Sociedade Interamericana de Imprensa condena assassinato no Brasil e pede investigação
Miami (11 de janeiro de 2008).- A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o assassinato do cinegrafista Walter Lessa de Oliveira, ocorrido no sábado passado e pediu às autoridades locais que investiguem imediatamente o caso e castiguem os responsáveis materiais e intelectuais do crime.
Walter Lessa de Oliveira, de 53 anos, foi assassinado na tarde do sábado, 5 de janeiro, em Maceió, capital de Alagoas. Trabalhava como cinegrafista da televisão da Assembléia Legislativa de Alagoas desde sua inauguração, em setembro de 2007. Era também professor de uma faculdade de comunicação. Trabalhou durante 20 anos na TV Gazeta, afiliada à TV Globo, e foi diretor do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas.
Lamentamos que a imprensa esteja novamente de luto. Pedimos que as autoridades competentes no Brasil investiguem o assassinato o quanto antes, declarou Earl Maucker, presidente da SIP e diretor e primeiro vice-presidente do jornal Sun-Sentinel, da Flórida.
Gonzalo Marroquín, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP e diretor do jornal Prensa Libre da Guatemala, acrescentou que só mostrando resultados e levando os culpados à justiça, independentemente do motivo do crime, é que será possível dar um basta à violência e à impunidade.
Walter Lessa estava em um ponto de ônibus no bairro Tabuleiro dos Martins, em Maceió, quando foi abordado por um homem com o qual, segundo testemunhas, teria discutido. O jornalista foi alvejado com quatro tiros que atingiram a cabeça, o tórax e as costas.
Há várias hipóteses para o assassinato, entre elas roubo ou o suposto vínculo de Walter Lessa com o desvio de fundos da Assembléia Legislativa, operação que a Polícia Federal investigava desde dezembro passado. Mas os meios locais especulam que ele poderia ter sido assassinado por ter filmado um narcotraficante da região. As autoridades não confirmaram nenhuma dessas possibilidades.
Segundo familiares e colegas, Walter Lessa era uma pessoa tranqüila e não havia recebido ameaças.
O assassinato de Walter Lessa ocorreu menos de uma semana depois da morte de outro funcionário da Assembléia Legislativa, Abelardo Fernandes da Rocha, que foi assassinado em 3 de janeiro passado.
