29 Julho 2008

Uribe afirma perante a SIP que a liberdade de imprensa é essencial para a criar confiança e segurança democrática na Colômbia

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O presidente da SIP, Earl Maucker, reconhece a redução da violência no país, mas pede mais ênfase diante da impunidade nos crimes contra jornalistas e revela preocupação pela utilização de logotipos da Telesul no resgate dos seqüestrados, em 2 de julho passado.

Santa Marta, Colômbia (29 de julho de 2008). - O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, acusou hoje o “problema do terrorismo” de ser o maior gerador de violência contra o jornalismo colombiano e reafirmou que a liberdade de imprensa é um elemento essencial para a política de segurança democrática do seu governo, durante uma cerimônia de comemoração do 15º aniversário do jornal Hoy Diario del Magdalena, desta cidade.

O presidente afirmou que “a Colômbia teve governos generosos com a liberdade. A liberdade de imprensa é indiscutível”. Mas admitiu que ainda não se eliminou toda a violência contra os jornalistas, sindicalistas e professores, “m as estamos tendo progressos”. Como exemplo, afirmou que “tivemos anos de 15 jornalistas assassinados” e que nos últimos doze meses houve dois assassinatos, mas que não teriam relação com o exercício do jornalismo.

“Temos agora um jornalismo regional mais tranqüilo, menos ameaçado. Temos um dever com a liberdade de imprensa, com a vida dos jornalistas. Queremos ter nível zero de ameaças, assassinatos de jornalistas, sindicalistas e professores”, declarou Uribe.

O presidente explicou que a situação mais pacífica que se tem em todo o país e principalmente em Sierra Nevada é resultado de uma política geral do governo. “Nossa proposta foi criar confiança entre as instituições democráticas e as comunidades. Confiança é o que escrevemos e sustentamos em três bases: a segurança da democracia; o investimento na responsabilidade social e a coesão social. Sem segurança e sem investimento não se pode ter coesão social”, comentou.

O presidente da SIP, Earl Maucker, destacou a capacidade de liderança do presidente Uribe afirmando que “não podemos deixar de parabenizá-lo por ter alcançado a paz e reforçado a democracia mais antiga da América do Sul”. Acrescentou que “os últimos acontecimentos relacionados a Ingrid Betancoutr e a libertação dos sequestrados são exemplos da sua liderança e do amor pela paz do povo colombiano”.

Maucker enfatizou, porém, que a preocupação da SIP refere-se à utilização do logotipo da Telesul por militares colombianos durante a operação de resgate de Ingrid Betancourt e outros 14 sequestrados das mãos da FARC, em 2 de julho passado. “Nossa preocupação, senhor presidente, é que o uso dos logotipos da Telesul é algo perigoso que pode trazer descrédito e falta de confiança na imprensa.”

Maucker, que é editor e vice-presidente do jornal Sun-Sentinel, do sul da Flórida, ressaltou também que ainda que o número de jornalistas assassinados tenha diminuído consideravelmente, foram registrados na Colômbia nos últimos meses 35 incidentes violentos contra a imprensa e que cinco jornalistas abandonaram o país para proteger sua vida. Maucker acrescentou que “o clima de impunidade persiste” e chamou a atenção para o caso do jornalista Gustavo Ruiz Cantillo, assassinado naquela região do país em 2000, e cuja morte, como de tantos outros, continua sem punição.

Durante a comemoração dos 15 anos do jornal Hoy Diario de Magdalena, fundado em 1993, o presidente Uribe, perante diretores de jornais colombianos reunidos na Associação dos Jornais Colombianos (ANDIARIOS) destacou a liderança de Acevedo e seu jornal na luta pelos valores democráticos, apesar de ter tido de enfrentar problemas sérios com a violência no ano passado.

Para representar a SIP ao lado de Maucker compareceram à cerimônia o primeiro vice-presidente da instituição, Enrique Santos, diretor do jornal El Tiempo, de Bogotá; o diretor executivo, Julio Muñoz, e o diretor de Liberdade de Imprensa, Ricardo Trotti.

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