Polícia desvenda crime e apresenta executores de Rodrigo Neto

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Como previa o jornalista Rodrigo Neto, para que alguns crimes venham a ser desvendados, muitas vezes é preciso cortar na própria carne. A Polícia Civil, após a realização de uma força tarefa, apresentou na manhã desta terça-feira (23/07), em Ipatinga, o resultado das investigações que apuravam o assassinato do jornalista Rodrigo Neto e do fotógrafo Walgney Carvalho. O jornalismo do Super Canal esteve presente para acompanhar de perto os detalhes do caso. Em uma coletiva à imprensa na cidade de Ipatinga, a delegada regional do Vale do Aço, Irene Angélica, o delegado chefe do DIHPP, Wagner Pinto, Clyton Brandão chefe da Polícia Civil de Minas Gerais e o superintendente da Polícia Civil em Minas, Jeferson Botelho apresentaram os autores da morte do jornalista Rodrigo Neto. Alessandro Neves Augusto, conhecido com Pitote, e Lúcio Lírio Leal, vão responder pelo assassinato do repórter e, no caso de Pitote, também pelo assassinato do fotógrafo Walgney Carvalho. Segundo o delegado Emerson Morais, para esclarecer e identificar os possíveis autores, a vida de Rodrigo Neto foi investigada. De acordo com o resultado da investigação, os dois repórteres foram assassinados a tiros pelo mesmo homem. Alessandro Neves Augusto, o Pitote, de 31 anos, usou uma pistola calibre 380 para praticar os crimes. A polícia ainda não aponta as razões para a morte de Rodrigo, no dia 8 de março. Outro ponto relevante do processo investigatório demonstra que o fotógrafo Walgney Carvalho teve seu fim trágico como queima de arquivo, já que conforme apurado, ele dizia pela cidade que sabia quem eram os assassinos. A Polícia também constatou uma possível ligação entre a vítima e o autor Pitote, não escondiam a amizade pela rede social. Walgney Carvalho foi assassinado 37 dias depois,  do assassinato de Neto. Ele comentava abertamente que “sabia bem quem eram os assassinos” e que o crime “nunca seria solucionado”. Por ter sido substituído por Rodrigo Neto em um jornal local, Walgney também criticava publicamente o colega. As afirmações chegaram a Pitote, que armou uma emboscada para o fotógrafo em um pesque e pague na cidade de Coronel Fabriciano. AUTORES DETIDOS Pitote foi preso no dia 11 de junho em casa, na avenida Santa Helena, no bairro Novo Cruzeiro, em Ipatinga. Ele portava uma pistola 380 Taurus e tentou apresentar uma carteira falsa de investigador da Polícia Civil. Uma moto e um Fiat Linea também foram apreendidos, por suspeita de furto. Também foi preso o investigador Lúcio Lirio Leal, que estava com a picape Fiat Strada usada para a fuga após a morte de Rodrigo. O carro era roubado e clonado, segundo as investigações. Lúcio Leal entrou na polícia em 30 de junho de 2010, quando concluiu a formação na academia de polícia. Um terceiro envolvido foi preso: Francisco Miranda Rezende Filho, dono de uma loja de móveis no bairro Veneza. Havia a suspeita de que a arma usada no crime estava escondida no local. Ao chegar à loja, investigadores se depararam com uma submetralhadora 9 mm, pistolas, espingardas, munição para fuzil, munição calibre 50 mm, usada em artilharia anti-aérea, e 280 munições de calibre 380. CRIMES EM INVESTIGAÇÃO Nove dos 14 casos de homicídios ocorridos no Vale do Aço foram concluídos pela força tarefa montada pela Polícia Civil mineira e o DIHPP. Os inquéritos encerrados foram do assassinato de Cleidson Mendes do Nascimento, morto em setembro de 2011; da chacina do Revés do Belém, em que quatro adolescentes foram mortos em outubro de 2009; da morte do morador de rua Célio Nunes Pereira, em julho de 2009; do duplo homicídio de Ipabinha, onde adolescentes foram mortos em junho de 2010; do comerciante Eduardo Luiz da Costa, morto em agosto de 2007;  do duplo homicídio no bairro Veneza, em fevereiro de 2007; do caso Sebastião Ludovino, ocorrido de 2013; e por fim, o caso Rodrigo Neto, morto em marco de 2013, e Walgney Carvalho, morto em abril de 2013. Ao abrir a entrevista coletiva nesta terça-feira, o Chefe da Polícia Civil, delegado Cylton Brandão, lembrou a complexidade das investigações e elogiou o trabalho realizado sob a coordenação do Departamento de Investigação de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). Ele informou que os desdobramentos dos inquéritos certamente resultarão em procedimentos administrativos contra os policiais envolvidos e ainda contra outros que, eventualmente, forem implicados nos casos em apuração. O chefe do DHPP, delegado Wagner Pinto, assegurou que outros cinco inquéritos continuam em andamento e que o trabalho da Força Tarefa Ipatinga continua, com o apoio da equipe da Delegacia Regional de Ipatinga. Os delegados Emerson Morais, Delmes Rodrigues e Alessandra Wilke, que presidiram os nove inquéritos apresentados, forneceram detalhes da investigação aos jornalistas, exaltando o apoio do Serviço de Inteligência e do Instituto de Criminalística da Polícia Civil.  

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