Ocorreram neste período vários incidentes que prejudicaram a liberdade de imprensa por meio de intimidação aos meios de comunicação e jornalistas para que não publicassem matérias contra funcionários públicos.
Houve um incidente grave envolvendo o jornal La Hora. Em 26 de fevereiro, dois funcionários do Ministério Público se apresentaram de forma intimidatória à sede do jornal perguntando se haviam enviado jornalistas ao local onde se processam os dados de Minha Família Progride, programa oficial do governo e muito questionado por sua falta de transparência.
O governo de Álvaro Colom manteve uma complicada estratégia para impedir que os dados dos beneficiários deste programa fossem fiscalizados pela deputada da oposição Nineth Montenegro, e isso desencadeou um processo judicial finalmente ordenou ao Ministério de Educação entregar os dados.
Em meio a este processo, em 17 de fevereiro, o jornal La Hora publicou em primeira mão informações sobre o local onde se processam os dados das pessoas das zonas de maior pobreza que recebem
Q. 300.00 (36 dólares) mensais por filho que enviarem para a escola.
Dias depois, os procuradores do Ministério Público foram ao jornal e, em 2 de março, Amílcar Velásquez Zárate e Gloria Porras, procurador-geral e secretária-geral do Conselho do Ministério Público, reconheceram que a visita de dois jovens investigadores do Ministério Público e as investigações contra os jornalistas tinham sido inadequadas.
O diretor do La Hora criticou a rapidez mostrada por um procurador ante a denúncia do programa conduzido pela primeira-dama, Sandra Torres de Colom.
Por outro lado, a prefeitura da cidade de Guatemala lançou campanhas contra jornais e jornalistas, distribuindo milhares de folhetos aos cidadãos alterando informações de matérias noticiosas ou recorrendo a mentiras para colocar a população contra os meios de comunicação, utilizando para isso recursos do governo.
Os jornais ElPeriódico e Prensa Libre denunciaram que em 12 de março nas paradas do transmetro, administrado pela prefeitura, se entregavam folhetos com conteúdos difamatórios contra os dois jornais e isso depois que o Prensa Libre denunciou a forma atípica com que se realizou a concessão do novo sistema de transporte.
A denúncia de ambos os jornais afirma que quando seus fotógrafos fizeram algumas tomadas de pessoas que estavam distribuindo esses folhetos, o pessoal de segurança municipal foi chamado e os proibiu de continuar fotografando. O prefeito da cidade da Guatemala e ex-presidente da Guatemala, Alvaro Arzú, se autodenomina muitas vezes como inimigo da imprensa escrita, a qual acusa de mentirosa.
Manteve-se a tendência de ameaçar jornalistas no interior do país, onde o crime organizado, o narcotráfico e a corrupção de funcionários municipais são as principais causas de violência contra a mídia.
Madrid, Espanha