Estados Unidos

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Um importante elemento pendente para os defensores da liberdade de imprensa nesse período continua sendo o exame pelo Congresso de uma "Lei do Livre Fluxo de Informações" ("Free Flow Information Act"), de nível federal, também conhecida como "shield law" ou lei de sigilo das fontes. Mais de 70 companhias e grupos de meios de comunicação já a endossaram. O projeto de lei protegeria os jornalistas que não seriam obrigados a identificar fontes confidenciais em tribunais federais. Foi aprovado na Câmara dos Deputados em 007, mas está parado no Senado. No final de outubro, a Casa Branca, importantes senadores e representantes de meios de comunicação anunciaram terem chegado a um acordo. Basicamente, o projeto de lei acordado prevê um "privilégio qualificado" para os jornalistas para protegerem as fontes confidenciais nos casos em que o governo ou terceiros não possam demonstrar que as informações conseguidas são essenciais para uma investigação ou acusação. Os defensores agora dizem que isso deve garantir a aprovação nos próximos meses. Conforme os jornais nos Estados Unidos continuam buscando novos modelos comerciais para enfrentar a pior crise desde a Depressão de 1929, um número chama particularmente a atenção: 20.000. Esse é o número de empregos perdidos nos jornais nos últimos dez anos. Receitas despencando, demissões e outros cortes se tornaram rotina para a maioria das organizações de mídia nos Estados Unidos. Estima-se hoje que 40.000 pessoas trabalhem em redações de jornais em comparação com os 60.000 do início da década de 90. Nos últimos meses, houve alguns sinais positivos em comparação com o desempenho de um ano atrás. Mas ainda assim, várias companhias enfrentam problemas sérios e precisam encontrar soluções para sair da falência, principalmente a The Tribune Co. que possui jornais em Chicago, Los Angeles, Fort Lauderdale e Orlando. Em outubro, The New York Times Co. anunciou que não estava mais procurando ofertas para o Boston Globe, já que havia entrado em acordo com sindicatos sobre grandes concessões salariais e tinha tomado outras medidas de cortes de custos. No mesmo mês, The Times anunciou que sua redação eliminaria cerca de 8% dos seus funcionários ou cerca de 100 empregos. No início desse ano, o jornal anunciou 5% de corte nos pagamentos aos funcionários. Mesmo com o mais recente corte, o The Times Newsroom continua sendo o maior no país, com 1.150 funcionários ou 400 a mais que a segunda maior companhia. Outros eventos importantes nesse semestre: Ao testemunhar perante uma comissão do Congresso em setembro, membros da Newspaper Association of America (NAA) disseram que os jornais não precisam de nenhuma ajuda ("bailout") financeira nem de outros subsídios especiais. Disseram também que os jornais "precisam ajustar seus modelos comerciais para encontrar uma forma de ganhar dinheiro com o conteúdo on-line de um modo que contribua para o jornalismo local". Segundo a NAA, estão sendo exploradas soluções para "que seja conveniente para os usuários de conteúdo gerado pelos jornais licenciar e pagar tarifas razoáveis". Em maio, um ex-carpinteiro reconheceu sua culpa em Oakland, Califórnia, no assassinato, em 2007, do editor Chauncey Bailey. Disse que um comerciante que estava sendo investigado por Bailey tinha prometido lhe pagar para matá-lo.. O comerciante também foi acusado de assassinato. Um grupo de jornalistas da região de San Francisco divulgou falhas no caso original, o que resultou em mais acusações no assassinato e um pedido de desculpas do delegado local. A ação judicial de Dan Rather, ex-âncora da CBS Evening News, contra a CBS foi recusada em uma decisão unânime pelo Supremo Tribunal do Estado de Nova York em setembro. Rather afirmou que tinha sido injustamente prejudicada pelo modo como a rede havia usado uma investigação da sua matéria no programa "60 Minutes" sobre o serviço do presidente George W. Bush na Guarda Nacional. Um advogado da CBS disse que a decisão basicamente encerra o caso, mas o advogado de Rather disse que vai apelar da decisão. Há um conflito surgindo entre funcionários da faculdade de jornalismo da Northwestern University e promotores locais sobre registros relativos ao famoso Medill Innocence Project, da faculdade. O projeto, que usa estudantes para reexaminar crimes antigos, ajudou a libertar 11 prisioneiros por causa de procedimentos ou provas questionáveis. Os promotores emitiram intimação para ter acesso às notas de alunos, critérios de avaliação, relatórios de despesas e mensagens de e-mails. O inspetor-geral do Departamento de Defesa emitiu em maio um relatório extremamente incomum rejeitando seu relatório anterior que defendia um programa de relações públicas do Pentágono e que fazia amplo uso de funcionários públicos aposentados que trabalharam como analistas militares para estações de rádio e TV. A reavaliação concluiu que o relatório original tinha várias falhas e dados equivocados e o relatório foi retirado do web site. Matérias noticiosas sobre o programa revelaram a imensa campanha militar oculta para transformar os analistas militares da rede de TV em "representantes disfarçados" e "multiplicadores da força da mensagem" para o governo de Bush. Segundo um porta-voz do Pentágono, a campanha de relações públicas terminou. O governo do presidente Obama exclui a Fox News da cobertura de alguns eventos e algumas pessoas acreditam que isso reflete uma insatisfação do governo com o conteúdo do canal. Recusou-se a incluir um repórter da Fox News em um grupo que ia ser informado sobre um funcionário da Casa Branca, mas foi forçado a voltar atrás quando outros convidados se recusaram a participar se não houvesse um repórter da Fox News presente. Quando o presidente concedeu entrevistas para televisão em um domingo, algo que não é muito freqüente, a Fox foi a única rede importante deixada de fora. Um funcionário de alto escalão da Casa Branca disse depois que o governo não considerava a Fox News como realmente uma rede de notícias. Grande parte dos comentários da rede são críticas ao governo, mas suas reportagens são geralmente consideradas como parte da corrente dominante.

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