Na véspera da Copa do Mundo de Futebol, entidades lançam manuais para jornalistas

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A  introdução do "Manual de Segurança para Cobertura de Protestos" lançado em 6 de junho de 2014 pela Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (ABRAJI), informa: "De maio de 2013 até 20 de maio de 2014, 171 comunicadores foram agredidos ou detidos durante manifestações e protestos de rua no Brasil. Deste total, 112 foram ações intencionais, ou seja, o agressor mirou o jornalista que estava identificado como tal. Entre os atos que atingiram diretamente a imprensa, 87 foram violações protagonizadas por policiais, guardas civis ou agentes de segurança (77,67%) e 25 foram perpetrados por manifestantes. No universo total de 171 violações intencionais e não intencionais, São Paulo foi a cidade com mais ocorrências (70), seguida do Rio de Janeiro (30) e de Brasília (16). Neste período, houve o registro de violência em 16 cidades". Elaborado a partir de entrevistas com repórteres agredidos, presos ou hostilizados durante os protestos que tomaram as ruas a partir de junho de 2013, e de recomendações de especialistas e de manuais internacionais, o guia tem como objetivo "oferecer informações úteis para que jornalistas se protejam e tentem evitar ser agredidos durante a cobertura de protestos", explica a ABRAJI. O lançamento do manual na semana pré-Copa se deve ao antecedente de protestos e manifestações contra os investimentos do evento esportivo no Brasil em detrimento de outras necessidades básicas. Há uma expectativa de que os protestos devam se intensificar a partir do início do campeonato mundial de futebol. "Este manual pode até ajudar o repórter a diminuir sua exposição ao risco, mas jamais vai eliminá-lo. Este manual, portanto, não substitui o bom senso e nem esgota as situações de risco. Cada um é, em última análise, responsável por suas decisões e atitudes, que devem se adaptar às circunstâncias de cada situação. Por isso, a primeira e principal decisão do repórter é se ele se sente apto a aceitar a pauta que lhe deram", indica a entidade em sua página na Internet. O manual está disponível para download também em inglês (uma versão em espanhol está prevista) no site da ABRAJI. Já a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) lançou o Guia do Jornalista no Brasil 2014, "publicação para orientar profissionais de imprensa, em especial os estrangeiros, durante a cobertura da Copa do Mundo". O guia, que tem patrocínio da Volkswagen, está disponível em português e inglês. Orienta sobre serviços como troca de moedas, alimentação, utilização de cartões de crédito, contatos de órgãos públicos, veículos de comunicação e dos sindicatos dos jornalistas de todo o país. O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo (SJSP) fará a distribuição gratuita aos profissionais que cobrem a Copa. Os interessados também podem retirar um exemplar na sede da entidade - Rua Rego Freitas, 530 - República, São Paulo, Brasil - SP, 01220-010 - sobreloja.

Documentário mostra vida do jornalista Tim Lopes, assassinado há 12 anos

O documentário "Tim Lopes - Histórias de Arcanjo" estreou nas telas dos cinemas do Brasil no dia 5 de junho de 2014 para mostrar a vida do jornalista, mais do que sua morte. Jornalista da TV Globo no Rio de Janeiro, Tim Lopes foi assassinado por traficantes em 2002, após ter sido descoberto com uma câmera oculta filmando um baile funk onde ocorria a exploração sexual de jovens. Sua morte se tornou um marco no jornalismo brasileiro, levando à discussão sobre segurança, ética e limites da cobertura jornalística. Tudo isso está presente no filme, através dos questionamentos feitos pelo filho de Lopes, o também jornalista Bruno Quintella, e pelo diretor e jornalista Guilherme Azevedo. O documentário apresenta ainda grandes reportagens de Lopes publicadas em jornais cariocas, sua família e sua origem humilde.

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