30 Abril 2013

Antecedentes

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A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e a Fundação Robert R. McCormick Tribune se uniram para patrocinar a Conferência Hemisférica sobre a Modernização do Ensino do Jornalismo. Essa conferência, realizada em Cantigny, Illinois, em setembro de 1995, reuniu decanos de faculdades latino-americanas de jornalismo e seus pares nos Estados Unidos, além de editores de jornais de ambas as regiões, para discutir a situação do ensino universitário na América Latina e formas de atender às necessidades dos meios de comunicação.

A "Conferência Cantigny" teve como tema a modernização e enfatizou principalmente a necessidade de se promover uma formação mais prática, profissional e multidisciplinar. Com a reunião, iniciou-se o debate sobre as alternativas para a formação jornalística do século XXI para atender às sociedades livres nas quais os cidadãos têm o direito de buscar e receber informações, expressar suas opiniões e divulgá-las sem restrições.

Os decanos e editores examinaram juntos a situação atual de seus países, analisando temas como a preparação dos alunos para atender às expectativas da profissão, as oportunidades de trabalho, os vínculos entre as faculdades e os meios de comunicação e as mudanças que estão ocorrendo na estrutura da informação com o advento de novas tecnologias, como é o caso da Internet. Para além da diversidade dos países, culturas e programas universitários que estavam representados na reunião, surgiram vários interesses em comum e a troca de experiências e idéias deu lugar a várias propostas para mudanças nos focos do ensino do jornalismo.

Os participantes observaram que os principais problemas incluíam a falta de um ensino mais prático; a ênfase excessiva nas conferências e no aprendizado mecânico mais do que no aprendizado participativo; a rigidez de um plano de estudos no qual os alunos cursam todas as matérias sem interagir com alunos de outros lugares. Observou-se também que os alunos se formam com uma preparação bastante deficiente; que as faculdades geram um número excessivo de profissionais para a demanda de trabalho existente; que existem diversas posições sobre a obrigatoriedade do diploma universitário para o exercício do jornalismo; que existem falhas de caráter acadêmico e que proliferam as alternativas privadas em lugar das universidades públicas quanto à oferta de programas de jornalismo.

Depois da avaliação dos problemas, os participantes concordaram em criar um Conselho Latino-americano de Acreditação para estabelecer parâmetros comparativos para as faculdades de jornalismo na região em sua busca de satisfazer aos requisitos dos meios de comunicação. Analisaram as vantagens da acreditação e o sucesso alcançado nos Estados Unidos. Entenderam que a acreditação é uma forma de garantir que sejam mantidos os parâmetros de excelência nas instituições de ensino e uma garantia de qualidade para os programas educacionais e para o público ao qual se dirigem.

A acreditação é um processo privado e voluntário que teve início nos Estados Unidos em 1945. Atualmente, o Conselho de Acreditação para o Ensino do Jornalismo e Meios de Comunicação de Massa (denominado "ACEJMC") possui mais de 35 membros e mais de 103 programas credenciados em todo o país. Todos os anos, são visitadas mais de 20 faculdades que desejam se credenciar pela primeira vez ou obter nova acreditação, processo que se realiza a cada seis anos.

Depois da conferência, alguns participantes formaram um grupo de trabalho para superar a crise tanto dos jornais quanto das faculdades de jornalismo na América Latina. Criou-se um Comitê Organizador, com diretores de programas de jornalismo de cinco países das Américas e representantes da ACEJMC, com o objetivo de planejar a criação do Conselho Latinoamericano de Acreditação.

Durante várias reuniões do Comitê Organizador entre 1997 e 2000, os membros elaboraram a estrutura e estatutos do Conselho Latinoamericano de Acreditação da Educação em Jornalismo (CLAEJ) e três documentos fundamentais para o processo de acreditação:

1) Políticas e Procedimentos 2) Normas de Acreditação 3) Auto-estudo

Esses documentos foram apresentados e aprovados pelo CLAEJ durante sua primeira reunião de 13 de outubro de 2000 em Santiago, Chile.

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