09 Maio 2012
Policía concluye averiguación y revela detalles sobre el asesinato de F. Gomes
El asesinato del periodista radial Francisco Gomes de Medeiros, conocido como F.Gomes, fue planeado por un consorcio de personas. Esa fue la conclusión de la policía sobre la muerte del radialista, que ocurrió el 18 de octubre de 2010 en la ciudad de Caicó, en el Estado de Rio Grande do Norte. En la época, Gomes tenía un blog y presentaba un programa con noticias de hechos policialescos en la Radio Caicó.
El asesinato del periodista radial Francisco Gomes de Medeiros, conocido como F.Gomes, fue planeado por un consorcio de personas. Esa fue la conclusión de la policía sobre la muerte del radialista, que ocurrió el 18 de octubre de 2010 en la ciudad de Caicó, en el Estado de Rio Grande do Norte. En la época, Gomes tenía un blog y presentaba un programa con noticias de hechos policialescos en la Radio Caicó.
La comisaria Sheila Freitas, de la División Especial de Combate al Crimen Organizado (Deicor), hizo una conferencia de prensa el 8 de mayo de 2012, en el Fórum de Caicó, para anunciar que el caso fue esclarecido. Algunas personas ya habían sido encarceladas, pero la policía siguió con las investigaciones y obtuvo nuevas pruebas que ahora fueron anunciadas.
La comisaria explicó como un grupo de personas planificó la muerte de Gomes. Según la comisaria, el comerciante Lailson Lopes, conocido como "Gordo da Rodoviária", el pastor Gilson Neudo Soares do Amaral y el tenente-coronel de la Policía Militar Marcos Antônio de Jesus Moreira encargaron el crimen al abogado Rivaldo Dantas de Farias, quien contató al sicario João Francisco dos Santos, el "Dão". El policía militar Evandro Medeiros escondió el arma del crimen. La comisaria dijo que no había una única motivación, sino que no les gustaba las denuncias hechas por Gomes. Todos los involucrados están encarcelados.
El resultado de las averiguaciones fue enviado al Ministerio Público. El fiscal Geraldo Rufino dijo que dos de los acusados - João Francisco dos Santos y Lailson Lopes - van a ser juzgados en breve.
El reportero Paulo de Sousa, del periódico DIÁRIO DE NATAL, estuvo en la conferencia de prensa y apuntó cómo fue planeado el asesinato, según la comisaria Sheila Freitas:
http://www.diariodenatal.com.br/2012/05/09/cidades2_0.php
Edição de quarta-feira, 9 de maio de 2012
Morte de F. Gomes é elucidada Um consórcio entre pessoas denunciadas pelo jornalista pagou R$ 8 mil para calar de vez sua voz
Fonte: DIÁRIO DE NATAL
Paulo de Sousa
[email protected]
Um consórcio foi formado para planejar e executar o assassinato do jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, o F.Gomes, em Caicó, que custou aos mandantes do crime R$ 8 mil. É o que aponta as investigações em torno do crime, reveladas pela delegada Sheila Freitas, da Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado (Deicor), em entrevista coletiva dada ontem no Fórum de Caicó. Segundo ela, o comerciante Lailson Lopes, o "Gordo da Rodoviária", o pastor Gilson Neudo Soares do Amaral, e o tenente-coronel PM Marcos Antônio de Jesus Moreira, encomendaram o crime ao advogado Rivaldo Dantas de Farias, que articulou o homicídio praticado pelo pistoleiro João Francisco dos Santos, o "Dão". O soldado PM Evandro Medeiros teria apenas ficado encarregado de esconder a arma usada no assassinato. Para a delegada, não houve uma motivação particularizada por parte dos mandantes, mas "eles não gostavam de F. Gomes por causa das denúncias que ele fazia contra cada um na rádio". Todos os envolvidos estão presos.
F. Gomes foi morto no dia 18 de outubro de 2010, na porta de casa, em Caicó. O consórcio apontado pelas investigações foi formado por Rivaldo Dantas, Marcos Moreira, Lailson Lopes e Gilson Neudo. Segundo Sheila Freitas, cada um deles foi alvo de denúncias feitas pelo radialista em seu programa pela Rádio Caicó, onde trabalhava. Marcos Moreira, que à época do crime ainda era major e trabalhava como diretor da Penitenciária da cidade, teve sua administração frequentemente questionada pela vítima, chegando a ser exonerado do cargo. Lailson Lopes e Gilson eram sócios na loja de celulares existente na rodoviária do município. Denúncias de F. Gomes davam conta que o estabelecimento servia de fachada para atividades criminosas praticadas pelo "Gordo". As acusações geraram prejuízos ao comércio e o pastor chegou a processar a rádio. Rivaldo também era frequentemente citado pelo jornalista em seu programa, inclusive anunciando as vezes que o advogado foi preso.
A raiva que eles nutriam pelo jornalista por causa dessas denúncias os levou a se reunirem e planejar a morte dele. A delegada afirma que o articulador de todo o crime foi o advogado, único elo de ligação entre o oficial da PM, Lailson Lopes e o pastor. Ele também era o único que conhecia João Francisco, autor confesso do homicídio, bem como apenas ele tinha contato com o soldado que esconderia a arma.
Ainda conforme Sheila Freitas, o valor arrecadado pelo consórcio para pagar "Dão" pelo assassinato foi de R$ 8 mil. Desses, R$ 3 mil foram dados pelo pastor Gilson, dinheiro retirado da Igreja Batista da qual era líder, e serviria para que o pistoleiro fugisse da cidade após o crime. O restante seria pago pelo oficial PM em cinco cheques, cada um no valor de R$ 1 mil. Esse dinheiro foi conseguido pelo então major após ele ter vendido um triciclo. Os cheques foram entregues a Rivaldo Dantas, que os depositou na conta de um irmão.
Veneno
A delegada revela também que, a princípio, havia outro plano arquitetado por Gilson Neudo para se vingar do jornalista. "Ele queria atingir a todos da rádio em que ele trabalhava. A equipe da rádio, todos os dias, tomava um café da manhã que era enviado por uma padaria. O plano inicial era de envenenar bolos, pães e sucos e levá-los para a emissora, afirmando que os produtos tinham sido mandados pela padaria. Mas o restante do grupo discordou da ideia".
Provas nos autos
A titular da Deicor conta que o esquema passou a ser totalmente descortinado ainda em meados do ano passado, depois que Lailson Lopes, já detido na Cadeia Pública de Caraúbas, decidiu "abrir o jogo" para a polícia. Segundo a delegada, o comerciante alegou ter sofrido ameaças por parte dos demais comparsas, que teriam dito que matariam seu filho caso revelasse algo sobre o "consórcio". "Mesmo revelando detalhes sobre o crime, ainda assim, o Gordo continua negando qualquer participação no caso. Ele afirma que soube de todo o esquema depois de Gilson ter-lhe contado", disse a delegada.
Com esse depoimento, a delegada Sheila Freitas afirma que todo o caso foi reanalisado e foi pedida a quebra de sigilo telefônico dos nomes envolvidos. Conforme a titular da Deicor, o pistoleiro contratado para executar F. Gomes recebeu um telefone celular dado pelo grupo, com quem ele manteve contato com os mandantes antes e depois do crime. "Inclusive, descobrimos que essa linha já tinha sido utilizada por Gilson e Lailson e foi habilitada no nome de uma outra pessoa, completamente idônea". Ela afirma que o registro das ligações telefônicas foi crucial para se entender onde cada um dos envolvidos estava durante o crime.
Sheila Freitas conta que depois que F. Gomes foi assassinado por "Dão", no dia 18 de outubro de 2010, o assassino se encontrou com Rivaldo Dantas, que o levou de carro até a casa do soldado Evandro, onde estavam também Lailson e Gilson. "Várias ligações telefônicas foram feitas entre eles combinando essa reunião, todas comprovadas nos autos", acrescenta a delegada. A missão de Evandro foi a de esconder a arma usada por João Francisco. Porém, durante a reunião, o pistoleiro se recusou a deixar a cidade. "Houve até uma discussão entre ele e Gilson, pois o pastor tinha empenhado dinheiro de sua igreja exatamente para que Dão fugisse".
João Francisco continuou em Caicó e acabou sendo detido pela polícia no dia seguinte. Para Sheila Freitas, "Dão" é um sociopata que não sente qualquer remorso pelo crime que cometeu nem por qualqueroutro assassinato que tenha praticado. Ele foi contratado para esse crime pela íntima relação entre o pistoleiro e o articulador do crime, Rivaldo Dantas. "Dão se considera um filho de Rivaldo e esse já teria dito abertamente que o pistoleiro faria qualquer coisa que ele quisesse".
A quebra do sigilo bancário, por sua vez, segundo Sheila, serviram para comprovar a transação entre o tenente-coronel Moreira e Rivaldo Dantas. A delegada revela ainda que houve atrito entre esses dois acusados, uma vez que os cheques entregues pelo oficial PM ao advogado retornaram. A indisposição entre os dois levou o então diretor da Penitenciária de Caícó a denunciar Rivaldo Dantas ao MP.
Sheila Freitas garante que o caso está fechado e não há mais qualquer outro envolvido no crime. O relatório foi encaminhado ao promotor Geraldo Rufino, que deverá encaminhar a denúncia ao juiz criminal de Caicó, Luiz Cândido Villaça. O representante do MP ressalta que a Justiça já determinou que João Francisco e Lailson Lopes irão a júri popular, que deve ocorrer em breve. "O restante dos envolvidos responderá a novo processo com as novas informações e vamos trabalhar para que também sejam encaminhados ao júri popular". Os seis acusados respondem pelo crime de homicídio qualificado.
Perfil dos acusados
João Francisco dos Santos, "Dão"
-Pistoleiro
-Preso em 19 de outubro de 2010
-Autor confesso do assassinato
-Receberia R$ 8 mil pelo crime.
Lailson Lopes,
"Gordo da Rodoviária"
-Comerciante
-Preso em 20 de janeiro de 2011
-Mandante
-A vítima teria denunciado que sua loja de celulares servia de fachada para crimes. Sua esposa tinha estreita amizade com o radialista e o admirava.
Gilson Neudo Soares do Amaral
-Pastor
-Preso em 19 de março de 2012
-Mandante
-Sócio de Lailson, viu a loja de celulares perder os rendimentos devido às denúncias de F. Gomes. Tirou R$ 3 mil da igreja para pagar o pistoleiro.
Marcos Antônio de Jesus Moreira
-Tenente-coronel da PM
-Mandante
-Preso em 3 de maio de 2012
-Era criticado e foi alvo de várias denúncias feitas por F. Gomes sobre sua administração à frente da Penitenciária de Caicó. Pagou R$ 8 mil pelo crime.
Rivaldo Dantas de Farias
-Advogado
-Articulador do "consórcio"
-Preso em 20 de janeiro de 2011
-Também alvos de várias denúncias feitas por F. Gomes de praticar atividades criminosas.
Evandro Medeiros
-Soldado da PM
-Escondeu a arma do crime
-Preso em 19 de março de 2012
-Encarregado de esconder a arma usada por "Dão", que permanece desaparecida.