BOLIVIA

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Desde o relatório anterior, o panorama político no país sofreu fortes embates que levaram à renúncia do presidente Carlos D. Mesa e a ascensão, por meio da sucessão constitucional, do então presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Eduardo Rodríguez Veltzé, após a renúncia dos titulares da Câmara de Senadores, Hormando Vaca Díez, e da Câmara dos Deputados, Mario Cossío. Entre maio e junho, por ocasião de tal episódio, o país passou por uma de suas mais difíceis encruzilhadas, com as mobilizações sociais, a confusão generalizada e a crise aguda em que mergulharam todos os poderes da República. Foi iminente um confronto de civis, após o cerco prolongado que um grupo de agricultores realizou na sede do governo de La Paz, e nos arredores de Santa Cruz, o principal centro de gravitação econômica. A posse da presidência por Rodríguez Veltzé na cidade de Sucre devolveu quase de imediato a calma às eleições gerais de 4 de dezembro. As tarefas dos meios de comunicação e dos jornalistas foram cumpridas sem maiores restrições. Não houve denúncias de violações à liberdade de imprensa pelas organizações profissionais e sindicais, apesar da gravidade alcançada pelos conflitos. Em agosto, uma informação da agência EFE, de Miami, registrou a denúncia da SIP sobre o assassinato do jornalista boliviano Juan Carlos Encinas, ocorrido em julho de 2001. Quatro anos depois, o caso permanece sem solução pela mudança ou transferência das autoridades judiciais responsáveis iniciais por seu esclarecimento. Existem versões pouco claras sobre as circunstâncias da morte de Encinas. Um caso que poderia ser interpretado como uma tácita censura pelo governo envolve a renúncia do gerente do canal estatal Televisión Boliviana, canal 7, Juan Francisco Flores, supostamente sob pressão por mudanças na programação, introduzindo 15 programas novas, a metade deles produzidos em Santa Cruz de la Sierra. Flores ocupou o cargo por somente oito semanas, durante as quais tentou mudar a imagem do canal 7 , alinhado desde o início com os interesses dos governos no poder.

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