Os jornalistas continuam sendo alvo fácil das gangues e vítimas da violência generalizada, destacando-se no país um sério problema de segurança pública, que deixou nos últimos seis meses um jornalista assassinado.
Em 16 de maio foi assassinado o jornalista Alix Joseph, diretor e popular locutor da Radio Provinciale em Gonaives, ao norte de Porto Príncipe. Joseph, de 38 anos, estava sentado em um veículo junto com sua namorada quando dois sujeitos dispararam contra ele 11 vezes. Embora se desconheça o motivo do crime e se Joseph havia recebido ameaças de morte, seus colegas denunciaram que a emissora havia recebido chamadas ameaçadoras contra a posição do meio de comunicação a favor do desarmamento das gangues locais, cujas manifestações de violência são freqüentes contra jornalistas e a população em geral. Em 13 de julho foi preso pelo crime o suspeito Ramilien Emmanuel (Ti Nasson), que pertence a uma gangue local.
Durante o período também se registraram os seguintes fatos:
Em 25 de julho Marie-Lucie Bonhomme, jornalista da rádio Vision 2000, disse ter recebido ameaças telefônicas após a transmissão de um programa em 18 de junho no qual entrevistou três médicos. Os autores das chamadas anônimas, que se fazem passar por médicos, continuam chamando e em uma das ameaças mencionaram sua família.
Por outro lado, em agosto foi criado um comitê independente de jornalistas que vai avaliar o progresso das investigações oficiais de crimes contra jornalistas sem solução de 2000 a 2007. O comitê, que conta com o suporte do Presidente René Préval e a organização de jornalistas S.O.S. Journalistes, revisará os arquivos judiciais e da polícia relativos ao assassinato de cerca de 10 jornalistas para determinar os motivos do estancamento das investigações.
Em 30 de agosto foram condenados à prisão perpétua Alby Joseph e Chéry Beaubrun, pelo seqüestro e assassinato de Jacques Roche em julho de 2005.
Madrid, Espanha