Guatemala

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SIP Reunião de Meio de Ano

Antigua Guatemala, Guatemala

31 março-3 abril

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Dois jornalistas foram assassinados nesse período. A censura e a autocensura continuam sendo alguns dos principais problemas para os jornalistas, principalmente os do interior, que optam por se calar diante dos perigos que representam o poder dos políticos locais ou as estruturas do crime organizado.

Os jornalistas frequentemente deixam de denunciar os incidentes devido à lentidão das investigações, o que, por sua vez, resulta em uma extrema demora na administração eficaz da justiça.

Alguns membros do setor comercial tentam utilizar sua pauta publicitária para influenciar a linha editorial dos meios de comunicação e evitar a publicação de matérias negativas sobre suas marcas ou queixas de consumidores sobre serviços ruins.

O jornalista Manuel Salvador Villagrán foi assassinado em 19 de janeiro, na estrada que leva ao município de San Jorge, em Zacapa. Segundo o Observatório de Jornalistas de Cerigua, o jornalista foi assassinado com vários tiros enquanto dirigia sua moto e faleceu no local. Villagrán era o responsável por Relações Públicas da prefeitura de San Jorge e trabalhava como freelance para vários meios de comunicação em Zacapa.

Hamilton Hernández Vásquez, jornalista do programa "Punto Rojo", do canal 5 de Coatepeque, Quetzaltenango, e sua esposa foram assassinados em 5 de novembro de 2016. O jornalista estava na sua moto e voltava do hospital local onde havia ido para coletar dados para uma matéria.

O presidente Jimmy Morales e o vice-presidente, Jafeth Cabrera, têm constantemente demonstrado uma atitude de intolerância quanto às notícias, opiniões e questionamentos. Em várias ocasiões questionaram o valor da mídia.

Em 1º de março, o presidente acusou a mídia de espalhar rumores de um golpe de estado quando a verdade ele próprio havia dito, duas semanas antes, que havia rumores "bem fundamentados" do rompimento da ordem constitucional.

A secretaria de comunicação social da presidência têm utilizado várias táticas para dificultar que os jornalistas façam perguntas ao presidente Morales. Os jornalistas denunciaram duas dessas táticas: uma é o presidente não responder a perguntas ou responder apenas a perguntas de jornalistas de meios de comunicação do governo ou partidários do governo; e a segunda é que, nas poucas ocasiões em que se tem acesso ao presidente, existem restrições sobre quantas perguntas podem ser feitas e sobre que temas podem ser abordados.

No dia 24 de fevereiro, várias entidades de jornalistas e locutores de rádio, unidas na "Aliança de Entidades de Imprensa", denunciaram que o governo havia mais um vez deixado de cumprir o compromisso que assumiu em Genebra, em 2012, de adotar um Programa de Proteção a Jornalistas.

O documento, assinado pela Associação de Jornalistas da Guatemala (APG) e a Câmara Guatemalteca de Jornalismo (CGP), a Câmara de Locutores Profissionais da Guatemala (CLPG) e Cronistas Desportivos Guatemaltecos (CDG), afirma que o presidente Morales aprovou sua proposta para a criação de tal programa em 18 de julho de 2016 e emitiu instruções para sua implementação. Porém, nada se concretizou até agora.

Já se passaram quase quatro anos e já houve três presidentes desde as primeiras discussões sobre a implementação desse programa.

O público em geral continua demonstrando certo nível de intolerância quanto ao trabalho da imprensa. Foram registradas várias agressões a jornalistas.

O caso mais recente foi denunciado em 1º de março de 2017 pelo jornal elPeriódico. O fotojornalista Alex Cruz e o motorista Ernesto Hidalgo foram interceptados por dois homens que os ameaçaram com armas de fogo e levaram seus equipamentos fotográficos e seus telefones celulares. Em 24 de dezembro, a casa de Walter Peña, repórter do mesmo jornal na capital, também foi alvo de vários disparos.

Foram registrados dois casos de censura e ataques cibernéticos ao website Nómada após a publicação de matérias contra o governo do presidente Morales.

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