Haiti

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Todas as atividades políticas e sociais, inclusive o jornalismo, foram afetadas nesse período, principalmente depois da passagem de três furacões que assolaram o país entre agosto e setembro de 2008. Essa situação dificultou ainda mais os esforços para estabilizar a democracia, mas os jornalistas locais continuaram seu trabalho, com persistência e recursos limitados, informando a população, apesar de os meios de comunicação, as rádios e os jornais terem sofrido danos materiais consideráveis que dificultaram a disseminação das notícias. Entre as violações da liberdade de imprensa, destacam-se : Em 6 de janeiro, o tribunal de Gonaïves condenou Jackson Elusmé, (conhecido como Jumeau) e Alix Souffrant (conhecido como Bout Zòrèy ), a 10 anos de prisão, por sua participação no assassinato de Alix Joseph, gerente e locutor da Radio-Télé Provinciale, em Gonaives, Haiti, ocorrido em 16 de maio de 2007. Nove dos onze acusados julgados em 15 de dezembro de 2008, entre eles Remilien Emamnuel (conhecido como Ti Nasson) e Verna Joseph, supostos chefes de grupos criminosos, foram considerados inocentes. O suposto autor do assassinato, Jerry Bien-Aimé, continua foragido e foi condenado in absentia. Em 16 de dezembro, um tribunal da cidade de Jacmel, a sudeste do país, condenou o policial Bastien Novembre, a pagar 100.000 gourdes (cerca de US$25.000) ao repórter Fritzer Philogène, da Radio Express, por agredi-lo em 29 de outubro de 2008. Novembre atacou o jornalista depois que este o surpreendeu agredindo um suspeito perto da delegacia. Em 10 de setembro um tribunal sentenciou o jornalista Joseph Guyler C. Delva a um mês de prisão por difamação. Delva, presidente do grupo S.O.S. Journalistes, e correspondente da BBC e da Reuters, foi processado pelo ex-senador Rudolph Boulos. O jornalista havia dito que Boulos possui passaporte norte-americano, o que o incapacitaria a ser senador no Haiti, já que a Constituição de 1987 proíbe a dupla nacionalidade. Delva, que é presidente da Comissão Independente de Apoio às Investigações de Assassinatos de Jornalistas, também foi acusado várias vezes por Boulos de dificultar as investigações do assassinato de Jean Leopold Dominique, morto em abril de 2000. A condenação foi apelada. Por causa desse caso, Delva recebeu várias ameaças anônimas. Em 3 de dezembro, completam sete anos do assassinato de Brignol Lindor, jornalista e diretor da Radio Echo 2000, em Porto Príncipe. Apesar de duas pessoas estarem cumprindo pena de prisão perpétua, outros sete condenados continuam foragidos.

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