Guatemala

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Neste período, o Congresso aprovou a Lei de Acesso a Informações Públicas. No entanto, houve também incidentes violentos contra jornalistas, inclusive um assassinato. Em 23 de setembro, legisladores ratificaram por unanimidade uma lei que, quando entrar em vigor em janeiro de 2009, permitirá que os cidadãos solicitem e tenham acesso a informações sobre órgãos públicos. Em 1º de abril, e depois de assinar a Declaração de Chapultepec, o presidente Alvaro Colom havia se comprometido a promulgar durante o seu mandato uma lei de acesso a informações públicas. Continuam ocorrendo no país agressões a jornalistas, que culminaram com o assassinato, em 10 de maio, de Jorge Mérida Pérez, correspondente do Prensa Libre em Coatepeque, departamento de Quetzaltenango. O jornalista de 40 anos foi morto dentro da sua casa, em El Rosário, Coatepeque. Um homem entrou na casa e matou-o com quatro tiros no rosto. Mérida Pérez caiu em frente ao seu computador no momento em que redigia uma matéria para o jornal. Até agora considera-se que sua morte estaria vinculada ao seu trabalho como jornalista. Dois incidentes violentos foram registrados em menos de 24 horas em 21 de agosto contra funcionários do elPeriódico. José Rubén Zamora, diretor do jornal, foi sequestrado de madrugada, agredido, e seus cartões de crédito e seu celular foram roubados. Oito horas depois, foi abandonado, quase sem sinais vitais, no departamento de Chimaltenango. Um exame médico revelou alta dose de barbitúricos no seu organismo. Outro caso foi o do repórter Óscar Ismatul, membro da equipe de investigação do elPeriódico, que foi seguido depois de sair do jornal por um carro com três homens fortemente armados. Quando Ismatul saiu de um ônibus em que havia entrado para tentar escapar, foi alcançado pelos desconhecidos que o agrediram, apontaram armas para ele, roubaram seu telefone e documentos relacionados ao seu trabalho. Entre 18 e 19 de julho, Oscar Perdomo, correspondente das Emisoras Unidas em Suchitepéquez, foi ameaçado três vezes. Nas mensagens anônimas que recebeu o avisavam para parar de escrever sobre a gestão da municipalidade de Mazatenango. Danilo López, correspondente do Prensa Libre, também foi ameaçado em Suchitepéquez. Segundo o jornalista, a ex-governadora Leonor Toledo ligou para seu celular para reclamar de uma matéria de 18 de julho sobre as causas da sua destituição de um cargo público e disse que se ele continuasse, ela tomaria medidas por sua própria conta. Em 27 de junho, o repórter Byron Barrera, de Siglo XXI, foi agredido por agentes da Secretaria de Assuntos Administrativos e de Segurança quando tentava fotografar o carro blindado do vice-presidente da Guatemala, Rafael Espada. O jornalista disse que foi insultado, agredido e que levaram seu gravador e sua câmera. Em agosto, a Promotoria de Crimes contra Jornalistas revelou que recebeu desde o início deste ano 60 denúncias de agressões e intimidações a jornalistas, desde ameaças de morte, chamadas telefônicas anônimas, agressões diretas, até confrontos com a polícia. Destacou que as agressões mais graves ocorreram no interior do país. O prefeito e ex-presidente Alvaro Arzú cujo partido Unionista se opôs à Lei de Acesso à Informação, mantém uma campanha pública de desprestigio contra os jornais El Periódico e Prensa Libre. No caso do El Periódico solicita aos embaixadores e funcionários que retirem fundos de programas específicos de apoio a espaços oferecidos para a participação cidadã no jornalismo. No caso do Prensa Libre, funcionários da prefeitura distribuem panfletos com o logotipo do jornal contendo informações falsas. Recentemente foi apresentado no Congresso um projeto para aumentar as penas criminais por difamação, injúrias e calúnias.

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