Honduras

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HONDURAS No último trimestre, as críticas ao Poder Judiciário tiveram mais uma vez repercussões na imprensa de Honduras. A jornalista Leonarda Andina, do jornal El Heraldo, recebeu uma intimação por ter publicado trechos do último relatório da Comissão Nacional de Direitos Humanos, que se dedica a expor atos de corrupção e favorecimento no Poder Judiciário. O caso foi denunciado amplamente pelo jornal, o qual exibiu a intimação enviada à jornalista. O relatório foi divulgado posteriormente em outros meios de imprensa e teve a sua autenticidade reconhecida. Entretanto, a intimação para que a jornalista se apresentasse perante um juiz para falar sobre a publicação não foi anulada e a atitude é considerada uma ameaça velada aos meios de comunicação. Neste último trimestre, a agência de notícias Acan-Efe denunciou que a jornalista Rossana Guevara foi afastada da direção dos noticiários da Vica-Televisión “por pressões” do governo devido às suas posições críticas. Uma notícia da Acan-Efe afirmou que Guevara havia declarado que uma caricatura criticando o presidente da República tinha sido “a gota d'água”. Nem a emissora nem a Presidência da República fizeram comentários. Em julho, outra jornalista do jornal El Heraldo foi ameaçada com um processo judicial por um dos candidatos à prefeitura de San Pedro Sula, do Partido Nacional, de oposição. Oscar Kilgore, que pode perder a candidatura se for julgado por difamação, nega ter feito acusações ao presidente do Poder Judiciário e juízes de corrupção, declarações que aparecem em um artigo da jornalista Sogeila Alvarado que, por coincidência, é filha de um conhecido ex-juiz. Outro candidato a deputado, também do Partido Nacional, foi denunciado pelo jornal La Prensa de agredir seu correspondente em La Ceiba, Ramón Tejeda, depois que este entrevistou Ricardo Maduro, pré-candidato à presidência. O político Rodolfo Irías Navas, ex-presidente do Congresso, se aborreceu quando Tejeda perguntou a Maduro se ele manteria seus planos políticos apesar das acusações de corrupção contra ele. Irías é investigado, junto com outros ex-funcionários da administração nacionalista anterior, por suposto enriquecimento ilícito.

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