16 Fevereiro 2012

Entidades fazem carta aberta pedindo a autoridades que crime não fique impune

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Entidades de representação de profissionais de Jornalismo lançaram no dia 16 de fevereiro de 2012 uma carta aberta para os órgãos de segurança e demais autoridades do Estado do Mato Grosso do Sul solicitando empenho para o esclarecimento do assassinato de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, o Paulo Rocaro, ocorrido em 12 de fevereiro de 2012.
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CASO PAULO ROCARO Entidades de representação de profissionais de Jornalismo lançaram no dia 16 de fevereiro de 2012 uma carta aberta para os órgãos de segurança e demais autoridades do Estado do Mato Grosso do Sul solicitando empenho para o esclarecimento do assassinato de Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, o Paulo Rocaro, ocorrido em 12 de fevereiro de 2012. As entidades reivindicam ainda que seja garantida proteção por parte das autoridades e das empresas de comunicação para todos os jornalistas que se sentirem ameaçados, tanto em Ponta Porã, no Brasil, como em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha na fronteira com o Paraguai. O documento é assinado pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran), Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (SindJor-MS) e Federação Nacional de Jornalistas (FENAJ). Segue uma cópia do documento na íntegra: Carta aberta aos órgãos de segurança e às autoridades de MS As entidades de representação dos profissionais de jornalismo abaixo-assinadas vêm a público reivindicar aos órgãos de segurança pública de Mato Grosso do Sul, de todos os níveis, especialmente à 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, o empenho e precisão nos trabalhos de investigação sobre o assassinato do jornalista Paulo Roberto Cardoso Rodrigues, conhecido como Paulo Rocaro, ocorrido na noite de 12 de fevereiro de 2012. Estendemos também a reivindicação às autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para que promovam a mobilização e união de forças contra esse atentado ao Estado Democrático de Direito. Queremos que todas as hipóteses sobre a motivação do crime sejam consideradas com a maior responsabilidade possível, já que Paulo Rocaro foi policial civil, escritor, presidente do Clube de Imprensa de Ponta Porã e, sobretudo, jornalista por mais de 30 anos, período em que denunciou fatos que prejudicaram os mais diversos interesses de criminosos do poder oficial e paralelo da região. Lamentamos a morte do colega, vida que não poderemos reaver, e cobramos a urgência no esclarecimento do atentado, porque o autor do crime, ao matar um jornalista, feriu toda a categoria, profissionais que precisam sentir-se seguros e com toda a liberdade necessária para o desenvolvimento do seu trabalho, tão útil para a sociedade e a democracia. A violência fragilizou todo o jornalismo de Ponta Porã, da região de fronteira, do Estado de Mato Grosso do Sul e do Brasil. A repercussão do crime é internacional, todos repudiando a situação e considerando uma agressão a liberdade de expressão do pensamento e informação, consagrada pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Defensores do Estado de Direito, cabe a nós, entidades, profissionais de jornalismo e cidadãos, esperarmos que os responsáveis pela segurança cumpram com o seu dever frente ao crime, pois infelizmente é o que resta a ser feito, já que o ideal seria que tivessem impedido que acontecesse. Nesse sentido, reivindicamos ainda que seja feito o possível pela proteção dos demais jornalistas que se sentirem ameaçados tanto em Ponta Porã quanto na cidade gêmea, Pedro Juan Caballero (Paraguai), bem como reconhecemos que tal responsabilidade também deve ser atribuída às empresas de comunicação, uma vez que contratam profissionais para atuarem no jornalismo investigativo. Portanto, elas devem estar cientes dos perigos pelos quais seus funcionários passam e, por isso, tem a obrigação de planejar e oferecer condições mínimas de segurança para seus empregados, como ocorre em qualquer profissão que envolva riscos à vida e à integridade física. Mais uma vez manifestamos nosso pesar a família e colegas, repudiamos tal crime e afirmamos nossa vigilância permanente quanto aos encaminhamentos que serão realizados. 16 de fevereiro de 2012 Sinjorgran – Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados SindJor-MS – Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul Vice-presidência Regional Centro-Oeste da FENAJ Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas

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