HAITI
A situação da imprensa no Haiti teve progressos nos últimos meses, assim como a situação política, que parece caminhar a passos lentos, porém decididos, em direção ao fortalecimento de um regime institucional que garanta o exercício dos direitos humanos que foram, durante décadas, violados no
país.
A imprensa haitiana atualmente se conforma simplesmente em registrar os fatos da atualidade, revelando obviamente o discurso oficial predominante, sem prestar atenção à análise dos acontecimentos ou situações sócio-políticas, económicas e culturais.
Depois dos eventos de 28 de maio deste ano, nos quais vários jornalistas foram agredidos física e psicologicamente por policiais durante um encontro cívico convocado pela Câmara do Comércio e Indústria do Haiti, os meios de comunicação em geral não foram alvo de nenhum ataque ou ato agressivo por parte de nenhum setor durante os últimos seis meses do presente ano.
Destaca-se a existência de dificuldades de acesso às fontes de informação oficial, uma falta de aprofundamento das informações.
Um número importante de jornalistas haitianos enfrenta uma situação de frustração crescente, não apenas em nível de seu desenvolvimento pessoal, mas também, e sobretudo, em nível das informações divulgadas depois da "mordaça" imposta pelas autoridades para calar os desejos de grandes setores sociais.
Por medo de represálias, algumas fontes oficiais continuam reticentes em fornecer informações aos meios de comunicação, enquanto outras continuam privilegiando certos meios para a difusão de algumas informações. Os temas políticos têm preeminência sobre os fatos sociais, económicos e culturais,
geralmente divulgados de forma superficial. Essa rotina parece caracterizar o funcionamento da imprensa e dos meios de comunicação haitianos em sentido geral. Existe um grupo de assuntos que os jornalistas e os meios de comunicação hesitam em cobrir ou aprofundar, tais como a corrupção dos funcionários do governo.
Madrid, Espanha