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Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e de outros profissionais de veículos de comunicação continuam a ser o fato mais grave no cenário da liberdade de expressão neste período. A persistência dos casos de censura judicial também é motivo de alarme, posto que praticado por magistrados, de quem se esperariam a proteção dos princípios constitucionais que asseguram a liberdade de expressão no país e o veto a qualquer forma de censura. Especialmente digno de nota é a falta de decisão final sobre a censura aplicada ao jornal O Estado de S.Paulo em 31 de julho de 2009. Paralelamente a isso, é motivo de especial preocupação o fato de que, em decorrência da onda de protestos que se vêm registrando desde 6 de junho de 2013, mais de 70 jornalistas foram vítimas de truculência policial e de agressões por parte dos próprios policiais e de manifestantes. A brutalidade, que em alguns casos resultou em ferimentos graves, também atingiu instalações e veículos de empresas jornalísticas, como parte de um acirramento das atitudes hostis à mídia empresarial por grupos de diversas tendências. Os profissionais (jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas) foram detidos, agredidos e ameaçados. Alguns deles sofreram graves ferimentos, como o fotógrafo da Folha de S. Paulo, Sérgio Silva, que fazia a cobertura das manifestações contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo, no dia 13 de junho. Silva perdeu a visão do olho esquerdo, atingido por um tiro de bala de borracha que foi disparado por um policial da tropa de choque. Nesse período, dois jornalistas foram mortos. O 14 de abril de 2013, Walgney Assis Carvalho, fotógrafo freelancer do Jornal Vale do Aço, foi executado a tiros em Coronel Fabriciano (MG). A Polícia mineira apura possível relação entre a morte de Carvalho e a do jornalista Rodrigo Neto, assassinado 37 dias antes, em Ipatinga. Os dois profissionais frequentemente trabalhavam em dupla e, segundo a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia de Minas Gerais, o fotógrafo foi uma das primeiras pessoas a depor sobre a morte de Rodrigo Neto, tendo fornecido informações úteis à apuração do caso. Em 16 de abril, a ex-namorada de Walgney Carvalho recebeu ameaça anônima por telefone. Em 19 de abril, a Polícia Federal passou a atuar nas investigações sobre a morte de Walgney Carvalho em colaboração com a Polícia Civil de Minas Gerais. De acordo com a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, há pelo menos 20 policiais envolvidos em mais de 20 homicídios denunciados pelo repórter Rodrigo Neto e por Walgney Carvalho. O 8 de março, o jornalista e radialista Rodrigo Neto de Faria, do Jornal Vale do Aço, foi assassinado em Ipatinga (MG). Neto tinha um dossiê inédito sobre crimes praticados por um suposto esquadrão da morte formado por policiais da região. Em 9 de março, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) passou a acompanhar as investigações do assassinato de Rodrigo Neto. Em 17 de junho, a Justiça expediu o mandado de prisão temporária de Alessandro Augusto Neves, conhecido como “Pitote”, por envolvimento na morte do jornalista. Segundo investigações do DHPP, ele tinha ligações com policiais de Coronel Fabriciano (MG), e teria participado do crime como informante. Em 18 de junho, o investigador de polícia Lúcio Lírio Leal foi preso por suspeita de ser o executor do assassinato do jornalista. Desde abril deste ano, oito policiais foram presos, seis civis e dois militares. Entre os presos por suspeita de assassinatos na região estão o médico-legista José Rafael Americano, os investigadores José Cassiano Ferreira Guarda, Leonardo Correa, Ronaldo de Oliveira Andrade e Gini Cassiano, além do soldado Vitor Emanuel Miranda de Andrade. Durante este período foram denunciados 70 casos de agressões contra jornalistas. O 7 de setembro, foram registrados 21 casos de agressões contra 20 profissionais da imprensa durante os protestos ocorridos no Brasil só nesse dia. Os casos ocorreram em Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo, e as vítimas cobriam  os protestos para 14 veículos de informações. A polícia foi a autora de 85% das agressões - 18 casos - na maioria das vezes por uso ostensivo de spray de pimenta. Brasília foi a cidade mais violenta para repórteres e fotógrafos: 12 profissionais foram agredidos, todos por policiais militares. Seis desses profissionais, faziam a cobertura para o jornal Correio Brasiliense, caso do repórter Arthur Paganini  empurrado por um policial e, que em seguida, recebeu um spray de pimenta de outro PM. O jornalista Brenno Fortes levou um empurrão de um policial enquanto tentava socorrer um colega ferido. A fotógrafa Monique Renne, registrou o momento em que um policial jogou spray de pimenta diretamente em sua câmera; ao fotografar a cena. Os fotógrafos Carlos Vieira, Carlos Moura e Janine Morais também sofreram agressões. Ainda em  Brasília, o fotógrafo Ricardo Marques, do jornal Metro, desmaiou após ser atingido no rosto por spray de pimenta. Uma de suas câmeras foi furtada. Policiais militares soltaram os cães num grupo de manifestantes e nos jornalistas presentes quando se deslocavam em direção ao Estádio nacional. O fotógrafo da agência Reuters Ueslei Marcelino machucou o joelho, enquanto tentava deixar o local. Fábio Braga, fotógrafo da Folha de S. Paulo, foi atacado pelos cães da Polícia Militar, mas sem ferimentos graves. A Polícia Militar também atingiu intencionalmente com gás lacrimogêneo, a fotógrafa da Folha Marlene Bergamo, e o repórter da Agência Brasil Luciano Nascimento. O fotógrafo Evaristo Sá, da (Agence France-Press) AFP, foi atingido por spray de pimenta e precisou ser levado ao hospital. Em Belo Horizonte (MG), foram registrados 2 casos de violência contra a imprensa, o repórter Lucas Simões foi atingido por um militar, enquanto filmava a atuação da PM ao revistar populares. Segundo Lucas, após alguns minutos de gravação, foi surpreendido por um militar que chegou por trás dele e o golpeou na tentativa de interromper a gravação. O estudante de jornalismo João Vitor de Almeida Brito Alves, foi atingido na cabeça por um cassetete de um militar. No Rio de Janeiro (RJ), 3 jornalistas foram agredidos por manifestantes e policiais. Os manifestantes agrediram uma equipe de reportagem da TV Globo. O fotógrafo Marcos de Paula, do jornal O Estado de S.Paulo, foi atingido por uma bomba de gás lacrimogênio. O repórter da Globo News Júlio Molica foi duplamente atingido: por spray de pimenta da PM e por chutes de manifestantes, que tentavam expulsá-lo do local. Paulo Araújo, do jornal O Dia foi agredido por policiais, feriu-se com estilhaços e teve sua mochila queimada. Os manifestantes também se voltaram contra a imprensa em Manaus (AM). Foram registrados 2 casos de violência contra a imprensa, a repórter Izinha Toscano, do Portal Amazônia, levou socos nas costas e Camila Henriques, do portal G1 Amazonas, foi empurrada. Elas tentavam registrar a prisão de alguns manifestantes. Em São Paulo (SP), o tiro de um policial feriu de leve o fotojornalista Tércio Teixeira. O 22 de agosto, quatro jornalistas foram agredidos  durante a primeira audiência com tomada de depoimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Ônibus, instalada na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Segundo a Agência Brasil, os repórteres Julio Molica e Antonia Martinho, da GloboNews, foram expulsos por manifestantes favoráveis à CPI. O repórter cinematográfico da Band, Sergio Colonesi, e o jornalista do portal Terra, Cirilo Júnior, foram agredidos com um chute nas costas e um pedaço de pau, respectivamente. O 19 de agosto, um grupo de jornalistas foi atingido por spray de pimenta, durante a cobertura dos protestos "Fora Cabral" e contra a "Farsa Eleitoral",  no Rio de Janeiro. Em vídeo gravado pelo Coletivo Mariachi e divulgado no Youtube, é possível ver o momento em que um dos policiais, para impedir gravações, joga o líquido no rosto e nos equipamentos dos profissionais. O 7 de agosto, o fotógrafo João Miranda do Jornal Estado de Minas, foi preso por fotografar a fachada da Superintendência Administrativa de Transporte da Polícia Civil de Belo Horizonte (MG). Miranda percebeu a movimentação de viaturas no local e começou a fotografar. O 22 de julho, Yasuyoshi Chiba, fotógrafo da Agência France-Presse, foi agredido por um policial militar, nos arredores do Palácio Guanabara, no Rio de Janeiro, enquanto fazia a cobertura de um protesto contra o gasto público por ocasião da visita do Papa Francisco. O 26 de junho, pelo menos três jornalistas ficaram feridos durante os confrontos registrados no entorno do Mineirão, em Belo Horizonte (MG). A jornalista Tahiane Stochero, do portal G1, foi atingida por manifestantes com pedrada. Ela relatou que um grupo de PMs ficou encurralado por manifestantes, que começaram a jogar pedras neles. O 24 de junho, o repórter Honório Jacometto, jornalista da TV Anhanguera, filial da Rede Globo em Goiás, foi agredido durante uma manifestação no centro de Goiânia (GO). A agressão aconteceu no início da noite, quando um grupo de manifestantes gritava “fora Globo” e vários deles cercaram o repórter, empurrando-o. Foi necessária a intervenção da Polícia Militar para que o mesmo não fosse agredido. O 20 de junho, o jornalista Flávio Botelho, da Rádio CBN FM 99.1, de Campinas (SP), foi vítima de agressão e roubo durante o protesto contra o aumento da tarifa dos transportes públicos. Botelho relatou que pelo menos 10 pessoas o agrediram. Ele contou à polícia que estava fotografando o arrombamento da loja quando foi empurrado por manifestantes, e, já no chão, foi agredido com socos e pontapés. A queda e as agressões resultaram em fraturas no ombro esquerdo e luxação no pé. O 19 de junho, pelo menos oito jornalistas foram atingidos por balas de borracha, spray de pimenta, bombas de efeito moral e até golpes de cassetetes durante cobertura das manifestações que antecederam o jogo Brasil x México, no Estádio Castelão, em Fortaleza (CE). O repórter Vladimir Platonow, da Agência Brasil, foi agredido por seguranças do Terminal Rodoviário de Niterói (RJ) durante a cobertura dos protestos na cidade fluminense. O 18 de junho, o repórter do UOL Vinicius Segalla foi agredido por manifestantes que reivindicavam contra a aprovação da PEC 37, o valor alto das passagens de ônibus e os gastos extraordinários com a Copa. Vinicius fazia a cobertura do protesto, quando teve o rádio tomado por um dos manifestantes para ver se estava falando com a polícia. Ele levou chutes e pontapés. O 17 de junho, a repórter Maria Ferri, da TV Record Brasília, ficou presa dentro do carro de reportagem da emissora, em Brasília. O vidro traseiro do veículo foi quebrado ao ser apedrejado por manifestantes que se reuniam em frente ao Congresso Nacional. Ferri não conseguiu fazer a cobertura dos protestos. André Naddeo, repórter do portal Terra, foi agredido e roubado por manifestantes que protestavam contra o aumento do preço das passagens no Rio Janeiro. O 13 de junho, pelo menos 15 jornalistas foram agredidos e presos por policiais militares durante a repressão a uma manifestação contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo. Os protestos, que tiveram início no dia 6 de junho, foram organizados pelo Movimento Passe Livre. No dia 13 de junho, considerado o mais violento, a polícia continuou agindo com truculência, apesar de os jornalistas apresentarem seus crachás de imprensa. A PM utilizou cassetetes, bombas de gás lacrimogênio e balas de borrachas, que atingiram não só os manifestantes, mas os jornalistas que trabalhavam na cobertura da manifestação. O 20 de abril, o jornalista Rui Luiz de Sá Chaves, editor-chefe do jornal O Candiru, em Itacoatiara (AM), foi agredido quando deixava o jornal. Chaves levou um soco no olho e, ao cair no chão, recebeu chutes na costela, precisando ser hospitalizado devido aos hematomas e a um corte na pálpebra direita. Ocorreram neste período nove casos de censura judicial. O 31 de agosto, o juiz plantonista da Comarca do Recife, Sebastião de Siqueira Souza, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE),  concedeu liminar que proíbe o Jornal do Commercio (Sistema Jornal do Commercio de Comunicação), o Diario de Pernambuco e a TV Clube, estes pertencentes aos Diários Associados, de citarem o nome do deputado estadual Guilherme Uchoa (PDT), presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, em reportagens sobre tráfico de influência num caso de adoção de uma criança, do qual sua filha, a advogada Giovana Góes Uchoa, teria participado. O 26 de agosto, o jornal Gazeta do Povo, de Curitiba (PR), foi proibido de publicar informações sobre as investigações contra Clayton Camargo, presidente do Tribunal de Justiça do Paraná. De acordo com a matéria, em abril de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu a investigação para apurar a suspeita de venda de sentença por Clayton Camargo. A denúncia partiu da advogada de uma das partes de uma ação que ele julgou, quando atuava como magistrado da área de Família. A denunciante o acusou de ter recebido dinheiro para decidir em favor da outra parte, em uma ação que envolvia disputa de guarda de filhos, em 2011. Em julho de 2013, a corregedoria do CNJ abriu outro procedimento, desta vez para investigar suspeita de que Clayton Camargo teria usado sua influência para favorecer a candidatura do filho, o deputado estadual Fábio Camargo (PTB), à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. Fábio tomou posse no final de julho. A liminar, concedida no mês de julho pelo juiz Benjamin Acácio de Moura e Costa, garantia que as notícias sobre as denúncias não fossem publicadas. A decisão determinava que as reportagens fossem retiradas da página do jornal na internet. No início do mês de Outubro, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu abrir Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar supostas irregularidades cometidas pelo ex-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Clayton Camargo. Na mesma sessão o conselho também decidiu unanimidade afastá-lo cautelarmente da função de desembargador. O afastamento de Camargo de suas funções deve durar até que o processo seja julgado em definitivo. A decisão foi unânime. O 22 de maio, a juíza Camila Castanho Opdebeeck, da 3ª Vara Cível de Indaiatuba (SP), determinou que seja suspensa qualquer forma de veiculação eletrônica da coluna do jornalista José Simão publicada no dia 22 de agosto de 2012, no caderno “Ilustrada” da Folha de S. Paulo. O pedido de retirada partiu da ex-candidata a vereadora em Indaiatuba (SP), Alzira Cetra Bassani (PPS), que ficou na suplência. No texto, Simão fez uma sátira com o nome adotado pela candidata na campanha de 2012: “Alzira Kibe Sfiha”. Os advogados da ex-candidata alegaram na ação que o texto é “ofensivo” à moral e ao “bom nome” da mesma. A juíza concedeu tutela por considerar que há “o risco de prejuízos irreparáveis ou de difícil reparação”.  A Folha informou que cumpriria a decisão, mas pretendia recorrer. O 15 de maio, o ex-presidente do Senado Federal, José Sarney, obteve, por decisão do Juizado Especial de Fazenda Pública e da 10ª Zona Eleitoral de Macapá, o bloqueio das contas bancárias da professora aposentada Alcinéa Cavalcante, que mantém o blog “Alcinéa Cavalcante, Liberdade de Expressão!”. Alcinéa foi processada após postar em seu blog sugestão de que leitores fizessem um adesivo com a frase “O carro que mais combina comigo é um camburão da polícia” e colassem no veículo de algum político. A ideia não visava a nenhum parlamentar específico. Porém, um internauta comentou a publicação, dizendo que este seria o "adesivo perfeito para o Sarney". Ele moveu, então, uma ação contra a blogueira, exigindo indenização e a retirada da página do ar. A medida do juiz José Luciano Assis visava obter recursos correspondentes a R$ 2 milhões, com juros e multa, por supostos danos morais causados a Sarney.  Em resposta, Alcinéa publicou a foto de um muro de sua cidade com a frase "Xô, Sarney!". O 11 de abril, a TV Anhanguera, afiliada à Rede Globo em Gurupi (TO), foi proibida de divulgar imagens da audiência de instrução de um crime cometido por policiais naquele munícipio, em setembro de 2012. A emissora recebeu notificação da Juíza Joana Augusta Elias da Silva, da Vara de Execuções Penais e Tribunal do Júri da Comarca de Gurupi, sob pena de crime de desobediência. Durante audiência que decidiria se os acusados iriam a júri popular, a juíza chegou a chamar a equipe de reportagem à frente da tribuna para dizer que não permitiria a filmagem de acusados ou de testemunhas. O 10 de abril, o jornal O Fato Novo, da cidade de Taquari (RS), recebeu um ofício da Justiça Eleitoral de Taquari, proibindo a publicação da entrevista concedida pela ex-secretária da Saúde da cidade, Marione Villanova Nonnenmacker. A ordem partiu da Juíza Andrea Caselgrandi Silla, da 56ª Zona Eleitoral do Rio Grande do Sul. Marione Nonnenmacker é testemunha em denúncia de suposta compra de votos e uso da máquina pública na eleição municipal de 2012. O 12 de março, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), obteve liminar na Justiça de Goiás proibindo a estudante de jornalismo e blogueira Lenia Soares Santana, de 22 anos, de citar o seu nome em matérias do Diário de Goiás e em um blog de análise política semanal. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, no processo da 15ª Vara Cível e Ambiental do Tribunal de Justiça de Goiás, foi estipulado o valor prévio de indenização de R$ 1 mil e multa diária não definida, caso a estudante descumpra a ordem. O advogado de Perillo, João Paulo Brzezinski, declarou que em momento algum o governador processou quem quer que seja, por críticas ao seu governo, e sim por distorções de fatos, manipulação de documentos e informações. Foram registrados também nove casos de ameaças. O 19 de setembro,o apresentador Jorge Reis da Costa, mas conhecido como “Kajuru”, disse ter recebido ameaças de morte por parte do governador de Mato Grosso, Silval Barbosa. Durante seu programa, “O incrível Kajuru”, na TV Esporte Interativo. Kajuru contou  que as ameaças estão relacionadas às denúncias que fez sobre superfaturamento das obras da Copa do Mundo no estado. O 9 de setembro, o jornalista e proprietário do Portal i9, Antônio Fabiano Portilho Coene, foi sequestrado e ameaçado em Campo Grande (MS). Portilho foi rendido por três homens armados no centro da cidade de Campo Grande. Depois de estacionar seu carro, o jornalista foi obrigado por três desconhecidos a entrar em um veículo preto sem placa. Ele foi levado a uma estrada vicinal, onde foi amarrado e recebeu os seguintes avisos: "A partir de hoje, não fale mais nada de ninguém deste estado e desta cidade. Você tem 24 horas para deixar o estado, senão morre". Coene registrou boletim de ocorrência e a polícia passou a investigar o caso, de acordo com o Portal i9. Esta já é a terceira ameaça que o empresário recebe em menos de um ano. O 9 de setembro, o jornalista e blogueiro Luis Pablo, recebeu ameaça de morte  do presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, deputado Arnaldo Melo (PMDB). O 14 de agosto, o apresentador José Luiz Datena disse durante o seu programa “Brasil Urgente”, na TV Bandeirantes, que sua família, que reside em Goiânia (GO), recebeu ameaça de morte. O jornalista declarou que um de seus filhos, foi informado pela Polícia Civil de Goiânia, que havia recebido uma ligação anônima de São Paulo, na qual dizia que assassinos iriam de São Paulo até Goiás, para matá-los. O 6 de agosto, o cartunista Carlos Latuff foi alvo de ameaças de morte por parte do 1º tenente da Brigada Militar gaúcha, Giovane da Silva Pereira e por uma mulher que trabalharia na OAB de São Paulo e identifica-se em uma rede social como Cardia Ma. Latuff é conhecido por sua luta contra a violência policial brasileira e por trabalhar em defesa do povo palestino. O 24 de junho, a equipe de reportagem da TV Pampa, no Rio Grande do Sul, foi ameaçada e teve seu material de filmagem roubado, enquanto fazia a cobertura das manifestações, em Porto Alegre. Segundo o site Vitrine Digital, uma cinegrafista registrava um grupo de manifestantes depredando uma agência bancária quando foi cercada por cinco pessoas que a ameaçaram de morte e pediram o cartão de memória com as imagens. O 7 de maio, a repórter Fabíola Gadelha, do programa Alô Amazonas, da TV A Crítica, de Manaus (AM), recebeu ameaças de morte e passou a andar escoltada por seguranças armados. Um ex-presidiário disse ao jornalista Paulo França, colega de trabalho de Fabíola, que havia uma ordem para matar a repórter. Dez dias depois, o carro da reportagem da TV A Crítica foi abordado por um motociclista que carregava uma mochila nas costas e usava capacete. O 19 de março, o blogueiro e radialista Emílio Gusmão, que mantém um blog em Ilhéus (BA), foi ameaçado pelo vereador Aldemir Almeida (PSB). O radialista afirmou ter recebido outras quatro ameaças do vereador, o qual declarou que, se ele mesmo não fizesse algo contra Gusmão, mandaria fazer. Se produjeron los siguientes atentados contra medios. O 20 de junho, um veículo do Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) foi incendiado por um grupo de manifestantes que participavam de um protesto próximo à Prefeitura do Rio de Janeiro contra o aumento das tarifas de transporte público em Natal (RN). O 18 de junho, o carro de transmissão da TV Record que fazia a cobertura do protesto convocado pelo Movimento Passe Livre (MPL), em protesto ao aumento das passagens dos ônibus e trens em São Paulo, foi incendiado por manifestantes. O 4 de junho, a sede e um carro de reportagem da TV Serra Dourada foram atacados por pessoas que participavam de protestos em Goiânia (GO). O 14 de março, a sede do Grupo Rondoniagora, em Rondônia, foi alvo de atentado. De acordo com testemunhas, era madrugada quando cinco disparos foram efetuados em direção ao prédio. O diretor do Rondoniagora, jornalista Gerson Costa, disse acreditar numa tentativa de intimidação. O 13 de março, a emissora de rádio Encanto do Rio, de Benjamin Constant (AM), foi alvo de incêndio criminoso. Segundo o portal G1, a emissora teve dois transmissores, um ar-condicionado e um receptor queimados. A polícia encontrou sinais de arrombamento no prédio, mas nenhum material inflamável foi encontrado. O 9 de março, a Rádio AM 970 integrante do Sistema Monólitos de Comunicação, localizada em Quixadá (CE), foi alvo de atentado e teve sua programação suspensa. Além de destruírem toda a estrutura física da rádio, os criminosos atearam fogo em seus transmissores. Há suspeitas do uso de bananas de dinamite. O 11 de março, a Rádio FM 105.9, também integrante do Sistema Monólitos de Comunicação, foi alvo de atentado e precisou suspender sua programação. A FM 105.9 teve suas instalações destruídas e a edificação que abriga seus transmissores atingida por bombas de fabricação caseira. O 8 de julho, o vereador e apresentador Adeilson Correa da Silva recebeu voz de prisão dentro da sede da TV Rio Claro, em São José do Rio Claro (MT). Segundo matéria do Jornal Gazeta Digital, Adeilson foi preso por denunciar no Programa Cadeia Neles o uso de uma viatura da Polícia Civil para fins particulares do delegado Henrique Hoffman Monteiro de Castro. O 13 de junho, o repórter da revista Carta Capital, Piero Locatelli, foi preso durante manifestação contra o aumento das tarifas do transporte público em São Paulo. Locatelli foi preso antes mesmo do início da manifestação por carregar um frasco de vinagre na mochila. O 13 de junho, o jornalista Leandro Machado, da Folha de S. Paulo, foi detido enquanto acompanhava a prisão de um dos manifestantes, quando foi abordado. Um PM chegou com um cassetete e disse “se você não sair, vou te bater”. Quando Machado mostrou o crachá de imprensa, o policial disse que isso não significava nada para ele. Pediu os documentos de Machado, que entregou a ele o RG e o crachá.  O agente então foi até à viatura e depois retornou anunciando que ele estava detido. No caminho até a 78ª delegacia (no bairro Jardins), ele foi informado que estava sendo preso por "atrapalhar a ação da polícia".

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