Punta Cana (17 de outubro de 2025) — Martha Ramos, presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), apresentou hoje o relatório sobre o estado da liberdade de imprensa nas Américas durante a 81ª Assembleia Geral da organização.
Segundo Ramos, a escalada das pressões contra o exercício jornalístico nos últimos meses acelerou-se, afetando o direito dos cidadãos a estarem plenamente informados. “A partir da SIP, insistimos que as liberdades de expressão e de imprensa são elementos indispensáveis para a vigência da democracia”, afirmou.
O relatório evidencia que, apesar dos marcos constitucionais protetores em alguns países, a prática diária do jornalismo tem sido prejudicada por assédio, violência, perseguição judicial e pressão econômica, além de censura e controle digital, do Canadá à Argentina.
“O uso de operadores digitais para amplificar o discurso oficial e atacar vozes críticas é uma prática relatada em vários países. Na Colômbia, o governo contrata influenciadores sob a figura de prestação de serviços que funcionam como operadores digitais de propaganda. Na Argentina e na Costa Rica, o assédio digital é amplificado por contas associadas ao governo ou por altos funcionários que admitiram usar trolls”, comentou Ramos.
A diretora editorial da Organização Editorial Mexicana (OEM) alertou que o uso do aparato jurídico como arma de ataque e censura prévia requer atenção especial, e que a defesa legal de jornalistas e meios de comunicação exige novas estratégias.
“O efeito cascata produzido pelas desqualificações e ataques do poder coloca em risco o exercício diário de nossos jornalistas e meios de comunicação”, afirmou Ramos. E acrescentou: “Neste semestre, notamos que, proporcionalmente, a violência contra comunicadores cresceu mais no Peru, enquanto El Salvador obrigou ao deslocamento forçado de dezenas de jornalistas, fenômeno que vimos na Nicarágua, Venezuela e Cuba”.
A Sociedade Interamericana de Imprensa reafirma seu compromisso com a liberdade de expressão e o jornalismo independente. “A partir da SIP, continuaremos denunciando e alertando sobre qualquer ameaça à liberdade de imprensa”, concluiu Ramos.
A SIP é uma organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção da liberdade de imprensa e de expressão nas Américas. É composta por mais de 1.300 meios de comunicação do hemisfério ocidental e tem sede em Miami, Flórida, Estados Unidos.