12 Novembro 2013

Justiça nega pedido de revogação da prisão de suspeito de matar jornalista

Aa
$.-
Defesa diz que recorrerá em segunda instância. Ministério Público rebate as alegações de advogado do suspeito. Patrícia BeloDo G1 dos Vales de Minas Gerais Rodrigo Neto (www.g1.globo.com) O juiz da 2ª Vara Criminal de Ipatinga, Antônio Augusto Calaes, negou nesta segunda-feira (11) o recurso de revogação e relaxamento da prisão feito pela defesa do policial civil Lúcio Lírio Leal, preso suspeito de participação no assassinato do jornalista Rodrigo Neto. Contudo, o advogado de defesa de Lúcio, Elizeu Borges Brasil, disse que como seu cliente não conseguiu o benefício em Ipatinga, ele irá recorrer a instâncias superiores. “Agora que aqui (em Ipatinga) o juiz negou o pedido, vou entrar com um habeas corpus no Tribunal de Justiça, em Belo Horizonte”, informou. Defesa De acordo com o advogado, o pedido foi feito baseado na alegação de que a prisão se tornou ilegal em virtude do excesso de prazo para realização da primeira audiência do caso. Segundo a defesa, já se passou o prazo legal de 90 dias para que a culpa de Lúcio fosse formalizada, o que ainda não ocorreu. O pedido da defesa também se apoia no argumento de que o detetive não preenche os requisitos para permanecer preso preventivamente segundo o Código Penal. De acordo com o artigo 312 do texto, “a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria”. Posicionamento O Ministério Público já deu parecer na semana passada sobre a argumentação dos advogados de Lúcio, alegando que o prazo de 90 dias não deve ser isolado e que o tempo em que o detetive ficou preso temporariamente não foi computado. “No mais, a situação tem que ser vista de forma globalizada. É um caso complexo e significativo”, diz trecho do parecer da promotoria. Envolvimento Lúcio foi preso em junho deste ano apontado pela Polícia Civil de Belo Horizonte de ter participado da trama que levou à morte do jornalista Rodrigo Neto, assassinado a tiros em 8 de março deste ano. Segundo o Departamento de Homicídios da capital mineira, o detetive teria agido como uma espécie de informante, vigiando os últimos passos do repórter, no bairro Canaã. O policial civil teria agido juntamente com Alessandro Neves Augusto, o Pitote, que foi apontado como sendo o executor do jornalista. Também foi considerado como o autor da morte do repórter fotográfico Walgney Carvalho, assassinado a tiros em Coronel Fabriciano pouco mais de um mês depois de Rodrigo Neto, no dia 19 de abril. A Justiça da Comarca de Ipatinga marcou para o dia 9 de dezembro a realização da primeira audiência de instrução do caso Rodrigo Neto, quando serão ouvidas as testemunhas de acusação e defesa dos suspeitos, bem como eles próprios, que deverão vir a Ipatinga participar das audiências. Atualmente, Lúcio Lírio Leal se encontra detido na Casa do Policial Civil, em Belo Horizonte, enquanto Alessandro está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem.        

Compartilhar

0