Honduras

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HONDURAS Relatório para a Reunião de Meio de Ano Caracas, Venezuela 28 a 30 de março de 2008 Continuam os ataques à liberdade de imprensa em Honduras e o governo continua fazendo acusações contra a imprensa. Um jornalista foi assassinado e outros se exilaram após agressões e ameaças. Essa deterioração da liberdade de imprensa foi testemunhada por Ambeyi Ligabo, relator especial das Nações Unidas para direito da liberdade de opinião e de expressão, na sua visita a Honduras em dezembro passado. Ligabo concluiu que existem quatro obstáculos à liberdade de imprensa em Honduras: falta de segurança para os jornalistas, um clima geral de medo, impunidade para os que cometem crimes e uma adaptação muito lenta da legislação hondurenha à legislação internacional. O relator expressou sua preocupação com a censura direta e indireta por parte de autoridades do governo, que utiliza a publicidade como arma contra empresas de mídia que criticam o governo atual, e que utiliza também jornalistas pagos pelo governo, prática que Ligabo considera inaceitável e contrária à ética do jornalismo. Acrescentou que a Lei de Transparência e Acesso a Informações Públicas representa um grande progresso, mas não deve ser usada como instrumento político. Os fatos mais importantes desse período são: Em 17 de março, o presidente Manuel Zelaya acusou a mídia de ser parcial em relação ao governo. Em resposta às perguntas dos jornalistas sobre as medidas que o governo tomaria para combater a violência, em alusão a um recente tumulto durante uma partida de futebol no qual um rapaz morreu e à recente onda de criminalidade e insegurança no país, o presidente criticou o trabalho de vários meios e as publicações diárias de matérias sangrentas, “Massacres todo dia, indiscriminadamente. Fazemos um bom trabalho, eles dizem que é ruim, e se fazemos um trabalho ruim, dizem que é péssimo”. Zelaya acrescentou que “é injusto um empresário usar uma rádio apenas para atacar, apenas para ver o que é ruim, apenas para destruir. Peço que a Radio Cadena Voces respeite pelo menos a figura do presidente. A figura do presidente é um símbolo da nossa nação. Se o presidente fracassa, o país fracassa, a nação fracassa. Não sei como vocês podem desejar coisas ruins para vocês, para a nação e para o povo... Nesse caso, peço que reflitam, porque a liberdade de imprensa deve ser defendida de forma objetiva”. Em 18 de outubro de 2007, Carlos Salgado, jornalista de rádio, foi assassinado à queima-roupa por dois homens não identificados quando saía da Radio Cadena Voces em Tegucigalpa, depois de gravar seu programa “Frijol el Terrible”. Salgado tinha 67 anos. Em 28 de outubro, Germán David Almendárez Amador, de 29 anos, foi preso pela segunda vez em conexão com o crime. Uma arma de 9 mm que pode ter sido usada para matar Salgado foi encontrada na casa de Almendárez. Em 23 de novembro, Geovanny García, jornalista do Canal 13, abandonou o país pela segunda vez por temer um novo atentado contra sua vida. García saiu do país para o Canadá pela primeira vez em outubro de 2007, depois de ter sido alvo de um atentado a tiros, no qual feriu sua mão. Havia voltado para Honduras para resolver assuntos pessoais. Em 1º de novembro, Dagoberto Rodríguez, diretor da Radio Cadena Voces, também teve que deixar o país pelos mesmos motivos. Ramón Custodio, comissário de direitos humanos, lamentou que jornalistas que trabalham para informar o público tenham que sair do país para salvar suas próprias vidas. Em 30 de novembro, da Cadena Radial Sonora da rede de rádio Audio Video, denunciou a prisão ilegal do jornalista Adonai Flores. Ele estava em um ônibus quando três policiais entraram, fizeram uma busca e, sem motivo aparente, o prenderam e o levaram algemado, mesmo depois de ele se identificar como jornalista.

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