13 Junho 2012

Absolvição de acusado leva a novas investigações no Caso Barbon

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O júri popular do 5º Tribunal do Fórum Criminal de Barra Funda, em São Paulo, absolveu por falta de provas o policial Valnei Bertoni, acusado de participação no assassinato do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho, ocorrido em 5 de maio de 2007 na cidade paulista de Porto Ferreira.
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O júri popular do 5º Tribunal do Fórum Criminal de Barra Funda, em São Paulo, absolveu por falta de provas o policial Valnei Bertoni, acusado de participação no assassinato do jornalista Luiz Carlos Barbon Filho, ocorrido em 5 de maio de 2007 na cidade paulista de Porto Ferreira. O julgamento de Bertoni aconteceu em 12 de junho de 2012. Segundo o advogado Ricardo Ramos, que estava presente durante o julgamento, em uma conversa realizada antes do plenário o acusado se prontificou a anexar documentos e prestar informações que podem apontar os assassinos do crime contra o jornalista, bem como de outras vítimas que teriam sido mortas com a mesma arma. “Temos de esperar os procedimentos virem para Porto Ferreira – são 4.500 folhas de processo – para que o delegado comece a chamar os suspeitos indicados por Bertoni”, informou Ramos. “Trata-se de uma organização criminosa, com formação de quadrilha, que praticava outros crimes, além de homicídio”, acrescentou. O advogado não tem dúvidas de que Barbon foi morto por denúncias relativas à atuação dessa quadrilha. Já haviam sido condenados pelo crime os policiais Edson Luís Ronceiro e Délcio Carlos Avelino, bem como o comerciante Carlos Alberto da Costa, sentenciados com 18 anos e quatro meses de prisão, e o policial Paulo César Ronceiro, cuja pena foi de 16 anos e quatro meses de prisão. Eles foram enquadrados nos crimes de homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e recurso que dificultou ou impediu a defesa da vítima), e formação de quadrilha (sendo que desta última acusação Ronceiro foi absolvido). Antes de morrer, Barbon havia feito denúncias contra policiais e políticos locais em seu programa na Rádio Porto FM e no Jornal do Porto de Porto Ferreira. Após o crime, sua mulher foi incluída no Programa de Proteção a Testemunhas mantido pelo governo do Estado. Um radialista – cujo nome prefere não divulgar para evitar represálias – lembra que os fatos denunciados por Barbon têm sido comprovados, como mostram reportagens publicadas recentemente em jornais da região. Ele teme que a absolvição de Bertoni possa significar um retrocesso na punição dos culpados.

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