28 Dezembro 2010
Mapa dos Riscos
Em janeiro de 2010, iniciou-se um trabalho que alimentaria o projeto de Mapa dos Riscos no México. Fez-se primeiro o planejamento e depois a coleta e análise de informações sobre a situação das agressões a jornalistas e meios de comunicação no país. O passo seguinte foi percorrer o território mexicano, visitando as principais cidades e as comunidades onde haviam sido registradas agressões a jornalistas, o que permitiu chegar a fontes de informações, obter testemunhos de vítimas e do pessoal das redações de todos os escalões, familiares de colegas assassinados ou desaparecidos.
Em janeiro de 2010, iniciou-se um trabalho que alimentaria o projeto de Mapa dos Riscos no México. Fez-se primeiro o planejamento e depois a coleta e análise de informações sobre a situação das agressões a jornalistas e meios de comunicação no país. O passo seguinte foi percorrer o território mexicano, visitando as principais cidades e as comunidades onde haviam sido registradas agressões a jornalistas, o que permitiu chegar a fontes de informações, obter testemunhos de vítimas e do pessoal das redações de todos os escalões, familiares de colegas assassinados ou desaparecidos.
Por outro lado, por meio de pesquisas e entrevistas a funcionários públicos, foi possível chegar a várias conclusões que estão resumidas abaixo:
Grupos que fazem parte do crime organizado controlam as agendas dos meios de comunicação em várias cidades do país por meio de ameaças, tortura ou sequestros relâmpago, censurando a divulgação das matérias sobre o narcotráfico e corrupção de funcionários públicos.
A autocensura estendeu-se para os seis estados na fronteira com os Estados Unidos. O mesmo acontece em outras sete províncias do interior mexicano.
As ameaças e intimidações estenderam-se a praticamente todo o território mexicano e são mais graves onde o narcotráfico tem presença destacada. São feitas por meio de chamadas telefônicas, mensagens de texto enviadas por celular, mensagens escritas em cartazes colocados nas ruas ou junto a cadáveres, privação da liberdade, contato verbal direto, mensagens transmitidas a membros das forças de segurança pública, ataques com granadas e disparos contra prédios dos meios de comunicação e colocação de corpos ou cabeças de cadáveres perto de empresas jornalísticas.
As agressões a jornalistas e meios são mais graves e violentas. Alguns exemplos são disparos contra as fachadas de empresas jornalísticas (Sinaloa), lançamento de granadas (Tamaulipas e Nuevo León) e assassinatos e sequestros nas ruas (Armando Rodríguez, Valentín Valdés e três repórteres de TV, em Coahuila).
O desaparecimento é o recurso mais utilizado e a intenção é gerar mais incerteza e medo. Em 2009 e 2010, aumentou o número de desaparecidos.
O Estado mantém-se omisso em todos os seus níveis em termos de ivestigação e julgamento dos responsáveis pelos ataques, o que piora a situação de impunidade e aumenta a desconfiança quanto às autoridades.
Diante do medo e da impunidade, os meios se retraem e diminuem a quantidade de informações que divulgam, inclusive sobre assuntos relacionados ao crime organizado.
Devido aos casos de corrupção entre jornalistas que trabalham para a máfia ou aceitam atuar como mensageiros de criminosos, aumentou o clima de suspeita entre jornalistas e nos meios de comunicação.
Não se observa uma resposta organizada e solidária da mídia em defesa da liberdade de expressão.
O treinamento recebido pelos jornalistas das editorias sujeitas a riscos (especificamente a editoria de polícia) nos últimos cinco anos, que é fundamental, tem sido feito apenas por organizações como a SIP.
Os meios de comunicação não estão preparados para evitar agressões. Desconhecem estratégias de segurança e não possuem protocolos para segurança nem estão informados sobre os riscos ou sobre sua dimensão e alcance.