República Dominicana
57ª Assembléia Geral
Washington, DC
12 16 de outubro de 2001
REPÚBLICA DOMINICANA
Ocorreram alguns incidentes que restringiram a liberdade de imprensa. Houve denúncias de pressões de setores do governo contra jornalistas e comentaristas de televisão, um atentado a tiros contra um cinegrafista e censura a dois produtores de rádio.
Os casos principais estão a seguir.
Em junho, o jornalista Darío Medrano e o cinegrafista Ramón Carmona, ambos da estação de televisão local Color Visión, Canal 9, denunciaram que haviam recebido pressões de funcionários do governo que teriam exigido que os executivos da emissora os demitissem sob a acusação de terem difundido, através da cadeia de televisão Univisión, da qual Medrano e Carmona são correspondentes em Santo Domingo, imagens prejudiciais ao governo relativas aos distúrbios acarretados pelos protestos contra as medidas econômicas do governo.
Em julho, a Comissão de Espetáculos Públicos proibiu o jornalista Alvaro Arvelo e o locutor Joseph Tavares de falar no rádio por terem supostamente violado normas de ética e bons costumes no modo como fizeram comentários nos programas de rádio que dirigem. A censura foi suspensa no dia seguinte ao da emissão da ordem depois de um grande protesto de vários setores do país, incluindo a maioria dos meios de comunicação.
Em julho, foi ferido a tiros o cinegrafista Cristino Rodríguez, do programa Atrás da notícia, dirigido pelo jornalista Esteban Rosario, na cidade de Santiago, e que foi agredido no início do ano. A polícia disse que investiga um dirigente do partido do governo, em Santiago, suspeito de ter sido o responsável pelos disparos contra o cinegrafista Rodríguez. Coincidentemente, no dia seguinte ao atentado, o jornalista Rosario foi preso por ordem de um juiz de Santiago que o acusou de ter estuprado uma jovem, menor de idade. O caso foi levado ao tribunal e depois de dois dias de interrogatório Rosario foi libertado mediante pagamento de fiança.
Em julho, foi encerrado o programa de comentários políticos Os fatos e sua história, que era produzido e transmitido diariamente por uma cadeia de rádio e televisão pelo ex-deputado e dirigente do partido do governo Rafael Flores Estrella e o advogado Tomás Castro. A direção da estação onde era produzido o programa, a Teleradio América, afirmou ter recebido pressões de um alto funcionário do governo para que encerrasse o programa alegando que Flores Estrella e Castro usaram termos agressivos à honra do presidente Hipólito Mejía. O Colégio de Jornalistas pediu aos executivos da estação que revelassem o nome do alto funcionário do governo que havia feito a pressão denunciada, mas até agora essa informação não foi obtida.
Continua sem solução o caso do desaparecimento do colunista e professor universitário Narciso González (Narcisazo), ocorrido em 26 de maio de 1994, depois que ele fez duras críticas ao então presidente Joaquín Balaguer e a altos chefes militares, os quais acusou em um ato público na universidade estadual de ter realizado uma fraude para manter o poder depois das eleições gerais daquele ano.