17 Abril 2018

Trump e "notícias falsas", questões-chave no relatório dos EUA

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O panorama geral é que contamos com um jornalismo de qualidade todos os dias, apesar de distrações como o suposto choque entre notícias reais e "falsas".
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Este é o relatório sobre a situação da Liberdade de Imprensa e Expressão nos Estados Unidos. lido pelo ex-presidente da SIP, Edward Seaton, da Seaton Newspapers, Manhattan, Kansas, em 14 de abril em Medellín, Colômbia:

A fotografia é da agência Efe

O relatório que apresentamos seis meses atrás na reunião em Salt Lake City começou com as seguintes palavras: "A mídia noticiosa continua na defensiva diante da forte retórica contra a imprensa do presidente Donald Trump (...)".


A retórica perniciosa e inadequada a um presidente com certeza se manteve, mas em 2018 a mídia poderá responder agressivamente à perseguição política e avançar contra as tendências tecnológicas, da mídia social e do setor que às vezes afetam seus esforços de produzir um jornalismo original, local, investigativo e em prol da prestação de contas por parte do governo.

O panorama geral é que contamos com um jornalismo de qualidade todos os dias, apesar de distrações como o suposto choque entre notícias reais e "falsas". E apesar de o presidente atacar frequentemente os principais meios de comunicação pelas críticas que fazem, sejam matérias específicas ou repórteres em particular e, ao que parece, para promover seus interesses políticos.

Este é um "tuíte" que Trump enviou recentemente:

"O Notícias Falsas Washington Post, 'principal lobista' da Amazon', tem mais uma (entre muitas) manchete falsa: 'Trump desafiador porque a China aumentou as penalidades comerciais'. ERRADO! Deveria ser: 'Trump desafiador porque as penalidades comerciais dos Estados Unidos acabarão com as barreiras e o roubo em grande escala de propriedade intelectual'. Uma típica reportagem mal feita!".

O desconcertante é esse menosprezo se expressar repetidamente, ser claramente falso ou desvinculado dos fatos e no entanto poder vir acompanhado de mudanças na política do governo, como a repressão aos "vazamentos de informações" e outros esforços para prejudicar o direito do público de ser informado.

O aspecto positivo é que os meios de comunicação, as associações dos meios de comunicação, os grupos de vigilância e outros respondem a isso.


Trump criticou o novo livro Fogo e fúria: dentro da Casa Branca que apresenta uma imagem desfavorável dele e utilizou a lei de difamação para impedir seu lançamento. Porém, talvez devido à publicidade gratuita, o livro tornou-se imediatamente um best-seller.

O presidente bloqueou o acesso de vários usuários individuais à sua conta no Twitter, @realDonaldTrump, porque seus "tuítes" o haviam aborrecido. Em seguida, seus advogados tiveram que responder a ações judiciais por suposta violação dos direitos constitucionais de liberdade de expressão dos cidadãos.


Nos recentes Prêmios de Notícias Falsas (Fake News Awards) "presidenciais", concedidos em janeiro de 2018, o The New York Times, a CNN e outros importantes meios de comunicação foram ridicularizados por supostas gafes de reportagem. Os fatos apontados nos prêmios foram verificados imediatamente em seguida pelas organizações noticiosas, e alguns foram considerados equivocados.

Em vez de se acovardar, a mídia noticiosa revisa implacavelmente a agenda política de Trump e caricaturiza sem pena seus gestos, suas fraquezas e sua personalidade, inclusive seu penteado e a cor alaranjada de sua pele.


"Nós o cobrimos da maneira como se deve cobrir qualquer presidente", disse o editor executivo do The Washington Post, Martin Baron, em uma entrevista publicada no dia 2 de abril, no The New York Times. O fato de o The Washington Post ser de propriedade da Amazon não significa que o jornal é seu lobista, acrescentou. "Isso é invenção... Ninguém aqui é pago pela Amazon... Nem mesmo um centavo."


Enquanto isso, a receita publicitária da CNN e de outros meios de comunicação noticiosos está aumentando, e o The New York Times está acrescentando 100.000 assinantes digitais a cada três meses, "aproveitando muito bem", entre outras coisas, os ostensivos ataques presidenciais, declarou recentemente Mark Thompson, CEO do The New York Times, à revista Marketing Week.

Desde o início deste ano, sete jornalistas dos Estados Unidos foram alvos de ataques, um foi preso, sete receberam intimações e em duas ocasiões houve confisco de equipamentos, de acordo com o Press Freedom Tracker, que registra incidentes desse tipo. Em 2017, ocorreram 34 prisões, 45 agressões físicas a jornalistas, e 15 confiscos de equipamentos, de acordo com a coalizão de organizações de jornalistas que fornecem dados para o Press Freedom Tracker.

Esses acontecimentos atípicos fizeram com que o Comitê de Repórteres para a Liberdade de Imprensa (RCFP, sua sigla em inglês), junto com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizassem reuniões em 5 e 6 de fevereiro em Washington, DC, com membros do Congresso, um juiz federal e outros membros do governo para denunciar que a mídia noticiosa dos Estados Unidos está sendo ameaçada e merece apoio.

As agressões a jornalistas e ao jornalismo invertem "suposições de longa data sobre o lugar que o nosso país ocupa no mundo", disse Bruce Brown, diretor executivo do RCFP, à revista Time, no dia 5 de fevereiro. Isso significa que antigamente isso acontecia apenas em outros lugares. Brown acrescentou: "Ficou claro, já há algum tempo, que a história que será importante no futuro não será a de Trump, mas a nossa. Nenhum presidente consegue prender jornalistas ou reviver leis de difamação por sua conta... Nós devemos salvar a liberdade de imprensa, e Trump não deve enterrá-la".

A liberdade de expressão e a mídia noticiosa se cruzam em determinados momentos, e o Facebook anunciou que este ano aumentará as garantias de privacidade. A declaração foi feita após o escândalo da Cambridge Analytica. A empresa de consultoria britânica adquiriu dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook sem o conhecimento deles e utilizou essas informações para promover campanhas políticas.

Diante do intenso escrutínio midiático, público e político, a maior rede de mídia social do mundo está tomando medidas para bloquear "milhões" de contas falsas e estabelecer exigências mais rígidas aos seus anunciantes para evitar que se repita a interferência nas eleições por parte de "maus atores" (como a Rússia), como aconteceu durante as eleições de 2016, nas quais Trump saiu vencedor por uma margem apertada.

Agora o Facebook também verificará os fatos nas suas matérias noticiosas, trabalhando com meios de credibilidade como a The Associated Press. A AP afirma que essa colaboração "irá identificar e desmascarar as histórias falsas e enganosas relacionadas às eleições de meio mandato nos Estados Unidos que estão circulando na plataforma". A agência de notícias também está verificando os fatos do Twitter, cuja necessidade, seja pela mídia noticiosa, seja para o público pode ser percebida no seguinte exemplo:

Após o tiroteio em massa em uma escola secundária da Flórida, no dia 14 de fevereiro, o repórter do The Miami Herald, Alex Harris, enviou tuítes a vários sobreviventes em busca de comentários. Em resposta, um usuário do Twitter publicou tuítes falsos e distorcidos para fingir que haviam sido enviados por Harris e pelo jornal. Os tuítes falsos viralizaram.

"Na mesma época, alguém forjou uma página inteira do MiamiHerald.com com uma matéria que advertia sobre outro incidente de violência escolar que também foi amplamente compartilhada nas redes sociais", informou o jornal. O objetivo era fazer com que as notícias falsas parecessem reais.

Em uma época de grandes transformações tecnológicas e comerciais, a mídia recebe grande apoio de dezenas de milhões de dólares anualmente de instituições filantrópicas que financiam pesquisas sobre temas como inteligência artificial, realidade aumentada, mineração de dados, e segurança cibernética, e para criar modelos comerciais viáveis que substituam a publicidade na mídia impressa, no rádio e na televisão.

O NewsGuard, empreendimento para vigilância da mídia, foi inaugurado em março com US$ 6 milhões em capital arrecadado e planeja analisar 7.500 websites de notícias e informação em todo o país e classifica-los como confiáveis ou não confiáveis em termos de conteúdo correto. Os repórteres serão contratados "para aplicar o senso comum básico a um mal que cresce cada vez mais e que claramente não pode ser solucionado utilizando-se algoritmos", explicou Steven Brill, cofundador do NewsGuard e empresário de mídia.

É difícil avaliar se a atividade positiva equivale a um avanço real quanto à liberdade de imprensa e de expressão porque são poucos os pontos de referência para as comparações objetivas. Em casos importantes, qualquer que seja o lado que se adote, os oponentes podem defender razoavelmente uma posição exatamente oposta.

Também no final do ano passado a FCC reduziu ou eliminou as exigências que limitavam o número de estações de televisão que uma companhia poderia possuir. Isso pode resultar na perda de empregos para repórteres, em uma menor variedade de opiniões editoriais e em menos notícias locais, como alegam os críticos. Ou pode trazer resultados diferentes.

Um teste será a oferta do Sinclair Broadcast Group de comprar dezenas de estações de televisão da Tribune Media. Sinclair é o maior proprietário de estações de TV aberta do país. Em abril, a empresa, politicamente conservadora, exigiu que seus funcionários encarregados das notícias em várias estações lessem o mesmo material promocional criticando os meios rivais por publicarem "histórias sem verificar primeiro os fatos". Os críticos protestaram veementemente.

"Os próprios conceitos de fato e verdade estão sendo atacados... por uma tentativa planejada e constante e muito séria de desacreditar e desqualificar as vozes da mídia noticiosa", disse Eugene Robinson, presidente do Conselho Pulitzer, em 28 de março de 2018 na Columbia Journalism Review (CJR). Os prêmios anuais para o melhor jornalismo dos Estados Unidos serão anunciados em meados de abril. Os prêmios Pulitzer entram no seu segundo século de existência, e essa entrada, segundo Robinson, poderia ser marcada por uma maior atenção à defesa do jornalismo e da liberdade de imprensa.

Em suma, apesar de o presidente ter sugerido que a FCC poderá questionar as renovações de licenças de radiodifusão, que o Departamento de Justiça deveria investigar ativamente a divulgação ("vazamentos") de informações do governo pela mídia noticiosa, que as organizações noticiosas deveriam demitir determinados jornalistas, felizmente a maior parte desses possíveis cenários não se concretizou.

O relatório que apresentamos seis meses atrás na reunião em Salt Lake City começou com as seguintes palavras: "A mídia noticiosa continua na defensiva diante da forte retórica contra a imprensa do presidente Donald Trump (...)".

A retórica perniciosa e inadequada a um presidente com certeza se manteve, mas em 2018 a mídia poderá responder agressivamente à perseguição política e avançar contra as tendências tecnológicas, da mídia social e do setor que às vezes afetam seus esforços de produzir um jornalismo original, local, investigativo e em prol da prestação de contas por parte do governo.

O panorama geral é que contamos com um jornalismo de qualidade todos os dias, apesar de distrações como o suposto choque entre notícias reais e "falsas". E apesar de o presidente atacar frequentemente os principais meios de comunicação pelas críticas que fazem, sejam matérias específicas ou repórteres em particular e, ao que parece, para promover seus interesses políticos.

Este é um "tuíte" que Trump enviou recentemente:

"O Notícias Falsas Washington Post, 'principal lobista' da Amazon', tem mais uma (entre muitas) manchete falsa: 'Trump desafiador porque a China aumentou as penalidades comerciais'. ERRADO! Deveria ser: 'Trump desafiador porque as penalidades comerciais dos Estados Unidos acabarão com as barreiras e o roubo em grande escala de propriedade intelectual'. Uma típica reportagem mal feita!".

O desconcertante é esse menosprezo se expressar repetidamente, ser claramente falso ou desvinculado dos fatos e no entanto poder vir acompanhado de mudanças na política do governo, como a repressão aos "vazamentos de informações" e outros esforços para prejudicar o direito do público de ser informado.

O aspecto positivo é que os meios de comunicação, as associações dos meios de comunicação, os grupos de vigilância e outros respondem a isso.


Trump criticou o novo livro Fogo e fúria: dentro da Casa Branca que apresenta uma imagem desfavorável dele e utilizou a lei de difamação para impedir seu lançamento. Porém, talvez devido à publicidade gratuita, o livro tornou-se imediatamente um best-seller.

O presidente bloqueou o acesso de vários usuários individuais à sua conta no Twitter, @realDonaldTrump, porque seus "tuítes" o haviam aborrecido. Em seguida, seus advogados tiveram que responder a ações judiciais por suposta violação dos direitos constitucionais de liberdade de expressão dos cidadãos.


Nos recentes Prêmios de Notícias Falsas (Fake News Awards) "presidenciais", concedidos em janeiro de 2018, o The New York Times, a CNN e outros importantes meios de comunicação foram ridicularizados por supostas gafes de reportagem. Os fatos apontados nos prêmios foram verificados imediatamente em seguida pelas organizações noticiosas, e alguns foram considerados equivocados.

Em vez de se acovardar, a mídia noticiosa revisa implacavelmente a agenda política de Trump e caricaturiza sem pena seus gestos, suas fraquezas e sua personalidade, inclusive seu penteado e a cor alaranjada de sua pele.


"Nós o cobrimos da maneira como se deve cobrir qualquer presidente", disse o editor executivo do The Washington Post, Martin Baron, em uma entrevista publicada no dia 2 de abril, no The New York Times. O fato de o The Washington Post ser de propriedade da Amazon não significa que o jornal é seu lobista, acrescentou. "Isso é invenção... Ninguém aqui é pago pela Amazon... Nem mesmo um centavo."


Enquanto isso, a receita publicitária da CNN e de outros meios de comunicação noticiosos está aumentando, e o The New York Times está acrescentando 100.000 assinantes digitais a cada três meses, "aproveitando muito bem", entre outras coisas, os ostensivos ataques presidenciais, declarou recentemente Mark Thompson, CEO do The New York Times, à revista Marketing Week.

Desde o início deste ano, sete jornalistas dos Estados Unidos foram alvos de ataques, um foi preso, sete receberam intimações e em duas ocasiões houve confisco de equipamentos, de acordo com o Press Freedom Tracker, que registra incidentes desse tipo. Em 2017, ocorreram 34 prisões, 45 agressões físicas a jornalistas, e 15 confiscos de equipamentos, de acordo com a coalizão de organizações de jornalistas que fornecem dados para o Press Freedom Tracker.

Esses acontecimentos atípicos fizeram com que o Comitê de Repórteres para a Liberdade de Imprensa (RCFP, sua sigla em inglês), junto com a Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), realizassem reuniões em 5 e 6 de fevereiro em Washington, DC, com membros do Congresso, um juiz federal e outros membros do governo para denunciar que a mídia noticiosa dos Estados Unidos está sendo ameaçada e merece apoio.

As agressões a jornalistas e ao jornalismo invertem "suposições de longa data sobre o lugar que o nosso país ocupa no mundo", disse Bruce Brown, diretor executivo do RCFP, à revista Time, no dia 5 de fevereiro. Isso significa que antigamente isso acontecia apenas em outros lugares. Brown acrescentou: "Ficou claro, já há algum tempo, que a história que será importante no futuro não será a de Trump, mas a nossa. Nenhum presidente consegue prender jornalistas ou reviver leis de difamação por sua conta... Nós devemos salvar a liberdade de imprensa, e Trump não deve enterrá-la".

A liberdade de expressão e a mídia noticiosa se cruzam em determinados momentos, e o Facebook anunciou que este ano aumentará as garantias de privacidade. A declaração foi feita após o escândalo da Cambridge Analytica. A empresa de consultoria britânica adquiriu dados pessoais de 87 milhões de usuários do Facebook sem o conhecimento deles e utilizou essas informações para promover campanhas políticas.

Diante do intenso escrutínio midiático, público e político, a maior rede de mídia social do mundo está tomando medidas para bloquear "milhões" de contas falsas e estabelecer exigências mais rígidas aos seus anunciantes para evitar que se repita a interferência nas eleições por parte de "maus atores" (como a Rússia), como aconteceu durante as eleições de 2016, nas quais Trump saiu vencedor por uma margem apertada.

Agora o Facebook também verificará os fatos nas suas matérias noticiosas, trabalhando com meios de credibilidade como a The Associated Press. A AP afirma que essa colaboração "irá identificar e desmascarar as histórias falsas e enganosas relacionadas às eleições de meio mandato nos Estados Unidos que estão circulando na plataforma". A agência de notícias também está verificando os fatos do Twitter, cuja necessidade, seja pela mídia noticiosa, seja para o público pode ser percebida no seguinte exemplo:

Após o tiroteio em massa em uma escola secundária da Flórida, no dia 14 de fevereiro, o repórter do The Miami Herald, Alex Harris, enviou tuítes a vários sobreviventes em busca de comentários. Em resposta, um usuário do Twitter publicou tuítes falsos e distorcidos para fingir que haviam sido enviados por Harris e pelo jornal. Os tuítes falsos viralizaram.

"Na mesma época, alguém forjou uma página inteira do MiamiHerald.com com uma matéria que advertia sobre outro incidente de violência escolar que também foi amplamente compartilhada nas redes sociais", informou o jornal. O objetivo era fazer com que as notícias falsas parecessem reais.

Em uma época de grandes transformações tecnológicas e comerciais, a mídia recebe grande apoio de dezenas de milhões de dólares anualmente de instituições filantrópicas que financiam pesquisas sobre temas como inteligência artificial, realidade aumentada, mineração de dados, e segurança cibernética, e para criar modelos comerciais viáveis que substituam a publicidade na mídia impressa, no rádio e na televisão.

O NewsGuard, empreendimento para vigilância da mídia, foi inaugurado em março com US$ 6 milhões em capital arrecadado e planeja analisar 7.500 websites de notícias e informação em todo o país e classifica-los como confiáveis ou não confiáveis em termos de conteúdo correto. Os repórteres serão contratados "para aplicar o senso comum básico a um mal que cresce cada vez mais e que claramente não pode ser solucionado utilizando-se algoritmos", explicou Steven Brill, cofundador do NewsGuard e empresário de mídia.

É difícil avaliar se a atividade positiva equivale a um avanço real quanto à liberdade de imprensa e de expressão porque são poucos os pontos de referência para as comparações objetivas. Em casos importantes, qualquer que seja o lado que se adote, os oponentes podem defender razoavelmente uma posição exatamente oposta.

Também no final do ano passado a FCC reduziu ou eliminou as exigências que limitavam o número de estações de televisão que uma companhia poderia possuir. Isso pode resultar na perda de empregos para repórteres, em uma menor variedade de opiniões editoriais e em menos notícias locais, como alegam os críticos. Ou pode trazer resultados diferentes.

Um teste será a oferta do Sinclair Broadcast Group de comprar dezenas de estações de televisão da Tribune Media. Sinclair é o maior proprietário de estações de TV aberta do país. Em abril, a empresa, politicamente conservadora, exigiu que seus funcionários encarregados das notícias em várias estações lessem o mesmo material promocional criticando os meios rivais por publicarem "histórias sem verificar primeiro os fatos". Os críticos protestaram veementemente.

"Os próprios conceitos de fato e verdade estão sendo atacados... por uma tentativa planejada e constante e muito séria de desacreditar e desqualificar as vozes da mídia noticiosa", disse Eugene Robinson, presidente do Conselho Pulitzer, em 28 de março de 2018 na Columbia Journalism Review (CJR). Os prêmios anuais para o melhor jornalismo dos Estados Unidos serão anunciados em meados de abril. Os prêmios Pulitzer entram no seu segundo século de existência, e essa entrada, segundo Robinson, poderia ser marcada por uma maior atenção à defesa do jornalismo e da liberdade de imprensa.

Em suma, apesar de o presidente ter sugerido que a FCC poderá questionar as renovações de licenças de radiodifusão, que o Departamento de Justiça deveria investigar ativamente a divulgação ("vazamentos") de informações do governo pela mídia noticiosa, que as organizações noticiosas deveriam demitir determinados jornalistas, felizmente a maior parte desses possíveis cenários não se concretizou.


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