Guatemala

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GUATEMALA Em meses recentes têm ocorrido fatos que perturbam a vida profissional dos jornalistas e prejudicam, portanto, a liberdade de imprensa. Dois jornalistas foram assassinados. José Yantuche morreu em 14 de abril, 14 dias depois de ter recebido um golpe desferido por desconhecidos. Julio René Lemus, membro do Círculo Nacional de Imprensa foi assassinado a tiros em 25 de abril. Estes crimes não foram esclarecidos. Yantuche e Lemus eram jornalistas pouco conhecidos e o segundo se dedicava também a uma empresa de assistência penal. Recentemente houve um conflito de opiniões entre a Associação de Jornalistas da Guatemala (APG), que tem cerca de 400 afiliados e a secretaria de Relações Públicas da Presidência da República. A APG sustenta que o governo tenta silenciar as críticas ao comportamento oficial mediante agressões e ameaças contra alguns jornalistas. O governo intimou a APG a apresentar provas de suas afirmações. Cronologia dos fatos importantes que afetaram a liberdade de imprensa. IOde abril - Executivos do diário El Gráfico informaram ter recebido ameaças de morte por publicar informações relacionadas com o assassinato do jornalista Jorge Carpio Nicolle, crime ainda impune. O Ministério Público pede ao Supremo Tribunal para nomear um juiz "que seja valente, imparcial e esteja disposto a enfrentar os desafios e riscos que este caso apresenta". Dois desconhecidos com o rosto coberto com capuzes irromperam na moradia de Ervin San Juan, de 23 anos e fotógrafo do El Gráfico e depois de amarrá-lo e a sua esposa, advertiram-lhe para desistir de seu trabalho. 11 de abril- A Associação de Imprensa Quetzalteca (APQ) denuncia em um comunicado à imprensa que o pessoal do Hospital Regional do Occidente veda o ingresso dos jornalistas a esse centro assistencial. 12 de abril - A bancada da Frente Republicana Guatemalteca (FRG), partido de oposição, denunciou que a Junta Diretora do Congresso da República, presidida por um deputado do partido do governo, limita o acesso à informação a deputados e jornalistas, pois para consultar qualquer certidão e versão taquigráfica deve-se obter a autorização do presidente ou vice-presidente do Congresso. 24 de abril - O Primeiro Juiz de Sentença, Carlos Villatoro Shunimann, renunciou ao processo instruído pela morte do jornalista e político Jorge Carpio e vários de seus acompanhantes. 5 de maio - Sujeitos não identificados fizeram detonar uma bomba de produção caseira na calçada da residência de Carlos Orellana Chávez, diretor da Radio Victoria, na cidade de Mazatenango. 12 de maio - Os guerrilheiros informaram que muitos combatentes - não identificados - morreram defendendo as instalações de sua emissora, La Voz Popular, que transmite do vulcão Tajumulco, no estado de San Marcos. Há nove anos, acrescentam, o exército fustiga esta posição, mas não chegou até os estúdios, pois a área ao redor está minada. 15 de maio -O ex-presidente do Conselho de Administração do diário Siglo Veinnuno, o jornalista José Rubén Zamora, que foi afastado do cargo na empresa que edita esse jornal, denunciou que haviam tentado matá-lo com uma granada de mão colocada junto a seu veículo, enquanto jantava em um restaurante. 16 de maio - Zamora acusa o governo de tentar contra sua vida. O governo rejeitou a acusação. 17 de maio -O vice-ministro do Governo, Mario René Cifuentes, denuncia um plano dos inimigos do governo para calar a imprensa e o qualifica de atentado contra a democracia e a institucionalidade. A Igreja Católica teme que se produzam ataques contra a imprensa por parte de grupos direitistas clandestinos que se opõem ao processo de paz na Guatemala. 21 de maio - Vários cronistas parlamentares denunciam que na lista de assessores do Congresso figura o ex-comissário militar Carlos López Girón, acusado de ser um dos autores intelectuais da morte de Jorge Carpio Nicolle. Em um dos documentos dado a conhecer pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos indica-se que as forças armadas guatemaltecas são responsáveis pelo assassinato da senhora Refugio Villanueva, esposa do jornalista Byron Barrera. Nesse atentado, ocorrido em outubro de 1990, o jornalista saiu ileso. 24 de maio - Uma granada de fragmentação foi colocada em um estaàonamento do diário Prensa Libre. Segundo os bombeiros voluntários, um desconhecido chamou uma de suas estações e informou sobre o artefato explosivo. 3 de junho -O procurador geral Acisclo Valladares Molina informou que as ameaças e provocações contra alguns meios locais de comunicação provêm de setores públicos e particulares, os quais se vêm atingidos ao serem descobertas suas ações delituosas. 26 de agosto -O procurador dos Direitos Humanos, Jorge Mario García Laguardia e o fiscal geral da República, Héctor Hugo Pérez Aguilera, coincidiram em seus juízos, assinalando que os jornalistas não podem ser obrigados a prestar declaração nos tribunais. Alguns juízes envíam citações sob intimação judicial.

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