17 Novembro 2012
Projeto agrava pena por assassinato de jornalistas
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pode votar, nos próximos dias, projeto de reforma do Código Penal que agrava a pena de homicídio contra jornalistas. O relator da matéria, deputado Alessandro Molon PT-RJ), propõe aumento de pena se a vítima é profissional de imprensa, que estava à frente de denúncias de crimes e desvio de dinheiro público.
A Comissão de Constituição e Justiça da Câmara pode votar, nos próximos dias, projeto de reforma do Código Penal que agrava a pena de homicídio contra jornalistas. O relator da matéria, deputado Alessandro Molon PT-RJ), propõe aumento de pena se a vítima é profissional de imprensa, que estava à frente de denúncias de crimes e desvio de dinheiro público.
Pela norma em vigor, o autor do crime responderia por homicídio simples, com pena de seis a 20 anos de prisão. Se a proposta for aprovada, a pena mínima para o assassinato de jornalistas passa a ser de 12 anos, e a máxima, de 30 anos de reclusão.
Outra proposta transforma em crime federal os assassinatos de jornalistas, fazendo com que os crimes sejam investigados pela Polícia Federal e não pelas polícias civis estaduais.
Atualmente, o Brasil ocupa a quinta posição entre os países onde houve mais mortes de jornalistas em 2012, empatando com a Somália e o Paquistão. Estes números foram publicados pela Press Emblem Campaign (PEC), entidade suíça que defende a liberdade de imprensa.
Segundo o levantamento, 72 jornalistas foram mortos pelo mundo nos seis primeiros meses deste ano, num total de 21 países pesquisados. Um índice 33% superior aos incidentes registrados em 2011.
No total, seis jornalistas foram mortos no Brasil no primeiro semestre. As ocorrências motivaram a manifestação do Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas.
Em abril, a ONU condenou o assassinato do jornalista Décio Sá, do jornal O Estado do Maranhão e autor do blog do Décio. O organismo chamou de tendência perturbante o fato de mais um jornalista ter sido morto, numa sequência de atentados a profissionais de imprensa.
Dois meses antes, o jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodriguez, editor do Jornal da Praça, em Ponta Porã, na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai, foi morto a tiros. Ele liderava uma campanha contra a corrupção na cidade.
http://www.tribunahoje.com/noticia/46554/politica/2012/11/17/projeto-agrava-pena-por-assassinato-de-jornalistas.html