O acesso às informações dos órgãos governamentais continua difícil para a imprensa.
Em 2 de agosto de 2011, durante conferência de imprensa organizada pela igreja católica da Costa Rica em um dia de comemoração nacional, a presidente Laura Chinchilla se recusou a responder pergunta de jornalista sobre a sua opinião do discurso do cardeal. O discurso do cardeal mexicano Francisco Robles acentuou o ponto de vista da igreja de que se deve respeitar a vida humana desde o minuto inicial da concepção.
Esteban Mata, jornalista do diário La Nación, perguntou a Laura Chinchilla a respeito dos planos do país para lei sobre fertilização in vitro, atualmente pendente na Assembleia Legislativa. Laura Chinchilla recusou-se a responder, levantou-se e tentou abandonar a conferência de imprensa. Argumentou que não estava na conferência para provocar controvérsia.
O Ministro da Presidência Carlos Ricardo Benavides justificou a reação da presidente pelo tom que o jornalista usou na sua pergunta. Ele disse que a presidente foi interrompida várias vezes.
Um segundo evento ocorreu em 10 de outubro, quando um jornalista de TV do canal 7, Andrés Martínez, levou um empurrão de um dos guarda-costas da presidente quando o jornalista devidamente identificado, com um microfone na mão, tentou se dirigir à presidente. A sua pergunta foi sobre uma pesquisa de opinião recente publicada em La Nación, em que 9 de 10 costarriquenhos acham que o país não tem uma direção definida.
A Associação Costarriquenha de Jornalistas enviou uma carta oficial à presidente Chinchilla em 11 de outubro pedindo explicações sobre a situação. O Ministro das Comunicações Roberto Gallardo respondeu que os eventos lamentáveis não ocorreram em resposta a nenhuma ordem e que tomaria medidas para evitar sua repetição no futuro.
O projeto de lei perante a Assembleia Legislativa referente à transparência e acesso às informações foi abandonado e a discussão do projeto de lei da liberdade de expressão e de imprensa foi adiada por diversos meses. A presidente Chinchilla não tomou nenhuma iniciativa para colocá-lo de novo em discussão, apesar de ter ajudado na redação da minuta de lei durante seu mandato como legisladora. O projeto de lei foi submetido à Assembleia Legislativa em 2002.
A Constituição da Costa Rica garante a liberdade da imprensa, mas as leis de penalização da difamação deixam os jornalistas expostos a possíveis acusações de crimes por difamação ou calúnia. O Congresso da Costa Rica estudou neste último ano um projeto de lei que aumentaria o direito de resposta nos jornais com a inclusão do direito de resposta a opiniões e não somente notícias.
Em termos de acesso às informações públicas, a perspectiva de se ter transparência não sofreu maiores mudanças e, como de costume, pedir informações aos órgãos públicos ainda é um pouco mais fácil para os jornalistas do que para os demais cidadãos.
Madrid, Espanha