Canadá

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Nos últimos meses os canadenses retomaram casos não solucionados sobre questões de liberdade de imprensa, deram as boas-vindas a uma jornalista sequestrada no exterior e temeram pelo destino de duas mulheres que permanecem desaparecidas. Além disso, vários casos importantes continuam nos tribunais, mas que podem ter implicações nacionais nos próximos meses. Em 18 de novembro, os canadenses homenagearam Tara Singh Hayer, morto há uma década. Hayer, cuja morte permanece um mistério, era editor do Indo-Canadian Times quando foi baleado em casa na British Columbia em 1998. Embora as circunstâncias do homicídio de Hayer sejam oficialmente desconhecidas, a maioria das pessoas acredita que seu trabalho investigativo sobre o bombardeio de um vôo da Air India em 1985 o tenha tornado alvo da violência. A organização The Canadian Journalists for Free Expression convocou a Polícia Montada Real Canadense a resolver os detalhes do caso. Em fevereiro de 2009, a jornalista egipcia-canadense Heba Aly foi expulsa do Sudão. Aly estava investigando a indústria de fabricação de armas do Sudão enquanto esperava o processamento de seu credenciamento da imprensa. No decorrer de sua pesquisa, ela foi interrogada pela agência de segurança nacional do Sudão e depois ordenada a deixar o país sob alegação de violações à imigração e envolvimento em atividade que poderia "prejudicar a segurança nacional do Sudão." Aly já tinha sido interrogada por autoridades sudanesas no passado. Tinha sido detida em dezembro quando deixava Khartoum para retornar ao Canadá para o Natal. As autoridades revistaram seu computador e suas anotações e apagaram imagens digitais na sua câmera. Em outubro de 2008, durante um trabalho no Afeganistão, a jornalista canadense Mellissa Fung e seu cinegrafista foram sequestrados perto de Kabul. Fung foi liberada em 8 de novembro e o Primeiro-ministro Stephen Harper confirmou que não foi pago resgate. O retorno de Fung foi obscurecido por dois outros casos que permanecem sem solução. Enquanto trabalhava em um documentário para a Al Jazeera, a jornalista canadense Khadija Abdul Qahaar, também conhecida como Beverley Giesbrecht, foi sequestrada em 11 de novembro no norte do Paquistão. Em um vídeo divulgado em 23 de fevereiro, Qahaar disse que estava sendo retida pelo Talibã, e um jornal inglês no Paquistão, The News International, declarou que seus sequestradores estão exigindo o pagamento de um resgate de $150.000 e a liberação de prisioneiros em uma prisão afegã. Também desaparecida encontra-se a jornalista canadense Amanda Lindhout, que foi sequestrada em 23 de agosto enquanto trabalhava na Somália. Os sequestradores exigiram US$2,5 milhões em 28 de outubro, mas reduziram a quantia para US$100.000 em 23 de janeiro. Lindhout, que trabalhava para a estação de televisão France 24, estava trabalhando em uma história sobre refugiados quando foi sequestrada. A Associação Canadense de Jornalistas convocou o Primeiro-ministro Stephen Harper a renovar esforços para encontrar as mulheres desaparecidas. Ocorreram também numerosos desafios legais este ano. Em fevereiro, o Supremo Tribunal ouviu argumentos no caso de Cusson v. Quan (Ottawa Citizen). Há esperanças de que este caso resulte na criação de uma nova lei de defesa canadense sobre jornalismo responsável para o interesse público, uma defesa já adotada pelo Tribunal de Recursos de Ontário. No caso National Post v. a Rainha, os advogados estão empenhados para que o Supremo Tribunal reconheça que as fontes confidenciais são cruciais para a informação no interesse público. Além disso, a organização de Jornalistas Canadenses para a Livre Expressão está intervindo no caso de um professor universitário, Amir Attaran, que tenta obter a liberação de relatórios de direitos humanos sobre o tratamento de detidos no Afeganistão. "Os jornalistas contam com a Lei de Acesso à Informação para ter acesso às informações do governo para fornecer ao público informações, comentários e análises de políticas e operações governamentais," diz a organização. "Sem a capacidade de requisitar e receber informações, eles não poderiam executar esta importante função de interesse público".

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