O livre exercício da liberdade de imprensa no Haiti é precário, apesar de o presidente Jean Bertrand Aristide dizer que respeita a liberdade de imprensa.
Os jornalistas denunciaram sérias pressões contra a liberdade de expressão, contra o livre acesso às fontes oficiais de informação e constantes perseguições de grupos políticos do partido oficial, Movimento da Família Lavalás, de funcionários do governo, policiais e paramilitares afetos ao regime.
Como forma de protesto dos jornalistas haitianos contra as agressões oficiais e as pressões à liberdade de imprensa, alguns jornalistas realizaram em setembro uma demonstração com mordaças. O presidente Aristide e funcionários do governo responderam, na ocasião, que respeitam a liberdade de imprensa, o que foi veementemente negado pelos jornalistas.
A Associação de Jornalistas Haitianos denunciou pelo menos doze ações oficiais contra os jornalistas, sendo a principal pressão a ameaça de morte e as pressões psicológicas contra eles e alguns de seus familiares. Um caso que causou preocupação foi o breve desaparecimento de dois jornalistas, separadamente, em agosto e setembro. Temia-se por sua vida, mas eles logo apareceram.
Pelo menos três outros jornalistas decidiram abandonar seu país e radicar-se nos Estados Unidos por medo da repressão oficial e em busca de melhores perspectivas.
Joseph Guyler Delva, secretário-geral da Associação de Jornalistas Haitianos, é alvo de ataques do Movimento La Família Lavalás que o apontam como desafeto ao governo de Aristide.
Continuam sem punição os casos de assassinatos de três jornalistas Jean Leopold Dominique, Gerard Denoze e Brignol Lindor. No caso de Dominique, foram apontados os responsáveis pelo crime, mas ainda não se emitiu sentença.
Madrid, Espanha