30 Outubro 2012

Novos depoimentos poderão ajudar nas investigações

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Novos depoimentos poderão ajudar nas investigações sobre a morte de Manoel Leal de Oliveira, assassinado em 14 de janeiro de 1998. No último dia sete de julho, o ex-agente de polícia Pedro Roberto Santos Figueiredo declarou aos promotores de Justiça de Itabuna (Bahia) ter visto o policial Mozart Brasil próximo à casa de Leal no dia do crime. E que, dias depois, o taxista Leopoldino Nobre, conhecido como Popó, o chamou para dizer que transportou uma pessoa conhecida como "Marcone" do aeroporto para a casa da então secretária municipal Maria Alice Pereira Araújo, sendo que a corrida foi paga pela secretária.
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Marcone Sarmento e Mozart Brasil foram apontados pela Polícia Federal, na época, como suspeitos do crime, mas não foram indiciados. Dias depois de falar com Figueiredo, Popó foi encontrado morto. Seu crime também permanece impune. O depoimento de Figueiredo reforça os indícios contra os dois suspeitos. O depoimento de Figueiredo foi dado aos promotores de Justiça Márcio José Cordeiro Fahel e José Carlos Adami Cerqueira. O ex-policial diz que, na época, chegou a mencionar estes fatos para o delegado encarregado de apurar o caso, Jaques Valois, mas que ele não tomou nenhuma providência, ao contrário, até tentou prejudicá-lo. Figueiredo foi indiciado pelo delegado Valois como participante no caso que ficou conhecido como "máfia dos cartões". Em março de 1998, comerciantes, estelionatários, um delegado e agentes policiais - incluindo Figueiredo - foram denunciados como integrantes no esquema que consistia em adulteração de ordens de pagamento e na "clonagem" de cartões de crédito na região de Itabuna. Os policiais foram acusados de extorsão contra os integrantes da máfia. Devido a seu indiciamento, o ex-agente policial Figueiredo foi demitido da Secretaria de Segurança Pública. O ex-policial disse que preferiu dar seu depoimento agora ao Ministério Público, e não ao delegado que atualmente conduz o inquérito, porque tudo o que foi dito já havia sido falado a Valois, sem que suas afirmações tivessem sido sequer registradas. O inquérito policial sobre o caso Leal foi reaberto pela Justiça em abril de 2000, depois de uma reportagem publicada no jornal A Tarde, de Salvador. Está sendo conduzido pelo delegado Gilberto Mouzinho. "Não sei por que essa pessoa deixou passar tanto tempo para falar", disse Mouzinho a SIP sobre as declarações de Figueiredo. "Talvez para aproveitar o momento político", observou. As eleições para prefeito e vereadores acontecem em outubro. Segundo o delegado, o ex-agente policial será convidado a depor. A secretária Maria Alice Pereira Araújo, atualmente trabalhando na campanha política do prefeito de Itabuna, Fernando Gomes, foi procurada pela SIP para comentar o fato de ter sido mencionada no depoimento do ex-policial, mas não deu retorno às ligações telefônicas. O ex-delegado Jaques Valois disse estranhar o comportamento do ex-agente Figueiredo. "Se ele tivesse mencionado esses fatos na época, eu teria tomado seu depoimento", comentou. Para Valois, a declaração feita por Figueiredo ao Ministério Público agora pode ser uma represália pelo fato de ter sido exonerado do serviço público após o indiciamento pela participação na máfia dos cartões. "Acho que ele está sendo usado". Outro fato pode mudar os rumos das investigações. No dia 27 de julho, Thomaz Iracy Moisés Guedes, que teria sido reconhecido por uma testemunha como um dos suspeitos pela morte de Leal, deu um depoimento ao juiz Marcos Bandeira, em Itabuna. Na ocasião, negou sua participação no crime de Leal, como havia feito anteriormente a SIP, por telefone. Também contou detalhes de sua prisão durante 54 dias em Itabuna, acusado junto com o filho de participar do assassinado do taxista Popó. Apesar do nome de Guedes ter sido citado no inquérito policial de Leal, ele nunca teve a prisão temporária decretada por esse crime. A única ordem de prisão temporária que tinha era pelo caso de Popó, e a ordem foi revogada em 10 de julho deste ano.

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