29 Agosto 2012

Morte de Paulo Rocaro completa 200 dias

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O atentado que causou a morte do jornalista Paulo Rocaro completa 200 dias de impunidade nesta quinta-feira, 30 de agosto. A data será lembrada pelo Sindicato dos Jornalistas de Dourados e região como um atentado contra a profissão de jornalista, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e o direito constitucional do cidadão de ter informação de qualidade.
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O atentado que causou a morte do jornalista Paulo Rocaro completa 200 dias de impunidade nesta quinta-feira, 30 de agosto. A data será lembrada pelo Sindicato dos Jornalistas de Dourados e região como um atentado contra a profissão de jornalista, a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e o direito constitucional do cidadão de ter informação de qualidade. Na noite de 12 de fevereiro de 2012, Paulo Rocaro estava dirigindo seu veículo pela Avenida Brasil, sentido centro-bairro, em Ponta Porã, quando duas pessoas em uma moto dispararam contra ele 12 tiros de pistola 9 milímetros. Mesmo atingido com cinco tiros, Rocaro conseguiu chamar por socorro e foi encaminhado para o Hospital, onde morreu na madrugada. Paulo Rocaro trabalhava há 31 anos na área jornalística, foi presidente do Clube de Imprensa da cidade e editor-chefe do Jornal da Praça e do site Mercosul News. De fevereiro a agosto, o crime não foi elucidado. Imagens das câmeras filmadoras de lojas próximas ao local do atentado foram obtidas, quebra de sigilo telefônico foi realizada, análise dos arquivos do computador foi feita e demais fontes de informação foram verificadas pela Polícia Civil. O Governo do Estado de Mato Grosso do Sul e a Secretaria de Segurança do Estado fizeram diversos pronunciamentos, por meio de seus representantes, sobre o empenho na investigação. Em 9 de março foi promovida audiência pública sobre a violência contra a imprensa na Assembleia Legislativa de MS. Diversas organizações nacionais e internacionais de Direitos Humanos, como a ONU (Organização das Nações Unidas) cobraram providências. Até a ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, cobrou do Congresso Nacional a aprovação de projeto de lei que transfere para a esfera federal a investigação dos crimes de milícias e grupos de extermínio, classificando as mortes dos jornalistas ocorridas no início de 2012 como crime de extermínio. Isso sem contar as manifestações dos sindicatos de jornalistas de todo o Brasil contra cada uma das seis mortes registradas nos últimos 12 meses e da Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ) defendendo o projeto de lei para que as investigações dos crimes contra os jornalistas tenham participação da Polícia Federal. No entanto, família, colegas e sociedade continuam sem resposta. A impunidade só faz aumentar a sensação de insegurança dos colegas de profissão e da população em geral, que reclama justiça contra os mandantes e executores do assassinato de Rocaro. O exercício do Jornalismo sofre, é fragilizado por essas agressões e reclama por melhores condições de trabalho, de segurança e de valorização quanto à importância da profissão para o Estado Democrático de Direito. Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados – Sinjorgran Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul – SindJor-MS

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