30 Outubro 2012
Revocan sentencia absolutoria
Em 20 de junho de 2002, o Tribunal Superior de Valledupar revogou a sentença de absolvição do homem acusado de assassinar a jornalista Amparo Leonor Jiménez em 11 de agosto de 1998 em Valledupar, departamento de César, Colômbia, e emitiu sua própria decisão. O tribunal condenou Libardo Prada Bayona a 37 anos e oito meses de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e porte ilegal de armas de fogo para defesa pessoal. Prada Bayona deverá pagar indenização por danos aos parentes da vítima no valor equivalente a 1.000 gramas de ouro.
Prada Bayona havia sido absolvido pela Vara Penal do Circuito de Valledupar em 23 de janeiro de 2002 e a sentença foi apelada pelo promotor e pelo ministério público.
A absolvição de Prada Bayona foi motivo de pronunciamento desta Sociedade Interamericana de Imprensa em março de 2002. A SIP pediu ao Tribunal Superior de Valledupar que respondesse ao recurso com rapidez e pediu à procuradoria-geral da nação que investigasse a Vara Penal de Valledupar que absolveu Prada Bayona em um processo que se estendeu por mais de um ano.
Após examinarem o caso, os magistrados Ramiro Alfredo Larrazabal, Adalberto Márquez e Alfredo Ariza Padilla revogaram a sentença de absolvição.
Prada Bayona foi detido onze dias depois do homicídio e acusado do crime em 16 de abril de 1999. Foi reconhecido por três testemunhas através de um retrato falado. Foi vinculado ao processo devido à declaração de uma pessoa que presenciou, dias antes do assassinato da jornalista, uma conversa na qual Prada Bayona comentava que um chefe paramilitar lhe havia encarregado de matar a jornalista.
Um documento arquivado na Procuradoria afirma que Prada Bayona trabalhava para os paramilitares da zona de César, René Ríos González e Salvatore Mancuso, membros das Autodefesas Unidas da Colômbia. Em fevereiro de 1996, os dois ameaçaram e apreenderam os pertences de Jiménez e de seu cinegrafista durante uma cobertura jornalística que realizavam para o noticiário Q.A.P. sobre o despejo violento de mais de 100 camponeses da Fazenda Bellacruz, de propriedade do ex-congressista e ex- ministro colombiano, Carlos Arturo Marulanda.
Marulanda foi detido em 16 de julho de 2001 pela INTERPOL, em Madri, Espanha, segundo ordem de extradição emitida para que respondesse às acusações de fazer parte de grupos paramilitares e de ter ligação com os incidentes de 14 de fevereiro de 1996. Foi extraditado para a Colômbia em 2002.
O processo do caso voltou para a seção de crimes sem punição contra jornalistas da Unidade de Direitos Humanos como caso no 479 para que a investigação prossiga e se determine o mandante do crime.