Miami (29 de setembro de 2024) - A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) anunciou hoje que concedeu o Grande Prêmio de Liberdade de Imprensa de 2024, a mais alta distinção concedida pela organização, ao Jornalismo no Exílio. Esse prêmio homenageia colegas e veículos de mídia que têm sido cada vez mais forçados a se deslocar internamente ou migrar para outros países devido à violência, ameaças e perseguição por grupos criminosos, funcionários corruptos e governos autoritários.
Assim, o Comitê Executivo e a Comissão de Prêmios da SIP reconheceram a defesa da liberdade de expressão e o compromisso com a verdade em circunstâncias de extremo risco e adversidade. Essa distinção destaca o valor intrínseco do jornalismo livre e independente e ressalta a importância crucial de proteger e apoiar os jornalistas que continuam seu trabalho apesar de enfrentarem perseguição e exílio.
Roberto Rock, presidente da SIP e diretor do portal mexicano La Silla Rota, declarou: “Ao conceder esse prêmio, a organização envia uma mensagem poderosa sobre o direito inalienável à liberdade de imprensa e o papel fundamental que ela desempenha na preservação das sociedades democráticas”. Rock destacou que o prêmio “também enfatiza a resiliência e o sacrifício daqueles que foram forçados a deixar suas casas, arriscando tudo para manter a comunidade internacional informada”.
Nos últimos dois anos, a SIP documentou um número crescente de jornalistas no exílio, principalmente de países como Nicarágua, Venezuela, Guatemala, Cuba e Equador, e deslocados internos no México e na Colômbia. O fenômeno também inclui veículos de comunicação, especialmente em Cuba, Nicarágua e Venezuela, alguns dos quais operam no exterior devido à perseguição sistemática.
A SIP decidiu dedicar atenção especial à questão dos jornalistas deslocados e exilados, com a criação de um Subcomitê de Jornalismo do Exílio, presidido por Juan Lorenzo Holmann, gerente geral do jornal nicaraguense La Prensa. Além disso, a SIP contribuiu para um relatório especial preparado pelo Relator Especial das Nações Unidas sobre liberdade de expressão, participou de conferências internacionais e tem como objetivo criar uma rede de Jornalistas no Exílio para fornecer assistência abrangente a jornalistas que enfrentam condições precárias quando são forçados a deixar seus países.
Desde 1954, a SIP concede o Grande Prêmio de Liberdade de Imprensa a jornalistas, meios de comunicação e organizações do continente americano que se destacam por sua firme defesa e promoção da liberdade de imprensa e expressão ou que sofrem abusos e ataques por seu trabalho jornalístico. Nos últimos anos, o prêmio foi concedido ao nicaraguense Juan Lorenzo Holmann Chamorro, ao cubano Henry Constantín Ferreiro, à colombiana Jineth Bedoya, à argentina Magdalena Ruiz Guiñazú, à mexicana Carmen Aristegui, ao americano Roberto Cox, além de homenagear coletivamente e post-mortem jornalistas mexicanos assassinados e outros grupos e coletivos de jornalistas da Colômbia, Equador e Nicarágua, entre outros.