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Assédio.

A SIP repudia nova ofensiva das Forças Armadas de Honduras contra jornalistas e meios de comunicação

27 de mayo de 2025 - 08:52

Miami (27 de maio de 2025) – A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) expressa seu mais enérgico repúdio diante da nova ofensiva das Forças Armadas de Honduras contra jornalistas e veículos de comunicação independentes. A publicação de 26 de maio no meio oficial FF.AA. Digital, que classifica jornalistas de destaque como “sicários da verdade”, constitui um grave atentado à liberdade de imprensa e uma tentativa inaceitável de intimidar o jornalismo crítico.

Na edição número 119 do FF.AA. Digital, órgão oficial das Forças Armadas de Honduras, foi publicada na capa uma matéria intitulada “Sicários da verdade”, acompanhada de fotos de três jornalistas renomados:

  • Rodrigo Wong Arévalo: Diretor do programa Abriendo Brecha e proprietário do Canal 10.
  • Dagoberto Rodríguez: Diretor da Radio Cadena Voces e recente vencedor do Prêmio Álvaro Contreras 2025.
  • Juan Carlos Sierra: Presidente do Colégio de Jornalistas de Honduras (CPH).

A publicação acusa os jornalistas de serem inimigos do Estado, sem apresentar qualquer prova, numa clara campanha de difamação, intimidação e criminalização do exercício do jornalismo.

Este ataque ocorre após as críticas feitas por Dagoberto Rodríguez durante a cerimônia de entrega do Prêmio Álvaro Contreras, onde ele denunciou irregularidades na atuação das Forças Armadas nas eleições primárias e internas realizadas em 9 de março. Entre as irregularidades apontadas, destaca-se a entrega tardia de urnas com material eleitoral em centros de votação em Tegucigalpa e San Pedro Sula, responsabilidade atribuída às Forças Armadas.

O Colégio de Jornalistas de Honduras (CPH) condenou veementemente a publicação, classificando-a como inadmissível e inconstitucional, e responsabilizou diretamente o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Roosevelt Hernández, e a ministra da Defesa, Rixi Moncada, por qualquer atentado, assédio ou dano que os jornalistas mencionados possam sofrer.

O presidente da SIP, José Roberto Dutriz, CEO e diretor do jornal La Prensa Gráfica de El Salvador, afirmou: “O assédio judicial e a estigmatização pública tornaram-se armas sistemáticas para tentar silenciar o jornalismo, especialmente quando são expostos atos de corrupção e abuso de poder.”

Por sua vez, Martha Ramos, diretora editorial da Organização Editorial Mexicana (OEM) e presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, declarou: “Não se trata apenas de uma agressão a três jornalistas, mas de uma mensagem perigosa para toda a imprensa crítica do país. Quando as Forças Armadas utilizam seu aparato de comunicação para intimidar, estão ultrapassando os limites que devem respeitar numa democracia, e esse tipo de conduta não pode ser normalizado.”

Em fevereiro passado, num ataque sem precedentes à liberdade de imprensa, o alto comando militar promoveu ações judiciais para obrigar 12 meios de comunicação a revelarem suas fontes, o que foi classificado pela SIP como uma violação dos princípios fundamentais do jornalismo e dos direitos constitucionais e internacionais que protegem a confidencialidade das informações.

A SIP é uma organização sem fins lucrativos dedicada a defender e promover a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão nas Américas. É composta por mais de 1.300 publicações no Hemisfério Ocidental e tem sede em Miami, Flórida, Estados Unidos.

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