O nível de violação dos direitos de liberdade de imprensa e de expressão e de acesso à informação pública continua elevado, assim como o da impunidade nos casos de agressões a jornalistas e à mídia. Essa situação se agravou nesses últimos seis meses com o assassinato do jornalista Igor Padilla Chávez, na cidade de San Pedro Sula.
Continuam também em vigor leis que são utilizadas para criminalizar e castigar a crítica a funcionários públicos e sobre assuntos de interesse público, como é o caso das leis de calúnia, injúria e difamação, apesar de organizações com a SIP, a ONU e a OEA terem recomendado sua descriminalização.
O acesso à informação pública continua restrito por normas como a "Lei para Classificação de Documentos Públicos Relacionados com a Segurança e a Defesa Nacional" e a "Lei de Inteligência Nacional". Elas contêm disposições arbitrárias contra o direito de saber, mas que foram referendadas em diferentes decisões da Corte Suprema de Justiça.
Foi aprovada recentemente, e está em vigor, uma reforma ao Código Penal, sobre apologia do terrorismo através de meios de comunicação e que afeta os conteúdos e a liberdade dos critérios editoriais.
O Art. 335-B do Código Penal estabelece que "comete apologia do ódio e incitação de atos de terrorismo... quem publicamente ou através de meios de comunicação ou difusão destinados ao público fizer apologia, enaltecimento ou justificação do terrorismo ou participar da sua execução, ou incitar outro ou outros a cometer terrorismo ou financiamento do mesmo, e será punido com pena de quatro a oito anos de prisão".
Além disso, apesar de ter-se aprovado em 2015 a Lei de Proteção dos Defensores dos Direitos Humanos, Jornalistas, Comunicadores Sociais e Agentes de Justiça, esse mecanismo é inadequado ou suficiente. Tanto a Comissão Interamericana de Direitos Humanos quanto o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos declararam, após audiências e relatórios, que existem falhas na aplicação devido à falta de alocação de recursos humanos e financeiros.
Registrou-se um aumento das denúncias de perseguição e ameaças a jornalistas, principalmente através das redes sociais.
Nesses últimos seis meses, os casos mais relevantes são os seguintes:
Em 19 de outubro, uma equipe jornalística do Canal 5 (Noticiero TN5) foi atacada a tiros na cidade de San Pedro Sula enquanto cobria um acidente, e o jornalista Ricardo Matute ficou ferido.
Em 12 de janeiro, a jornalista Hellen Ramírez foi ferida com uma faca na cidade de Danlí, departamento de El Paraíso, e teve seus pertences roubados.
Em 17 de janeiro, o jornalista Igor Padilla Chávez foi assassinado a tiros na cidade de San Pedro Sula. Seu caso continua sem punição, e as investigações foram declaradas sigilosas.