Guatemala

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Durante esse período, jornalistas e meios de comunicação continuaram enfrentando riscos no interior do país, onde atuam grupos de narcotraficantes, como os Zetas, do México, com ameaças a correspondentes e jornalistas de pequenas rádios e emissoras de televisão localizadas em alguns departamentos com altos índices de corrupção. O jornalista Yansi Roberto Ordoñéz Galdámez foi assassinado em 29 de maio. Era apresentador de um programa informativo e de um programa para jovens no Canal 14, no departamento de Escuintla. Sua família disse que havia sido extorquido e ameaçado. Apesar de terem sido realizadas eleições gerais, o trabalho dos jornalistas e da mídia transcorreu na normalidade, com pressões de grupos políticos, mas sem que nenhuma dessas pressões ameaçasse a liberdade de imprensa. Em algumas principais cidades, jornalistas foram agredidos por funcionários que queriam se reeleger e que estavam sendo acusados de corrupção. A lei de acesso à informação na Guatemala, cujo foco é o acesso à informação por parte do povo, foi distorcida por alguns funcionários que recorreram a ela para atrasar o fornecimento de informações à imprensa, a qual tem por lei, no país, acesso às fontes de informação sem necessidade de pedido prévio. É também nos principais municípios do país onde se registram os maiores níveis de corrupção. Um exemplo é a Cidade da Guatemala, cujo prefeito, Álvaro Arzu, ex-presidente do país, tem conflitos constantes com a imprensa, mas com total apoio da emissora de TV do mexicano Ángel Gonzalez. O governo do presidente Álvaro Colom manteve a política de premiar ou castigar a mídia na distribuição da publicidade oficial segundo o nível de aprovação ou crítica que demonstrem. Uma prova disso é que a publicidade oficial é distribuída, em sua maioria, ao monopólio dos canais de TV de Ángel Gonzalez. Os jornais foram quase totalmente excluídos da publicidade oficial, e representam agora menos de 5% do investimento do governo nesse setor. Cabe destacar que os dois candidatos que disputam a presidência comprometeram-se publicamente a respeitar a liberdade de imprensa. Otto Perez Molina e Manuel Baldizón, que disputarão as eleições de 6 de novembro próximo, reafirmaram perante associações de imprensa e perante a mídia em reuniões com editores, que manterão um respeito total à liberdade de expressão e de imprensa, valorizando o papel da mídia como um dos pilares do sistema democrático. O diretor do jornal elperiodico, José Rubén Zamora, denunciou ser vítima de ameaças depois de revelar negócios de grupos dedicados ao narcotráfico. Denunciou também que esses grupos subornam funcionários e juízes para que não dêem seguimento a processos, tendo como objetivo silenciar as investigações de jornalistas.

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