Guatemala

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GUATEMALA Durante os primeiros três anos da administração do presidente Alvaro Arzú, existiu um constante confronto imprensa-governo, que chegou - inclusive - a ações intimidatórias contra os mais independentes órgãos de imprensa, em um claro atentado contra a liberdade de imprensa e de expressão, que chegou a provocar a venda de uma prestigiosa revista, Crónica, depois de um prolongado cerco comercial provocado pelo setor governamental. Como o país encontrava-se em um ano eleitoral, a tensão entre o governo e o partido oficial diminuiu consideravelmente, mas na associação jornalística não existe demasiado otimismo com o que possa suceder no ano 2000, pois muitos dos candidatos a deputado pelos dois partidos majoritários tiveram confrontos de uma ou outra maneira com jornalistas. Essa é a cronologia dos fatos. - Radio Corporación Nacional, uma rádio independente, vendeu tempo para um programa informativo chamado "Hoy por hoy", o qual se dedicava a desprestigiar a imprensa e os jornalistas mais independentes e críticos do governo. Uma investigação jornalítica dos jornais El Periódico e Prensa Libre, demonstrou que por trás do programa encontra-se o chefe do estado, Mariano Rayo. Apesar da denúncia pública, que demonstrou que a sociedade anõnima proprietária do programa de rádio que fora constituída por dois assistentes de Rayo, o governo negou ser responsável pelo programa. Funcionários do Prensa Libre dialogaram com os propreitários da rádio e conseguiram que o "Hoy por hoy" não continuasse com ataques anónimos. Posteriormente, supós-se que a mesma sociedade anónima tenha comprado um projeto jornalístico independente, EI Regional, que agora mantém uma linha pró-governamental. - Fato positivo foi a sentença condenatória contra os assassinos do jornalista Jorge Luis Marroquín, diretor e proprietário do semanário Sol Chortí, que foi morto a tiros em S de junho de 1997. Os dois implicados como autores materiais foram condenados a SO e 30 anos de prisão, enquanto continuam investigações contra o ex-prefeito de Jocotán, José Manuel Ohajaca, que foi acusado no processo como autor intelectual. Marroquín foi assassinado após publicar uma série de denúncias sobre corrupção do administrador municipal de Ohajaca, que fugiu do país ao deixar o cargo, e até a data ignora-se seu paradeiro. Ainda que na Guatemala tenham sido assassinados um grande número de jornalistas, esse é o primeiro julgamento que se investiga com seriedade e em que o processo chega à sentença condenatória. As entidades de imprensa e a própria imprensa solicitam agora que se persiga a autoria intelectual do fato. -Também deve-se destacar a visita a Guatemala de uma missão especial, encabeçada pelo presidente da SIP, Jorge Fascetto, a qual realizou uma entrevista com o presidente Alvaro Arzú, que se comprometeu com os jornalistas a "começar do zero" em suas relações com a imprensa e a pressionar perante o Ministério Público para que se continuem as investigações dos assassinatos dos jornalistas Jorge Carpio Nicolle e Irma Flaquer, cujos expedientes fazem parte do projeto Crimes Contra Jornalistas sem Punição. Além disso, essa missão reuniu-se também com os principais candidatos que disputarão a presidência da Guatemala no dia 7 de novembro de 1999, e em um almoço privado manifestaram seu compromisso de respeitar - no caso de serem eleitos - a liberdade de imprensa e de expressão.

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