Panamá

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Neste período, como no anterior, alguns funcionários do governo nacional mantêm uma atitude de hostilidade e confronto contra os meios de comunicação em geral e certos jornalistas em particular. Um estudo recente, levado a cabo pela Fundação Fórum de Jornalistas pelas Liberdades de Expressão e Informação entre 50 comunicadores no país, indica que 50% deles pensam que a situação não melhorou nada neste último ano.E 37% acham que piorou. Há alguns meses, o governo convocou um debate nacional pela liberdade de expressão, sob a mediação da Igreja Católica panamenha, dirigida pelo Arcebispo Jose Domingo Ulloa. Apesar disso, este diálogo nunca prosperou devido em grande parte à falta de confiança das entidades da classe jornalística quanto às intenções do governo neste diálogo. O Conselho Nacional de Jornalismo (CNP), único organismo que congrega todas as entidades da classe jornalística, os meios de comunicação e o mundo acadêmico,declarou em comunicado que “o direito à liberdade de expressão não está sujeito a diálogos, acordos nem negociações”. Segundo o CNP, o convite do presidente Ricardo Martinelli através do arcebispo “deve ter como ponto de partida um compromisso formal do governo para que cessem os ataques e propagandas difamatórias contra os jornalistas, assim como as pressões diretas e indiretas contra os meios de comunicação.Apesar da convocação feita pelo Arzobispo Ulloa para empreender o diálogo, isto não foi possível. As pressões dos funcionários contra os diversos meios de comunicação são mais frequentes quando se publica ou divulga informação relacionada a possíveis irregularidades ou supostos atos de corrupção. Os principais meios de comunicação que são alvos destas pressões são La Prensa, TVN Noticias e Omega Stéreo, além dos jornalistas que trabalham nestas organizações como Lina Vega, Mónica Palm e Santiago Cumbrera de La Prensa, Alvaro Alvarado de Medcom, Siria Miranda, Kelineth Perez e Eduardo Lim Yueng de TVN Noticias. Em termos gerais, a situação de confronto entre o governo e os meios de comunicação gera atritos pela pressa do governo em culpar a mídia por divulgar temas de caráter público e de interesse da cidadania. Várias entidades da classe jornalística e meios de comunicação enfatizaram a sua preocupação com declarações do Poder Executivo em torno de proposta ou projeto de lei de regulamentação do salário dos jornalistas e comunicadores sociais,usando o conceito de idoneidade, um tema já superado no país. O consenso geral é que a fixação dos salários é da competência de cada empresa jornalística e, por isso, não deve estar sujeita a nenhum dispositivo legal ou lei especial.

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