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Tecnologia.

Automatização, personalização e arquivo: o roteiro para modernizar os meios de comunicação

Por  Julieta Long
23 de julio de 2025 - 09:12

Milhares de arquivos esquecidos, tarefas repetitivas e leitores que não encontram o que procuram. Para Carlos Andrés Ardila, esses são alguns dos desafios enfrentados hoje por muitos meios na região. Mas também são oportunidades. Em sua palestra no SIPConnect 2025, o gerente comercial para a América Latina da Protecmedia apresentou ferramentas concretas para enfrentar esses obstáculos: desde a automatização da diagramação do impresso até a criação de artigos com inteligência artificial, passando pela personalização de conteúdos e a gestão eficiente de arquivos.

Ardila iniciou sua apresentação com uma ideia central: “o que não se usa, atrofia”, em referência ao desperdício dos conteúdos produzidos pelos meios. “Muitos veículos acumulam terabytes de informações, fotos, vídeos e áudios que nunca mais são utilizados”, comentou.

Diante desse cenário, propôs deixar de ver o arquivo como um simples repositório e passar a pensá-lo de forma estratégica. O que fazer com esse patrimônio? Três ações: redistribuí-lo para gerar novas visualizações; rentabilizá-lo com sua venda; e reutilizá-lo para criar novos produtos a partir de materiais já existentes.

A Protecmedia gerencia mais de 300 milhões de documentos e já apoiou veículos internacionais como ABC, elPeriódico, El Mundo e Clarín na implementação de estratégias para aproveitar seus arquivos históricos. Seu sistema Quay, um DAM (Digital Asset Management) integrado ao CMS, automatiza o armazenamento, classificação, busca e distribuição de ativos digitais, permitindo transcrever vídeos e áudios, identificar rostos, etiquetar grandes volumes de informação e localizar imagens similares — tudo com o objetivo de ampliar o uso e valor do conteúdo.

A segunda ideia proposta por Ardila foi “gerar coisas a partir de coisas”. A Protecmedia está desenvolvendo um agente inteligente que busca, detecta e cria resumos automáticos de temas relevantes sem que os jornalistas precisem monitorar todas as fontes pessoalmente.

Esse sistema pode seguir contas específicas, gerar artigos semanais para revisão editorial e realizar escuta social ativa e monitoramento institucional para identificar tendências e novidades importantes. “A ideia é que vocês testem e usem essas ferramentas, isso vai permitir que sejam mais eficientes em seus trabalhos. O importante aqui é experimentar”, afirmou.

Como terceiro ponto, o gerente da Protecmedia destacou a importância de adaptar o conteúdo a cada audiência. “Não se trata de personalizar toda a sua home, mas sim de adaptar uma porcentagem dela com base em quem é a pessoa que visita o site, com que frequência e o que ela procura”, explicou.

Com o objetivo de aumentar o engajamento, a Protecmedia ajuda os sites dos veículos a aplicarem o conhecimento que têm sobre suas audiências para criar uma experiência personalizada. Com base em tendências, histórico de leitura, preferências pessoais ou localização, os meios conseguem fidelizar seus leitores.

A quarta ideia se referiu à forma como os jornais diagramam suas edições impressas. Muitos dizem que o impresso morreu, mas esse formato continua sendo uma fonte importante de receita para vários veículos.

A Protecmedia oferece um produto que diagrama jornais com base no conteúdo que os veículos já têm em seus sites. O sistema se conecta ao site e ao catálogo de designs do impresso e, de forma automática e em segundos, diagrama as páginas do jornal. Neste ano, o jornal norte-americano The Baltimore Sun, fundado em 1837, começou a trabalhar com essa ferramenta. “Entrem no mundo da automação do impresso. Vai economizar muito tempo, recursos e permitir que vocês se concentrem no mais importante: as audiências”, recomendou.

Ardila encerrou sua apresentação revelando o significado do título de sua palestra — “700.222.200 ideias transformadoras para os meios” —, uma referência ao esforço contínuo da Sociedade Interamericana de Imprensa, que já desenvolveu mais de 700 missões em 22 países e representa 2.200 associados, com o objetivo de promover as liberdades de imprensa e de expressão.

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