Um vídeo publicado na noite desta quinta-feira no YouTube mostra a ação de um grupo de policiais militares contra jornalistas durante protesto contra o aumento das tarifas no centro de São Paulo.
As imagens foram feitas pelo jornalista Diego Cruz, 30, do portal do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), na praça Roosevelt.
No vídeo, os repórteres se identificam e pedem para que não sejam atingidos. Os policiais ignoram o pedido e disparam tiros de borracha contra os profissionais da imprensa. Em seguida, jogam bombas de gás lacrimogênio no meio do grupo, quando se dispersa.
"O protesto estava calmo e do nada eles começaram a atirar na imprensa", disse a jornalista do PSTU Raiza Rocha, 27, que fazia a cobertura do protesto ao lado de Cruz. "A gente gritava dizendo que éramos jornalistas, mas eles não estava nem aí".
PROTESTO
A polícia deteve ao menos 192 pessoas nesta quinta-feira, quarto dia de protestos contra o aumento das tarifas no centro de São Paulo. Desses suspeitos, 161 foram encaminhados ao 78º DP (Jardins) e outros 31 para o 1º DP (Liberdade).
Segundo policiais ouvidos pela Folha, ao menos 14 deles foram presos em flagrante. Entretanto, a polícia não informou sob suspeita de quais crimes eles foram indiciados.
Cerca de cem pessoas ficaram feridas, segundo o Movimento Passe Livre, que organizou a manifestação.
Entre os feridos há sete jornalistas da Folha, sendo que dois deles foram atingidos por tiros de bala de borracha na cabeça.
O prefeito Fernando Haddad (PT) afirmou na noite de hoje que a manifestação de hoje contra o aumento das passagens de ônibus, metrô e trens foi marcada pela "violência policial" .
"Na terça, a imagem que ficou foi da violência dos manifestantes. Hoje, infelizmente, não resta dúvida, a imagem que ficou e da violência policial", disse o prefeito. Ele disse que nesta sexta-feira avaliará as medidas que tomará para tentar conter a escalada de violência nos protestos.
Fonte: Terra http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/reporter-ferida-por-pm-em-sp-diz-que-ja-enxerga-com-olho-atingido,69b07116da24f310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html Repórter ferida por PM em SP diz que já enxerga com olho atingido Jornalista da 'Folha de S. Paulo' foi uma das repórteres agredidas por policiais durante o protesto de quinta-feira A repórter do jornal Folha de S. Paulo Giuliana Vallone, que foi atingida no olho direito por um tiro de bala de borracha disparado por policiais militares na quinta-feira, está internada no Hospital Sírio-Libanês e afirmou que já consegue enxergar com o olho ferido. A jornalista postou uma mensagem no Facebook em que agradece às manifestações de solidariedade de amigos e desconhecidos, e afirma que passou a noite em observação. "Agora, ao acordar, percebi a coisa mais incrível: já consigo enxergar com o olho afetado, o que não acontecia quando cheguei aqui", escreveu ela. Repórter do Terra é agredido pela PM em protesto em SP Repórteres da Folha levam tiros de borracha no rosto em protesto SP: fotógrafo do Terra é preso durante cobertura de protesto Giuliana disse que não sofreu fraturas ou problemas neurológicos, e que o globo ocular não teve danos. "Fora isso, estou muito inchada e tomei alguns pontos na pálpebra", afirmou. Jornalistas agredidos e presos por PMs Outros seis repórteres da Folha foram feridos durante o protesto contra o aumento do preço da tarifa do transporte público na quinta-feira. A empresa afirmou que "repudia toda forma de violência e protesta contra a falta de discernimento da Polícia Militar no episódio". O repórter do Terra Vagner Magalhães também foi agredido por policiais militares enquanto trabalhava na cobertura da manifestação. O jornalista levou um golpe de cassetete no braço, no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Manifestantes se juntaram no local depois que o protesto e os confrontos com a polícia se amenizaram. Policiais passaram pelo local e foram ironicamente aplaudidos pelo grupo. Diante da provocação, os PMs partiram para cima dos manifestantes. Antes da confusão, Vagner alertou os policiais que é repórter e que estava trabalhando no local, mas foi agredido. Os PMs ainda lançaram bombas sobre um grupo de jornalistas que partiu em sua ajuda. O fotógrafo do Terra Fernando Borges também foi detido enquanto cobria a manifestação, nesta tarde. Ele portava crachá de imprensa, equipamento fotográfico de trabalho e se apresentou como jornalista, mas foi levado pelos policiais. Ele passou 40 minutos detido junto com outros manifestantes, de frente para a parede, com as mãos nas costas e a cabeça baixa, mas foi liberado em seguida. Policial dispara tiros de bala de borracha contra manifestantes Os policiais revistaram os pertences e documentos dos detidos, e só liberaram o fotógrafo alegando que ele "não portava vinagre", que é usado como "antídoto caseiro” contra os efeitos da bomba de gás lacrimogêneo. Alguns profissionais de imprensa utilizam o produto para conseguir trabalhar registrando as imagens do protesto . A repórter do Terra Marina Novaes tentou fugir das bombas lançadas pela polícia e se refugiou na garagem de um prédio próximo à praça Roosevelt, junto de um grupo de outras pessoas. A polícia isolou a área e levou o grupo para o camburão. Retida, ela só foi dispensada depois que se apresentou como jornalista. O repórter Piero Locatelli, da revista CartaCapital, também foi detido. Segundo a publicação, ele foi preso enquanto fazia a cobertura das manifestações. O repórter Henrique Beirange, do jornal Metro, foi atingido por um jato de spray de pimenta, enquanto cobria a manifestação. "Jogaram spray de pimenta de forma aleatória contra os jornalistas. Isso é um absurdo. A gente está aqui trabalhando", protestou. http://noticias.terra.com.br/brasil/cidades/reporter-ferida-por-pm-em-sp-diz-que-ja-enxerga-com-olho-atingido,69b07116da24f310VgnVCM20000099cceb0aRCRD.html