O clima de tensão eleitoral e o aumento da violência foram os maiores problemas para a atividade jornalística neste período.
O confronto crescente entre os simpatizantes das duas principais forças políticas, ARENA e FMLN, resultou em ataques a jornalistas, como a registrada no início deste mês em um hotel da capital. Supostos simpatizantes do ARENA agrediram fisicamente jornalistas de televisão, rádio e da imprensa escrita. O jornalista de rádio, Alfredo Pacheco, teve ferimentos leves, e equipamentos de transmissão de duas emissoras de televisão locais ficaram danificados. Mais tarde, relatou-se a agressão de simpatizantes do FMLN a outra equipe de televisão.
Continua tenso o relacionamento dos candidatos do partido de esquerda FMLN, Mauricio Funes e Salvador Sánchez Cerén, com os meios de comunicação. Os candidatos presidenciais deste partido negaram-se a participar em alguns programas de opinião de duas cadeias de televisão, TCS e Tecnovisión; recusam-se constantemente a dar entrevistas ao jornal El Diario de Hoy e declararam publicamente que só darão entrevistas quando a companhia modificar sua linha editorial. Além disso, o Funes negou-se em duas ocasiões a participar de workshops patrocinados pelo La Prensa Gráfica e apresentou condições para assistir um terceiro, do qual participou.
A funcionária do FMLN, deputada do Parlamento Centro-americano (PARLACEN) por esse partido, Nidia Díaz, moveu ação criminal no último 13 de fevereiro contra um jornalista do La Prensa Gráfica por difamação e pediu a prisão dos repórteres e diretores do jornal e para aqueles que pudessem estar envolvidos.
A deputada argumenta que foi difamada por uma notícia incorreta, mas o jornal pediu desculpas públicas em três ocasiões. Ela insiste na ação criminal e o caso encontra-se em andamento na Procuradoria-Geral da República, em processo de esclarecimentos.
A atitude deste partido e seus representantes continua sendo hostil com os meios de comunicação, já que constantemente encontram-se em franca disputa e utilizam meios diretos ou indiretos, por meio da Internet, para coagir os meios de comunicação.
Ainda não foi considerado pelo Congresso o projeto de lei de acesso à informação pública apresentado em outubro passado pela Fundação Salvadorenha para o Desenvolvimento Econômico e Social (FUSADES).
Madrid, Espanha