Neste período, uma série de agressões, abusos e ameaças comprovou a situação de insegurança no exercício do jornalismo e da liberdade de imprensa.
Três jornalistas de televisão, Yaniris Sánchez e José Cruz da Telenoticias canal 11 e Silvino da Silva do Serviço Informativo Nacional do canal 9, foram feridos a pedradas e garrafadas por um grupo de haitianos que confrontou a polícia a tiros no bairro 27 de Febrero, da capital dominicana.
Em junho, três jornalistas que faziam parte de duas equipes da Cadena de Noticias, canal 37, foram agredidos e presos em fatos ocorridos nas cidades de La Vega e Puerto Plata, enquanto cobriam operações de combate às drogas. Os agredidos foram Gerardo de la Cruz, produtor do programa informativo Tiempo; Genris Morel e Aneudis Pimentel, produtor do programa "El desahogo del mediodía", do canal 12 de Puerto Plata. As autoridades confiscaram seus equipamentos de filmagem.
Em San Francisco de Macorís, cidade no nordeste do país, o produtor de televisão e correspondente do diário El Nacional Pedro Fernández escapou com vida de um atentado a bomba que destruiu os vidros de seu veículo em junho. Atribuiu-se o incidente a assassinos profissionais do narcotráfico. Uma semana antes do atentado, desconhecidos atacaram a sua residência com bombas de gás lacrimogêneo. Eles deixaram um bilhete com ameaças, pois ele denuncia constantemente o crime organizado.
Em uma cidade vizinha a San Francisco de Macorís, outro repórter, Elías Almanzar, que dirige um portal independente, foi agredido a tiros em sua residência por indivíduos desconhecidos que distribuíram panfletos ameaçando a sua vida.
Enquanto isso, vários jornalistas que participam nos programas de comentários de rádio e televisão foram levados a julgamento por funcionários e cidadãos que alegam terem sido difamados e cujos processos foram abertos em diversos tribunais, como nos casos do jornalista Marino Zapete, produtor de dois programas no noticiário SIN e no canal Teleradio America, e da diretora do SIN, Alicia Ortega, do colunista Juan Taveras Hernández e de Rosendo Tavarez.
Em meio a este clima crescente de insegurança, os principais jornais decidiram reativar a Sociedad Dominicana de Diarios para lutar pela derrubada das leis que penalizam o trabalho jornalístico.
Uma de suas primeiras tarefas foi solicitar ao Tribunal Constitucional para que se pronuncie sobre o recurso de inconstitucionalidade que os diretores de três jornais interpuseram em fevereiro de 2013 para eliminar a Lei 6132, que regula o exercício da imprensa, e contra vários artigos do Código Penal que estabelecem penas de prisão e multas contra os chamados crimes de palavra.
O Presidente Danilo Medina assegurou a uma delegação de executivos de jornais do Chile, Panamá e República Dominicana que o seu governo garante o respeito absoluto à liberdade de expressão.
No início de outubro, no entanto, Hoy se queixou em editorial sobre o fluxo limitado de informações entre a imprensa e o governo, observando que "jornalistas designados para a sede do Poder Executivo estão sujeitos a uma rigidez burocrática que dificulta a tarefa de entrevistar os altos funcionários ali presentes".
O jornal Diario Libre denunciou que "uma multidão armada em companhia da oficial de justiça Ali Leyvi Núñez Díaz, do Tribunal de Recursos de Santo Domingo, retirou motoristas do Diario Libre de dois veículos e tentou retirar um terceiro, enquanto exerciam trabalho jornalístico".
O jornal disse que esses ataques se somam a outros quando várias pessoas, algumas armadas, chegaram às suas instalações para executar ilegalmente um embargo, em consequência de uma ação judicial proposta pelo comentarista Raúl Pérez Peña (Bacho).
Madrid, Espanha