassinato do jornalista pontaporense Paulo Rocaro, ocorrido em 12 de fevereiro deste ano, foi relembrado por diversas vezes. “Isso nos leva a questionar se algumas dessas vítimas fatais cavaram a própria cova Independente do tipo de jornalismo executado, nada justifica a ameaça ou a violência extrema”, afirmou Bernal. Representando o MPE (Ministério Público Estadual), o promotor de Justiça Paulo Cezar dos Passos, afirmou que a discussão sobre o assunto é delicada e destacou a importância da liberdade para o exercício da profissão jornalística. “A imprensa livre é um direito básico de toda democracia”, definiu. “Qualquer ataque contra a imprensa, contra o jornalista, é um ataque a própria sociedade, a democracia. É evidente que há traços de crime de pistolagem, é evidente que há traços que a morte foi encomendada. Que tipo de sociedade estamos vivendo em Mato Grosso do Sul?”, questionou Passos ao comentar a morte de Rocaro. Pauta do jornalismo sul-mato-grossense Sócio-diretor do jornal Midiamax, Carlos Eduardo Belineti Naegele, se solidarizou com os familiares de Paulo Rocaro presentes na Audiência Pública. “O campo da discórdia não é a pistolagem não, é a Justiça O Mato Grosso do Sul não pode sustentar essa marca”, frisou. Para Naegele, os jornais sul-mato-grossenses devem atuar no sentido de auxiliar as investigações sobre o assassinato do jornalista pontaporense. “Temos que elucidar esse crime, que a imprensa abrace essa causa O esclarecimento desse crime não conforta somente a família, mas o jornalismo. O esclarecimento da morte de Paulo Rocaro deve ser a pauta do jornalismo em Mato Grosso do Sul”, destacou. Edmondo Tazza, representando os familiares de Rocaro, exigiu agilidade nas investigações do crime. “Já se passaram 25 dias da morte. O secretário Wantuir Jacini disse que mandaria uma equipe para investigar a morte do Paulo e até hoje apenas um delegado está a frente das investigações. É humanamente impossível. A morte do Rocaro não vai nos intimidar”, sentenciou. Jornalistas políticos são as maiores vítimas Para a presidente do Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso do Sul, Vanessa Amin, o assunto discutido durante a Audiência Pública é antigo e também demonstra a necessidade de um órgão que julgue possíveis abusos da imprensa, a exemplo dos Conselhos de Comunicação. “Mas só de estarmos discutindo esse tema é um progresso”, opinou. A sindicalista também apresentou dados disponibilizados pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), onde é apontado que o maior volume de casos de violência contra jornalistas são entre os profissionais responsáveis pela cobertura política e administração pública. “É um tema que infelizmente gera esse tipo de reação”, disse. Presidente do Sindicato dos Radialistas de Mato Grosso do Sul, Lúcio Maciel, também defendeu a punição aos mandantes e executores de crimes contra a imprensa e repudiou atos de censura. “Eu não vejo um engenheiro, um médico, serem mortos pelo trabalho feito, mas no caso de radialistas e jornalistas nós vemos”, comparou. Apoio O comandante da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, coronel Carlos Alberto David dos Santos, também defendeu o exercício livre da profissão. “Quando se perde um jornalista, quem perde é a sociedade”, frisou. “A Polícia Militar tem a obrigação de se juntar as outras forças para solucionar esses crimes”, emendou. Para o promotor de Justiça da comarca de Amambaí, Ricardo Rotunno, é necessário buscar apoio com o governo paraguaio para que crimes na região de fronteira, como o do jornalista Paulo Rocaro, sejam esclarecidos. “É fundamental a participação deles”, disse. Segundo o advogado Sandro Oliveira, representante da UFMS, uma alternativa seria a federalização de crimes contra a imprensa. “A violência é um atentado ao Estado Democrático de Direito”, argumentou. Para a professora de Comunicação Social Célia Franzoloso, “não é um fato como este que irá nos desanimar. Não será a impunidade que irá nos calar, vamos lutar”, disse. ------------------------------------------------------------------------------------------------------ Fonte: AQUIDAUANA NEWS http://www.aquidauananews.com/0,0,00,5687-193927-PARA+SINDICATO+VIOLENCIA+ATINGE+INTEGRIDADE+DO+JORNALISMO.htm 09/03/2012 - 16:40 Para sindicato, violência atinge integridade do jornalismo Dados de um relatório de 2010 apontam que a violência contra jornalistas está ligada principalmente às matérias sobre política e administração pública. A informação foi repassada pela presidente do Sindjor-MS (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul), Vanessa Amin, durante audiência pública “Violência contra imprensa e seus profissionais”, realizada nesta sexta-feira (9/3), na Assembleia Legislativa, proposta pelo deputado Alcides Bernal (PP). “Sabemos que esse número é muito inferior à realidade. É preciso que os profissionais da imprensa tenham coragem de denunciar para chegarmos a um quadro mais próximo do real”, afirmou Vanessa. Segundo ela, os jornalistas que sofreram violência são os que cumpriram a missão de tornar notícia o que é de interesse público. Diante deste quadro, Vanessa reforçou o pedido da entidade para que as autoridades policiais trabalhem com rapidez e seriedade nos casos de assassinatos de jornalistas. “Estamos cobrando a elucidação dos casos, a punição dos autores e a revelação dos reais motivos dos crimes.” Não são só os casos recentes envolvendo agressões e mortes de jornalistas que têm causado preocupação. Para Vanessa, a censura velada também é motivo de vergonha. “Há uma censura velada que é tão grave quanto um assassinato. Infelizmente, os interesses políticos e econômicos e individuais levam a essa censura velada”, disse. Para tentar resguardar a integridade de jornalistas em risco, o Sindjor-MS se coloca à disposição dos profissionais. “Através de um acordo coletivo, o sindicato pode solicitar às empresas um seguro de vida e uma assistência jurídica. Cabe apenas aos jornalistas se mobilizarem e procurarem o sindicato”, explica. Durante a audiência, vários profissionais relataram experiências, elogiaram a iniciativa do Legislativo em debater o assunto e cobraram elucidação dos recentes casos de assassinatos contra jornalistas que aconteceram no Estado.

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